Fez ontem, 25 de Julho de 2009, 14 anos que a FAP perdeu, em acidente, o A-7P 15533.
A perda ocorreu na zona do Baleizão, perto de Beja, tendo o então Maj Pilav Craveiro , piloto da então Esquadra 302 - Falcões conseguido ejectar-se com sucesso.
Coincidentemente ou não, este viria a ser o último acidente ocorrido com a frota A-7P, o único acidente "fatal" verificado já depois da aquisição do simulador para o SLUF, consumada em 1994.
Aliás, analisado o historial de acidentes do frota A-7P, pode inferir-se, sem qualquer espécie de "prova" e resultado apenas de factos consumados e deduções com algum grau de "lógica", que depois da aquisição do simulador, o número de acidentes com o A-7P diminuiu, pese embora se deva integrar nesta equação a redução do número de aparelhos operacionais.
Seja como for, a operação do simulador do A-7P terá, muito certamente, contribuído para um melhor treino dos pilotos, ajudando a superar/apurar o treino de situações problemáticas, factos que nunca ocorreram antes e que terão levado, como é lícito supor, a que alguns acidentes ocorridos devido a falha humana se possam ter dado por limitações no treino que, muitas vezes, o simulador pode proporcionar em termos técnicos e de procedimentos e onde o piloto pode, digamos assim, falhar.
Voltando à história, este acidente está relatado na primeira pessoa, pela mão do próprio Maj Pilav Eurico Craveiro, no livro "Corsair II - Vought A-7P". Toda a história é bem elucidativa da complexidade de algumas fases da operação do Corsair II na FAP, já amplamente glosadas aqui no Pássaro de Ferro.
Ora neste dia 25 de Julho de 1995, encontrava-me de férias no Baleal, perto de Peniche e a meio da tarde vi uma formação de quatro Jaguares ingleses quase sobre a linha de costa, a uns 4 ou 5 mil pés de altitude.
Para além da emoção de ver o Jaguar, um avião pelo qual sempre nutri enorme simpatia, achei estranho estarem a voar sozinhos, já que sabia que estava a decorrer um "Squadron Exchange" e que seria natural que os A-7P estivessem a voar missões simultâneas com os Jaguares britânicos.
Pouco depois, ouvi na rádio a notícia da queda do A-7P na zona de Beja, por "falha mecânica" mas que o piloto consegui "saltar de pára-quedas do avião" tendo-se, por isso, salvo... Eu sempre gostei da terminologia "simplista" deste tipo de notícias...
A notícia deste acidente deixou-me obviamente triste, pese embora aliviado por não terem ocorrido danos pessoais. É que poucos dias antes, em Monte Real, durante o Festival Aéreo de 1995, o 15533 estava em exposição estática, conforme documentam as duas belas fotos do Paulo "Wildething" Mata.
1 Comentários:
Acabei de ler o seu Post e fiquei sensibilizado!
Aqui está a prova de que há palavras que não são levadas pelo vento! As suas fizeram-me reavivar um turbilhão de memórias...
Parabéns pela excelente narrativa.
Fica aqui o meu contacto para o caso de querer visitar o ninho da aviação de caça.
eurico.craveiro@gmail.com
Com os melhores cumprimentos,
EC
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