F16XL ---------------------------------------------- Saab Draken
Decorria o ano de 1988 e vinha eu da Escola Secundária (que agora penso chamar-se Terceiro Ciclo…) pela hora de almoço, quando no espaço entre as duas serras que ladeiam a estrada, vejo rasgarem os céus duas estranhas, para não dizer inéditas silhuetas: camuflagem escura (verde ou cinzento - o dia também não ajudava nesse particular), nariz pontiagudo e o mais estranho de tudo, asas em duplo delta!
Seguidamente surgiram mais duas silhuetas, essas já bem mais familiares, embora sempre motivo de grande entusiasmo, de dois robustos A-7P Corsair II.
Mas as duas primeiras figuras seriam motivo de cuidada análise.
Como alguns se lembrarão, em 88 do século passado eram ainda editados semanalmente os fascículos da excelente (a até aos dias de hoje, quiçá inultrapassada) enciclopédia de aviação militar da editora Nova Cultural, “Aviões de Guerra”. Nessa altura falava-se também já, que o Governo português estaria a analisar sucessores para os há muito tempo extintos F-86F. Falava-se em F-5, F-20 ou uma versão avançada do F-16. Ora, o F-16XL (versão experimental com área alar significativamente aumentada) assentava que nem uma luva na silhueta que tinha visto. Dito e feito que Portugal andava a experimentar o F-16XL.
Só quando meses mais tarde na “Mais Alto” vi a notícia de um Squadron Exchange com os RF-35 Draken da Força Aérea Dinamarquesa, me apercebi que o duplo delta não pertencia à tão desejada versão avançada do F-16, mas a esses estranhos (e improváveis) dragões voadores da Saab.
Os “Aviões de Guerra” ainda não tinham editado o fascículo a eles dedicado. E os F-16 que chegariam a Portugal seis anos mais tarde, não foram nenhuma versão avançada.
Paulo "Wildething 07" Mata
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