quarta-feira, 30 de setembro de 2009

SALA DE OPERAÇÕES DO PÁSSARO DE FERRO


O "Pássaro de Ferro - Operations" vai abrir a partir das 00:01h de 1 de Outubro.
Trata-se de uma nova área do Pássaro de Ferro original, dedicada a "Operações" que efectuámos (eu e o Paulo Mata) desde 1997, altura em que iniciámos o trabalho sobre a operação do A-7P na FAP.
Depois desse trabalho, publicado na revista "Mais Alto", executámos a "operação" dos "10 anos de F-16 em Portugal", trabalho que agora passa a estar disponível no "Pássaro de Ferro - Operations", depois de ter sido publicado, uma vez mais, na "Mais Alto"e na "Avion Revue",
Futuramente, serão dadas a conhecer outras "operações" que já realizámos; outras em fase de execução e, finalmente, outras em preparação que, pela sua extensão e complexidade, não se enquadram no "espírito mais sucinto" do Pássaro de Ferro e sendo, ao mesmo tempo, o corolário do crescimento alcançado que, já o afirmámos, sendo gratificante é, também, factor de responsabilização para fazer mais e melhor.

Contamos com as vossas visitas e comentários, que desde já agradecemos!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O GRANDE ARTISTA
























António Ideias foi o representante nacional no campeonato mundial de acrobacia, facto que aplaudimos como aplaudimos o Pedro Lamy quando se estreou na Formula 1.

A forma despreocupada (quase indiferente) com que descreve (em tempo real) as manobras que executa, faz parecer a arte de desenhar os céus com piruetas e malabarismos (outro modo de dizer tounneaux e loopings) quase natural e desprovida de dificuldade. Nada mais errado.
É contudo nessa naturalidade que se observa nos fora-de-série, que se distingue o génio de quem executa a sua arte como quem respira. E faz parecer fácil o que é difícil.

Recorrendo à sub-cultura futebolística que há uns anos apelidou um conhecido jogador pelos seus dotes artísticos com a bola nos pés, quem já teve o privilégio de ver uma exibição do António Ideias, diz sem qualquer tipo de favor que também ele é “Um Grande Artista”.

As fotos não serão porventura o melhor meio de registar a arte da acrobacia aérea, pecando de mal incontornável. Esperamos no entanto que façam minimamente justiça ao que se retrata aqui hoje.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

PORTUGAL AIR SHOW 2009

























No passado fim-de-semana, o aeródromo de Évora foi palco de mais uma edição do Portugal Air Show, facto sobejamente sabido por toda a comunidade de aficionados da aviação, dentro e além fronteiras.

Como atracções este ano aguardavam-se raridades como o Sea Fury, um P-51 Mustang e um Antonov An-2. O programa integrava ainda demonstrações de Lynx da Marinha, da esquadrilha acrobática espanhola “Patrulla Aguila” em C-101 Mirlo, dos “Rotores de Portugal” em Alouette III, dos “Smokewings” em Yak-52 e a exibição solo de António Ideias no seu Extra 300. Para apimentar o programa, passagens de F-16 da Força Aérea Portuguesa.

Motivos por isso mais do que suficientes para levar connaiseurs e plebeus a deslocarem-se algumas centenas de quilómetros se necessário, para marcar presença.

Algumas contrariedades no entanto levariam a empobrecer o espectáculo, tendo à última da hora sido canceladas as presenças do P-51 Mustang e Antonov An-2, estrelas maiores do certame.

Do programa reservado para domingo, as actuações realmente realizadas estiveram no entanto em bom plano, com especial destaque para a “Patrulla Aguila”, que embora não sendo novidade no nosso país, arrancaria uma demonstração irrepreensível, incluindo as manobras exclusivas pelas quais é conhecida.

Igualmente entusiasmante a exibição de António Ideias, que não deixa nunca ninguém indiferente, para além do Hawker Sea Fury, único sobrevivente dos clássicos previstos para a edição deste ano do Portugal Air Show.

Um Piper Cub e um quase incontável número de voos em aeronaves civis povoariam os céus de Évora durante todos os tempos mortos, proporcionando voos aos visitantes que se candidataram.

