quarta-feira, 19 de março de 2025

ELEFANTES DE REGRESSO AO MEDITERRÂNEO

Contingente da Esq 502 no dia da cerimónia de entrega do Estandarte Nacional    Foto: FAP

A Esquadra 502 - Elefantes da Força Aérea Portuguesa (FAP) deu hoje início ao destacamento em Málaga, Espanha,  no âmbito da missão Joint Operation Indalo, com um contingente de 18 militares e um avião C295M.

Na segunda-feira 17 de março um KC-390 da Esquadra 506 - Rinocerontes, participou na projeção do destacamento para Málaga, enquanto a aeronave o C295 mobilizado (n/c 16711) realizou o voo ferry no dia de ontem, 18 de março.

Voo de apoio do KC-390 dos "Rinocerontes" no dia 17 de março    Imagem: ADSB Exchange

Voo ferry do C295M dos "Elefantes" no dia 18 de março      Imagem: ADSB Exchange

A missão, na qual os "Elefantes" têm participado recorrentemente nos últimos anos, visa reforçar a vigilância das fronteiras e costas da União Europeia, com ênfase na proteção de vidas humanas, prevenção da migração ilegal e combate ao tráfico de seres humanos, bens e armamento.

Cerimónia de entrega do Estandarte Nacional na BA6 no dia 13 de março    Foto: FAP

O destacamento recebeu o Estandarte Nacional que os acompanhará durante a missão, em cerimónia que decorreu na Base Aérea N.º 6, no Montijo, no passado dia 13, presidida pelo Comandante Aéreo, Tenente-General Sérgio Pereira, que destacou o compromisso e a dedicação dos militares, assim como o apoio essencial das respetivas famílias para o sucesso das missões.

A operação, ao serviço da Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira – Frontex, realizar-se-á em duas fases distintas, com a primeira a estender-se até 11 de junho e um segundo destacamento entre 3 de setembro e 26 de novembro de 2025.




sexta-feira, 14 de março de 2025

POLÓNIA PISCA O OLHO AO KC-390 [M2596 - 20/2025 ]

Linha de produção do KC-390 Millennium
 

E a Embraer pisca o olho à Polónia. E na verdade, tudo parece indicar que o romance irá terminar em casamento, depois do CEO da Embraer ter visitado a Polónia, com o intuito de tornar aquele país num "centro de excelência da companhia na Europa".

Ambição não falta à Embraer, que estima que projetos potenciais com parceiros locais, possam gerar até 3.000M USD e 5 mil empregos no país, ao longo de 10 anos, dentro da aviação militar e comercial.

A Embraer faz parte do ecossistema de aviação da Polónia há mais de 25 anos. Com o forte crescimento global da companhia, estamos comprometidos em expandir o nosso engajamento industrial em conjunto com parceiros polacos, incluindo atividades de produção, montagem final, manutenção e reparação. Para possibilitar esse crescimento, a Embraer planeja apoiar o desenvolvimento das capacidades e competências que impulsionarão o setor aeroespacial polaco, para o seu próximo estágio de sucesso,” afirmou Francisco Gomes Neto, Presidente e CEO da Embraer, durante a visita ao Instituto de Aviação Łukasiewicz (iLOT).

Num movimento estratégico de longo prazo, a Embraer procura parceiros para fabricar peças e para uma potencial linha de produção final para a aeronave militar multimissão KC-390 Millennium, que continua a conquistar pedidos internacionais, incluindo países da Europa e da NATO. E afinal de contas, 42% da cadeia de componentes do KC-390 já tem origem na UE. Só a produção desta aeronave e o ecossistema de pós-venda associado (incluindo manutenção e treino) poderão resultar na criação de cerca de 1000M USD e 600 empregos. 

A Embraer está por isso a oferecer também à Polónia, para substituição da sua frota C-130E/H Hercules, a sua aeronave de transporte militar KC-390 Millennium, que já foi adquirida, ou está em fase de aquisição na Europa, por Áustria, Chéquia, Eslováquia, Hungria, Países Baixos, Portugal e Suécia.

