Mudei recentemente de casa, para uma zona onde há já quase um ano procurava apartamento para me instalar. A zona, essa, era pouco questionável, a dúvida estava apenas em se era mais abaixo ou mais acima, mas sempre dentro do bairro onde residi por largos anos (mais precisamente dezassete) e para onde estava decidido a voltar.
Das últimas vezes que por lá tinha passado, observei no relvado contíguo ao prédio onde acabei por encontrar finalmente guarida, uma barraca com cara de vir a albergar uma qualquer feira ou exposição temporária. A Feira do Livro teve até há já alguns anos localização perto do mesmo local, pelo que não me levou a desconfiar de nada, nem tampouco aguçou a minha curiosidade.
Quiseram os astros ou essas forças que não controlamos e a que também chamamos de destino ou fado, para ser mais lusitano, que no dia em que me mudo de armas e bagagens, tivesse a tenda revelado o seu segredo, estando um L-39 Albatros estacionado na frente do prédio onde me instalava, qual presente de boas-vindas.
Mesmo para quem está habituado a ver aviões de perto, a visão encerrava tanto de inaudito como de extemporâneo, ao ir a conduzir e dar com um avião de frente em plena cidade.
Para rematar a história fica o comentário que me escapou, uma vez que vinha de conversa ao telemóvel com um amigo (com auricular, que sem ele dá multa e é perigoso), o qual interrompi para proferir um sonoro: “F*d@-se, ‘tá um avião à beira da estrada!”
O meu amigo aconselhou-me a deixar a droga…
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