O espaço destinado a expositores albergou um sem-número de stands, rodeando as aeronaves em exposição estática, e incluíu os três ramos das forças armadas, associações de profissionais, entusiastas, empresas de tecnologia, transporte, merchandising, brinquedos e o que mais se pudesse imaginar, sinal de que o sector continua atento às oportunidades de se mostrar. De salientar a presença de um expositor da Unidade de Aviação do Exército, cujos helicópteros têm (finalmente) data de entrega prevista para 2012.

O Portugal Air Show regressará em 2011, espera-se que com melhorias a nível de organização, nomeadamente no que respeita à visão para a pista (se as bancadas são de saudar, o exíguo espaço entre as traseiras dos stands e a vedação de pista estrangulou o acesso do público), bem como o site do evento, alvo de queixas de muitos internautas que em busca de informação, se deparariam com um bug que impossibilitou o seu visionamento quando mais necessário, aliado a uma tardia definição do programa.

O Portugal Air Show está encerrado por este ano, ficando para a posteridade as fotos que registam alguns dos momentos altos da edição de 2009.



sábado, 19 de setembro de 2009

O PORTUGAL AIR SHOW

Foto: A-330 da Air Luxor - (c) A. Luís

Foto: (c) Spitfire no PAS-2003 - (c) Alexandre Vieira - Olhares.com

Na história deste evento, apenas duas vezes marquei presença em Évora. Em 2003, de que retenho a exibição do Spitfire e 2005, em que me marcou ver a exibição de performance do A-330 da Air Luxor, já que pela primeira vez assisti à demonstração de um aparelho que é suposto vermos ou estacionado nos aeroportos, ou a 35 mil pés de altitude, ligando continentes.
Para além da paixão pelos aviões, uma estranha atracção pela terra alentejana transformou a ida a Évora um espécie de ritual mágico. Para além das fotos aos aviões, o caminho para lá de Santarém torna-se fotogénico a todo o instante. Paramos e captamos imagens. Até um certo silêncio plano se torna companheiro apetecido.
Não vos consigo explicar a estranha e arrepiante união que se dá no meu espírito quando junto o Alentejo com os aviões.
Não será difícil tentar adivinhar o que sentirão os pilotos, dentro das suas máquinas, quando sobrevoam a planície alentejana, o seu alvo casario, as águas do Alqueva, os barrancos, a solidão dos sobreiros e das azinheiras...
Em 2007 e este ano, motivos pessoais arredaram-me do Portugal Air Show. Tenho muita pena...
Espero, por isso, com alguma ansiedade, a reportagem do Paulo Mata (repórter do Pássaro de Ferro no Portugal Air Show), bem como impressões e fotos de outros aficionados que aqui as queiram deixar ou nos seus respectivos espaços de autor ou divulgação.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