"A Polónia é uma nação líder da NATO e, ao oferecermos o KC-390 Millennium, temos a oportunidade de nos engajarmos com a bem estabelecida e especializada comunidade industrial e de defesa do país. Esta é uma oportunidade para a Polónia se tornar uma participante central do ecossistema europeu do KC-390, com acesso a um excelente pacote industrial, de treino e suporte. A Polónia é mais que um cliente potencial para nós: é uma sólida parceira operacional e industrial de longo prazo, com a localização perfeita para a linha de produção que queremos desenvolver na Europa", disse Frederico Lemos, CCO da Embraer Defesa & Segurança.

Segundo a imprensa local, a Polónia estará interessada em adquirir entre 5 a 10 aviões KC-390, para equipar a sua Força Aérea.



EXERCÍCIO AERONAVAL INSTREX 25 TERMINA HOJE [M2595 - 19/2025 ]

Lynx Mk.95A da Esquadrilha de Helicópteros da Marinha      Foto: Marinha
Decorreu a olongo da semana que hoje termina, o exercício INSTREX 25, ao largo da costa ocidental portuguesa.

Movimentos do Lynx n/c 19201 captados no radar virtual ADSB- Exchange no dia 13

Sob a coordenação do Estado-Maior da Força Naval Portuguesa, foram testadas as mais recentes táticas e procedimentos no planeamento e condução de operações navais em ambiente multidomínio.

F-16M da FAP a sobrevoar um dos navios participantes no INSTREX 25   Foto: Marinha

Participam no INSTREX 25, três fragatas, dois Navios de Patrulha Oceânica (NPO), um Navio de Patrulha Costeira, uma Lancha de Fiscalização Rápida, um helicóptero Lynx Mk95A, equipas de mergulhadores sapadores, elementos dos Destacamentos de Ações Especiais, de Abordagem e de Projeção de Força do Corpo de Fuzileiros, Veículos Aéreos Não Tripulados e ainda, aeronaves F-16M da Força Aérea Portuguesa, para um total de cerca de 700 militares.

Fragata NRP D. Francisco de Almeida     Foto: Marinha

O exercício teve por objetivo testar a capacidade de resposta da Marinha Portuguesa contra as atuais ameaças e cenários de crise, com o objetivo de elevar a sua capacidade operacional, projeção de força e os seus padrões de prontidão.​



quinta-feira, 13 de março de 2025

F-35 POR UM CANUDO [M2594 - 18/2025 ]

F-35A da Real Força Aérea Norueguesa
 

O (ainda) ministro da Defesa, Nuno Melo, disse em entrevista ao Público e Rádio Renascença, que a substituição dos F-16 terá que ser ponderada à luz da nova "envolvente geopolítica", nomeadamente a posição dos EUA no contexto NATO e no atual plano geoestratégico internacional.

Acrescentou ainda, quando confrontado com a pergunta se aprovará a compra de F-35, caso seja reconduzido como ministro da Defesa, num hipotético novo Governo da AD, que há várias opções a ser consideradas, principalmente dentro da produção europeia.

Ora, considerar a compra de outra aeronave que não seja o F-35, vai contra o ensejo já assumido por parte da Força Aérea Portuguesa (FAP), que elegeu o caça fabricado pela americana Lockheed Martin, como o substituto ideal para o F-16 e para manter as capacidades de combate aéreo da FAP na linha da frente mundial, e a par com os nossos aliados mais próximos na Europa que anteriormente utilizaram o F-16.

Embora as preocupações, e até desconforto revelados por vários utilizadores do F-35 sejam legítimas, muito devido às tomadas de posição da administração Trump em relação à NATO e a tradicionais aliados, no caso português a situação merece algumas considerações adicionais.

Em primeiro lugar, porque Portugal ainda não está comprometido com o programa F-35, o que impõe por si só um horizonte de pelo menos cinco anos, até receber a primeira aeronave, altura em que já não estará em funções o atual presidente dos EUA. 

Em segundo lugar, embarcar em qualquer outra solução que não seja o F-35 atualmente, representa investimentos da mesma ordem de grandeza, para no final ficar com uma aeronave ao nível do que é possível conseguir, apenas modernizando a atual frota F-16 ao padrão V. O F-16 no entanto, é também de origem americana, pelo que uma modernização profunda terá que passar obrigatoriamente por material da mesma procedência.

