A-7E grego - 22/07/2009
F-86F português - 04/10/1990
Quando no dia 10 de Julho passado escrevi “true love never dies”, numa alusão ao alegado poder do Conde Drácula de fazer regressar à vida aqueles por ele tocados, estava ainda longe de conhecer a surpresa reservada pela organização dos festejos dos 50 anos da BA5.
Com efeito os A-7 voltaram a voar nos céus lusitanos. E mesmo se isso não foi visível no dia dos festejos marcados para 22, apenas o facto de os ver rolar em Monte Real 10 anos depois da declarada “morte” da frota nacional, fez-me perceber o brilho que vi nos olhos de algumas pessoas, quando em 1990 vi um F-86 rolar nessa mesma base, também 10 anos depois da sua retirada de serviço. Quem diz que não se pode sentir afecto por objectos ou máquinas, está redondamente enganado. Ou isso ou estamos muitos de nós, que nos afeiçoamos a um carro, um avião, uma peça de arte.
Poder voltar a ver um A-7 operacional foi um privilégio, mesmo se não foi pela mão (ou dentes) do Conde Drácula. Talvez um seu parente helénico, quiçá de seu nome “Visconde de Dracopoulos”. O barulho não era bem o mesmo (até porque o motor não é igual) mas a imponência do Corsair fez-se notar, como tantas vezes ao longo de quase duas décadas.
Há que ter esperança que alguma das células do A-7P tristemente abandonadas por alguns recantos da base, tenha sido contaminada pelos últimos sobreviventes dessa nobre família e volte a ter vida outra vez.
Às vezes é preciso pouco mais do que vontade.
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