LTV A-7P Corsair II - 5510 - em 16 de Junho de 1985, (BA5) - Foto: Jorge Ruivo via Airliners.net
Neste dia, estava na minha aldeia, no pátio da minha casa. O dia apresentava-se cinzento, com um tecto de nuvens baixas e vento fraco.
De repente, surge o típico som de um A-7P a cruzar o céu. Um barulho que já naqueles dias saberia identificar se uns olhos vendados me impedissem de ver a sua fonte. Rapidamente o captei com o olhar pois vinha praticamente à vertical da minha casa, a uns 500 pés de altitude. Reparei que tinha ainda o primeiro esquema de pintura, com o cinza-claro nas superficies inferiores.
Vinha relativamente "devagar" e do bocal de exaustão saía um fumo negro e característico que o identificava a muitas milhas de distância.
Por aqueles dias, os admiradores do A-7P (que talvez deles eu fosse o maior) viviam apreensivos dado o elevado número de acidentes já ocorridos com o SLUF. Ao ver passar aquele A-7P, um frio arrepio me tomou de assalto. Eram já 4 da tarde e a noite batia à porta do céu. Estranhei aquele vôo solitário, lento e baixo.
Naquele dia, mais tarde, no Telejornal, a notícia de abertura falava na "queda de mais um A-7P", desta vez em Vila Viçosa, infelizmente com a perda do piloto.
O avião que se perdeu foi o 5510. Não sei como se chamava o piloto (peço ajuda a quem souber...) mas sei que aquele avião que vi passar não foi o que se perdeu. Na altura da perda do 5510, o seu esquema de camuflagem era já o wrap around integral e o que vi era de pintura original. Novo arrepio de toma de assalto. Lembro-me bem de durante uns dias ter sentido a perda do homem, que eu não conhecia, e do avião.
Volvidos estes 17 anos, aqui lhe presto a minha homenagem através deste testemunho real e que a minha memória carregará para sempre!
1 Comentários:
Bonito e sentida homenagem ao piloto Soares oriundo na altura, dos Fiats e do E-3A Awacs. Estive com ele em 1980 na B.A.6 do Montijo na esquadra 301 doa Fiat's.
carlos schmidt
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