Por outro lado, optar por aderir a um programa de desenvolvimento de um novo caça europeu, como o Global Combat Air Programme  (que engloba para já Reino Unido, Itália e Japão), aporta imensos riscos, tanto do ponto de vista financeiro, como de prazos e até sustentação a longo prazo, se tivermos em conta os problemas que programas similares têm enfrentado (Eurofighter, A400, NH90...).

A verdade é que alternativas viáveis ao F-35, pura e simplesmente não existem ao dia de hoje. Qualquer escolha que seja feita, que não seja o F-35, vai ter consequências ao nível da capacidade de combate da Força Aérea para as próximas décadas. Seja por operar com uma aeronave inferior, ou seja por ter de aguardar muito mais tempo para ter uma ao mesmo nível. 

Podemos ainda admitir que a tomada de posição do atual ministro da Defesa não passe apenas de um jogo diplomático, para pressionar os americanos e tentar tirar dividendos num futuro negócio com o F-35, seja lá quando isso venha a acontecer. A pressa com que foi assumida no entanto, sugere que a atual resistência a comprar material americano, não é mais do que um álibi fácil que caiu no colo dos governantes lusos, para justificar o adiamento (ou cancelamento) de um programa dispendioso, numa altura em que se fala em rever a Lei de Programação Militar, de acordo com as novas exigências internacionais.

Contudo, e sabendo como funciona o nosso país  (ie: só se faz alguma coisa de vulto quando vem dinheiro de Bruxelas), o mais provável é que se esteja a empurrar o problema com a barriga, para ser resolvido com recurso aos fundos do anunciado programa de rearmamento da Europa. Que virá naturalmente com uma exigência de "Made in EU", o que nos remete para as considerações já tecidas acima.

Seja qual for o caso, o futuro próximo não se avizinha brilhante para a aviação de caça portuguesa, que se arrisca a desbaratar as capacidades e know how adquiridos ao longo das últimas décadas com muito esforço, que colocaram a FAP ao nível das melhores do mundo, mas que com o passar dos dias (meses, anos) vão enfraquecendo.

Nota final/Adenda 15h10 13/03/2025

Ao contrário de alguns mitos que se foram perpetuando, o F-35A tem atualmente um custo de aquisição inferior ao do Rafale ou Eurofighter Typhoon, com custos de sustentação similares aos destes, mas sendo um caça de geração seguinte, com capacidades inigualáveis pela geração anterior. Já o Gripen E, além de mais caro que um F-16V, apresenta ainda imensas debilidades operacionais, bem como sistemas americanos, pelo que não se constitui como uma alternativa ao F-16 em nenhum aspeto.



FORÇA AÉREA NA FEIRA "QUALIFICA" NA EXPONOR [M2593 - 17/2025 ]

F-16AM em exibição na Qualifica, na Exponor até sábado, 15 de março de 2025    Foto: FAP

A Força Aérea está presente na Qualifica – Feira de Educação, Formação, Juventude e Emprego, que decorre na Exponor, no Porto, entre 12 (quarta-feira) e 15  de março (sábado).

Na sua 16. ª edição, a maior feira de educação e emprego do norte do país oferece aos visitantes a oportunidade de interagir diretamente com a Força Aérea. Em exposição encontra-se um avião F-16M, um drone OGASSA, simuladores de voo, óculos de realidade virtual para experiências imersivas, além de demonstrações cinotécnicas e de inativação de engenhos explosivos, entre outras atividades.

Cockpit de F-16 que pode ser experimentado pelos visitantes    Foto: FAP

Simuladores com óculos de realidade virtual        Foto: FAP 

Informações sobre cursos e recrutamento estão igualmente disponíveis. 

Depois da Qualifica, a Força Aérea ruma a Lisboa para igualmente marcar presença na Futurália, evento que se realiza de 26 a 29 de março, num evento também ele focado na educação, formação e futuro profissional.

Esta é uma excelente oportunidade para quem deseja conhecer as opções de formação para um futuro como militar na Força Aérea.




terça-feira, 11 de março de 2025

A AVENTUROSA VIAGEM DO PÁTRIA - De Portugal a Macau em avião, em 1924 [M2592 - 16/2025 ]


Em 2024 celebrámos o centenário da primeira Viagem aérea Portugal-Macau. Infelizmente esta grande epopeia foi apagada da memória dos portugueses, por conflitos políticos entre Sarmento Beires e o Estado Novo (tendo sido preso, exilado e expulso da Força Aérea - readmitido mais tarde). 
Celebram-se ainda os 50 anos do 25 de abril e de Liberdade,  não faz sentido  os portugueses não conhecerem a história destes 3 Heróis Nacionais, que realizaram a primeira viagem aérea, de Milfontes a Macau. 
Foi realizado o primeiro Crowfunding que se conhece, pois não foi permitido o uso de dinheiros da fazenda pública (ao contrário da primeira viagem transatlântica que teve apoio) e apenas viajaram com dinheiro do Povo português e de doações particulares. E devido a convergências políticas, esta viagem foi penalizada e não foi dado o devido valor. 
Este feito é valorizado não só, na história da aviação Nacional bem como na Internacional, sendo que Portugal esteve nas revistas e jornais da época e foram considerados como os Descobridores do séc. XX. Se nos descobrimentos tivemos Vasco da Gama a descobrir o caminho Marítimo para a Índia, em 1924, descobriu-se o caminho aéreo para a Índia e para Macau.
A Viagem teve dois grandes propósitos: o primeiro inscrever o nome de Portugal na história da aviação e o segundo propósito foi honrar Camões (pois foi em Macau que Camões viveu e escreveu os Lusíadas ou parte dele) e daí terem escrito na fuselagem do avião “ Esta é ditosa Pátria, minha Amada” dos Lusíadas.
Brito Paes, alentejano de Colos, tendo sido já premiado com o grau de cavaleiro na Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, em 1920 pela sua intervenção na 1ª Guerra Mundial, foi novamente condecorado, junto com os seus companheiros em 1924, obtendo o grau de Cavaleiro e de Comendador.
A Câmara Municipal de Odemira, o Museu do Ar e a Universidade do Porto juntaram-se para organizar as comemorações do Centenário.
Como professora de 1°ciclo e sobrinha bisneta do aviador, fui convidada a dar palestras nas escolas, tanto em Portugal como em Macau, e surgiu a ideia de escrever um livro sobre o feito, que foi lançado no dia 23 de novembro, na Escola Superior de Educação e Lisboa, "A Aventurosa Viagem do Pátria, de Portugal a Macau em avião, 1924" no âmbito das comemorações do Centenário da primeira viagem aérea Portugal-Macau, ilustrado por Leonor Almeida e editado pelas Edições Afrontamento.
O livro foi escrito para jovens e crianças, mas está a ser muito bem aceite pelo público mais adulto, pois está em formato de desenho e com um cariz de banda desenhada e rapidamente se consegue perceber a história real vivida por estes heróis nacionais.  


O livro conta com prefácio do Presidente da República e o seu Alto Patrocínio, a edição em Portugal teve apoio da Câmara Municipal de Odemira, Junta de Freguesia de Milfontes, Fundação Oriente, Fundação Jorge Álvares e Museu do Ar e recomendado por Luís Marques Mendes, no seu espaço de comentário na televisão. 
Este livro revela, não só a força portuguesa e o amor à Pátria destes três heróis nacionais, esquecidos na história, como também mostra que nunca devemos desistir dos nossos sonhos até alcançar o nosso objetivo. 
Com o lançamento e com a visibilidade do livro, surgiu a possibilidade de traduzir em Chinês, não só para os Macaenses/chineses residentes em Portugal, bem como residentes em Macau, já contado com diversos apoios de diferentes entidades.
A revista "Mais Alto" publicou, também, no seu número 468, de abril de 2024, um extenso artigo de 16 páginas sobre esta epopeia. 

A obra está disponível no site da editora (Afrontamento) e em livrarias como a Almedina, Bertrand, Fnac ou Wook (online).

Sinopse da obra:

Ao completarem o primeiro raide aéreo Lisboa-Macau em 1924, António Brito Pais, José Manuel Sarmento de Beires e Manuel Gouveia viveram uma aventura épica e deixaram inscrito o nome de Portugal na História da Aviação Mundial. Sem apoios financeiros e com um avião velho e pesado, voaram sobre territórios que até então nunca ninguém tinha ousado sobrevoar, nunca desistindo perante as muitas adversidades com que se depararam. Este livro narra aos jovens de hoje a extraordinária façanha destes três heróis e seu o amor à Pátria, mas também mostra que nunca devemos desistir dos nossos sonhos até os alcançarmos.

Biografia das autoras:

Filipa de Brito Pais Falcão (Lisboa, 1977), sobrinha-bisneta do aviador António Brito Pais, é professora do 1º ciclo, presentemente a lecionar em Palmela, onde reside, tendo antes ensinado em várias escolas, nomeadamente no Agrupamento de Escolas Brito Paes, em Colos (Odemira), na Escola Portuguesa de Moçambique e no Externato Frei Luís de Sousa – Almada, onde também foi aluna. Frequentou o curso de Direito, mas o gosto pela educação foi mais forte e licenciou-se na Escola Superior de Educação de Lisboa, estando na atualidade a concluir o mestrado em Administração Educacional. Casada e mãe de duas jovens adolescentes, é Dirigente no Agrupamento de Escuteiros do Corpo Nacional de Escutas, faz voluntariado e já viajou pelos cinco continentes, sozinha, em família ou com amigos.

Leonor Almeida (Covilhã, 2000) é ilustradora e designer licenciada em Design de Comunicação pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (2022). Tem participado em várias exposições e publicações, destacando-se a sua participação no livro colaborativo “50 Abris” (2024), editado pela Truz Truz Editora, e na ilustração da capa do volume 14 da revista londrina “Phi Magazine” (2023). Foi uma das artistas na edição de 2023 da mostra pública Poster Mostra em Marvila e recebeu uma menção honrosa do Prémio Lisboa Capital Verde. É cofundadora do coletivo artístico Entretanto, e desenvolve projetos de ilustração e design para diferentes formatos utilizando técnicas digitais e tradicionais.


Texto: Filipa Brito Pais
Edição: Pássaro de Ferro

segunda-feira, 10 de março de 2025

PORTUGAL CEDEU HELICÓPTEROS PUMA À UCRÂNIA [M2591 - 15/2025 ]

Helicópteros SA-330S1 Puma ex-FAP armazenados em 2012
 

Um número não revelado de helicópteros Puma consta da listagem do Ministério da Defesa Nacional com o apoio militar à Ucrânia pelo Estado Português, atribuído ao quarto trimestre de 2024.

Recordamos que a frota SA-330S Puma se encontra desactivada desde 2011, quando foi definitivamente substituída pelos EH101 Merlin, e foi já alvo de vários concursos para a sua alienação, sempre sem sucesso.

A descrição das aeronaves que foram disponibilizadas para venda pela última vez, através da plataforma NATO Support and Procurement Agency em 2022/23, relativa aos helicópteros ex-Força Aérea Portuguesa, incluía oito lotes relativos a outras tantas células SA-330 (ver listagem abaixo) e ainda oito lotes adicionais relativos a peças de reposição sobressalentes.

Estes helicópteros foram recebidos em 1969 (4 células), 1970 (3 células) e 1975 (1 célula), tendo ainda atuado na Guerra do Ultramar (exceto a célula n/c 19513), e regressado à metrópole depois da retracção no fim da guerra, atuando principalmente nas funções de Busca e Salvamento, tanto a partir da BA6 no Montijo, como a BA4 nas Lajes. 

As últimas unidades foram retiradas definitivamente em 2011, com o potencial de voo esgotado, necessitando de manutenção e investimento profundo para poderem retornar a condições de voo, tal como se pode observar na listagem acima, relativa às condições de venda. Este terá sido aliás, o motivo pelo qual nunca encontraram comprador.

Não havendo ainda confirmação de que a doação à Ucrânia tenha contemplado a totalidade destas aeronaves, esta frota parece contudo estar de regresso a teatro de guerra, passado meio século, assim aquele país consiga realizar a necessária manutenção às aeronaves.

De lembrar que Portugal forneceu já à Ucrânia também a frota Kamov Ka-32 ex-Proteção Civil, que se encontrava igualmente imobilizada.



domingo, 9 de março de 2025

DIA DA MARINHA EM VIANA DO CASTELO - maio 2025 [M2590 - 14/2025 ]

Lynx Mk.95A da Esquadrilha de Helicópteros da Marinha 

A comemoração dos 527 anos da Marinha Portuguesa terão lugar este ano em Viana do Castelo, e irão incluir exposições de meios, concertos, desporto, batismos de mar e visitas ao Navio-Escola Sagres, entre diversas outras atividades, previstas para o mês de maio.

Está também prevista a participação dos helicópteros Lynx Mk.95A da Esquadrilha de Helicópteros da Marinha, embora em moldes, dias e horários ainda por confirmar.

Segue o programa conhecido para já, que será atualizado sempre que se justifique:​​


10 e 11 de maio

Local: Estação Viana Shopping

Horário: 10h00 – 23h00


-Corpo de Fuzileiros

-Banda da Armada

-Célula de Inovação e Experimentação Operacional de Sistemas Não Tripulados (CEOV)

-Instituto de Socorros a Náufragos (ISN)

-Escola de Tecnologias Navais (ETNA)


Navio-escola NRP Sagres e helicóptero Lynx Mk.95A na comemorações do Dia da Marinha no Porto em 2023


14 a 20 de maio


Visita a Navios

Horário: 10h00 às 12h00

              14h00 às 18h00


15 a 20 de maio


Núcleo Expositivo Interior

Local: Centro Cultural de Viana do Castelo

Horário: 10h00 às 21h00


Núcleo Expositivo Exterior

Local: Jardim Público de Viana do Castelo

Horário: 10h00 às 21h00


Batismos de Mar

Horários: 10h00 às 12h00

               14h00 às 18h00

Local: Cais da Marina


16 de maio


Concerto da Banda da Armada com Gisela João 

Local:Praça da Liberdade

Horário: 21h30


18 de maio 


Celebração Religiosa

Local: Sé Catedral de Viana do Castelo

Horário: 10h30


Cerimónia Militar

Local: Parque de Estacionamento junto ao Navio-hospital Gil Eanes

Horário: 12h00


Demonstração Naval

Local: Em frente ao Parque de Estacionamento junto ao Navio-hospital Gil Eanes

Horário: 13h30



quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

CIRRUS PARA A FORÇA AÉREA E BLACK HAWK PARA O EXÉRCITO [M2589 - 13/2025 ]

Cirrus SR22T     Ilustração: Cirrus

Na audição do ministro da Defesa na Comissão de Defesa Nacional ontem, 25 de fevereiro de 2025, Nuno Melo revelou a compra de  aviões de instrução Cirrus para a Força Aérea e helicópteros Black Hawk para o Exército.

E se os modelos eleitos para os respetivos programas de (re)apetrechamento destes dois ramos das Forças Armadas Portuguesas eram já algo esperados e até comentados, as quantidades anunciadas foram algo surpreendentes, bem como alguns dos valores envolvidos.

Por exemplo doze aviões de instrução básica Cirrus, revelados pelo titular da pasta da Defesa, para substituir os vetustos Chipmunk, por 7,3M EUR, são uma quantidade consideravelmente superior aos sete exemplares inscritos no Caderno de Encargos do programa de aquisição.

Helicóptero de combate UH-60 Black Hawk

Nuno Melo acrescentou ainda que os "cinco Black Hawk para o Exército" custarão 50M EUR, quando o Despacho que autoriza a aquisição de helicópteros de apoio, proteção e evacuação para o Exército Português menciona 40,9M EUR e a quantidade anteriormente anunciada era de quatro helicópteros (3+1 opção). Por outro lado, a verba inicialmente inscrita na Lei de Programação Militar (LPM) para este programa, era de facto de 53M EUR, um valor mais próximo do agora ventilado pelo ministro da Defesa.

Note-se que estes Black Hawk não estão relacionados com os já adquiridos para a Força Aérea, para o combate a incêndios florestais e missões de proteção civil.

Contudo, dada a discrepância de alguns destes dados, com os valores e quantidades anteriormente inscritos nos respetivos programas, os dados agora revelados carecem de confirmação na documentação que oficializa estas aquisições, bem seja publicada. Nuno Melo adiantou no entanto, que algumas compras estão a ser realizadas com verbas da LPM, enquanto outras não, o que poderá explicar algumas das alterações.

Em resposta a pergunta do deputado Nelson Brito do PS, o ministro da Defesa esclareceu ainda que a decisão de mudar o atual Campo de Tiro da Força Aérea para os concelhos de Mértola e Serpa, devido à previsível construção do novo aeroporto de Lisboa nos terrenos do atual Campo de Tiro dito de Alcochete, ainda não está tomada, apesar dos estudos que indicavam a sua nova localização nos concelhos do Baixo Alentejo, e que transitaram do anterior Governo.

De igual modo adiantou que do investimento de 200M EUR em doze aeronaves A-29N Super Tucano de origem brasileira e respetivo simulador, 75M EUR serão integrados na indústria de Defesa nacional.

Anunciou ainda um investimento de 39M EUR no sistema de proteção antiaérea Rapid Ranger para o Exército.






sábado, 22 de fevereiro de 2025

MINISTRO DA DEFESA VISITA EMBRAER NO BRASIL [M2588 - 12/2025 ]

Comitiva do MDN, militares da FAP e representantes da Embraer em frente o futuro KC-390 da FAP n/c 26903   Foto: MDN

O ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, realizou uma visita às instalações da Embraer em Gavião Peixoto, no decorrer da passada semana, que "teve como objetivo o fortalecimento da parceria estratégica luso-brasileira, no domínio da segurança e defesa aeroespacial, com destaque para a OGMA, as aeronaves KC-390 e A-29 Super Tucano que equipam a Força Aérea Portuguesa", segundo pode ler-se nas redes sociais do Ministério da Defesa (MDN).

A visita teve lugar na sequência da 14ª Cimeira Luso Brasileira, para a qual se deslocaram ao Brasil vários elementos do atual Governo.


Fotos: MDN
Nas fotos divulgadas, pode observar-se Nuno Melo a assinar o que se pensa ser o futuro avião multimissão KC-390 n/c 26903 da Força Aérea Portuguesa  (n/s 39000017). Da análise ao estado de construção do aparelho, pode depreender-se que, apesar do avançado estado de montagem, a entrega ainda não estará para breve. Embora inicialmente tenha sido divulgado que as entregas iriam acontecer até ao final do primeiro trimestre em cada ano até 2027, na verdade a calendarização contratual prevê apenas uma entrega anual, sem especificar mais prazos.

Foto: MDN
Em sentido contrário, o plano de pagamentos para a quarta aeronave (n/c 26904 a entregar em 2026) foi adiantado, através de Despacho do MDN de dezembro de 2024, devido à antecipação para novembro de 2024, do cronograma da entrega da etapa contratual «Estação de Montagem Estrutural — AC4», que se encontrava inicialmente prevista para maio de 2025. No mesmo documento pode ler-se que esta operação "permitiu a mitigação das perdas financeiras resultantes da escalada dos índices de revisão de preços provocadas pelas taxas de inflação".

Recordamos que o Estado Português adquiriu cinco aeronaves de transporte multimissão KC-390, (com opção de uma sexta célula adicional), através de contrato assinado em 2019, com entregas previstas ocorrer entre 2023 e 2027.

Comitiva do MDN ao receber miniaturas do KC-390 e A-29 Super Tucano   Foto: MDN
Apesar do A-29 Super Tucano também ser referido no texto que acompanhou as fotos da visita à Embraer, nenhuma imagem foi divulgada destas aeronaves, à parte da miniatura oferecida pela na ocasião. Portugal adquiriu uam dúzia de A-29N por contrato assinado em dezembro de 2024, e cuja entrega está prevista até ao final do corrente ano de 2025.



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