AS CORRIDAS AÉREAS E A NAÇÃO

















Só nos tempos mais actuais começaram a aparecer shows aéreos sem serem patrocinados pelo Estado ou pela Força Aérea. De igual modo as patrulhas acrobáticas ou solo displays, apesar de serem tradição em muitos países, em Portugal estiveram quase sempre reservados também a elementos das Forças Armadas e pelas Forças Armadas. Talvez porque a evolução da aviação se deu num período da história em que o dinheiro não abundava e os desportos caros não eram possíveis sem o patrocínio da Nação, ou entidades com envergadura suficiente para suportar os gastos inerentes, bem como toda a logística associada.
As corridas aéreas, largamente popularizadas nos EUA desde as décadas de 20 e 30 do século pretérito, eram por isso praticamente desconhecidas no nosso país. Foi só já no século XXI que este tipo de tradição conheceu um boom, com o aparecimento de alguns certames aeronáuticos, corridas aéreas e patrulhas acrobáticas ou pilotos solo, particulares.
Com uma adesão extraordinária por parte do público desde a sua primeira edição, a Red Bull Air Race é porventura o evento aeronáutico mais mediático realizado no nosso país. O passado fim de semana levou ao Porto e a Gaia a 3ª edição da popular corrida patrocinada pela bebida que alegadamente dá asas mesmo a quem não as tem.
Iniciado o espectáculo, a patrulha particular "sponsorizada" pela marca de relógios Breitling, evoluiu sobre o vale do Douro com brilhantismo e exactidão semelhantes à da reconhecida marca suíça de que ostenta o nome.
Considerada a “Fórmula 1 dos céus”, a corrida propriamente dita, entusiasmou novos e velhos (ao meu lado esteve uma senhora que arrisco dizer teria seguramente noventa anos), gordos e magros, homens e mulheres. De olhos ou objectivas fixas nos ares, foram registando na memória (mental ou digital) os melhores momentos proporcionados pelo certame. Empoleiraram-se em cima do que havia para melhorar o campo de visão, fizeram também eles acrobacias dignas de registo.
A presença de aeronaves das Forças Armadas (F-16, Alpha Jet, Chipmunk) e algumas das suas patrulhas acrobáticas ou exibições solo (Lynx, Alouette III – “Rotores de Portugal”) secundaram o evento principal, além de preencherem tempos mortos no espectáculo, ajudando a abrilhantar o dia e piscando o olho àqueles que queiram fazer de voar o seu modo de vida.
A Red Bull Air Race, conseguiu sem dúvida dar uma visibilidade sem precedentes à aeronáutica e à aviação em geral, que andava porventura esquecida, por entre falta de dinheiro nas instituições, falta de patrocínios, falta de entusiastas, falta de vocações, falta de políticas adequadas e coerentes com os interesses e necessidades do país. As Forças Armadas com certeza agradecem o estímulo que certamente teve nos mais novos e no despertar de novos talentos um tal evento. O país também.
Reflexões à parte, a Red Bull Air Race é um grande espectáculo e estão de parabéns todos os que proporcionaram mais uma vez a sua realização no nosso país.
Para a história fica ainda o nome do vencedor de 2009: Paul Bonhomme.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

RED BULL AIR RACE 2009

















Amanhã a segunda parte.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

ROTORES DE PORTUGAL ENCERRAM O RBAR 2009 - PORTO


"Rotores de Portugal" - Foto: Jorge Ruivo


A Patrulha Acrobática da Força Aérea Portuguesa, Rotores de Portugal, terá a honra, no próximo dia 13 de Setembro, por volta da 16.40 horas de encerrar a edição do Porto, da competição aérea sobejamente conhecida, Red Bull Air Race.

Numa demonstração preparada especificamente para a ocasião, a exibição dos Rotores de Portugal será um momento alto, nesta tarde de Domingo, graças à sincronia, à dificuldade e à beleza das figuras apresentadas sobre o rio Douro.

Para além da Patrulha Acrobática, estará também presente o Centro de Recrutamento da Força Aérea bem como um helicóptero Alouette III em exposição estática.

Os muitos espectadores, que esta competição atrai, poderão ainda assistir às passagens de aeronaves da Força Aérea, nomeadamente de CHIPMUNK, de ALPHA-JET e de F16.

Press Release da FAP 55/09

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

NATAL É QUANDO UM HOMEM QUISER


Embraer EMB-314 Super Tucano (ou AT-29)


Linha da frente dos AT-29 Super Tucano


Embraer EMB-120 Brasília


Embraer EMB-145 (ou R-99)


Helibras H-50 Esquilo


Embraer AT-26 Xavante

Como o verdadeiro entusiasta da causa aeronáutica raramente é capaz de ter presença de espírito suficiente para distinguir férias de uma actividade aeronáutica, o descanso programado para o verão de 2009 tinha que contemplar um qualquer destino relacionado com aviões (para além dos da viagem, mas autocarros com asas já se sabe que não contam).


Ora Natal, capital do Rio Grande do Norte no Brasil, permitia contentar gregos e troianos (entenda-se repórter e namorada), com belas praias e paisagens luxuriantes e ao mesmo tempo garantir actividade aérea proporcionada pela Base Aérea de Natal.

Logo na noite de chegada, ao taxiar no aeroporto (a BANT é comum com o aeroporto civil) o Airbus A310 onde viajava proporcionou uma vista sobre a linha da frente dos aviões militares, permitindo reconhecer facilmente os abrigos vistos recentemente em fotos do exercício multinacional “Cruzex”, ali realizado bianualmente. Não deu para mais do que isso dado ser noite cerrada e qualquer tentativa de foto sair ferida de insucesso à nascença por todas as condicionantes (avião em movimento, pouca luz, lente com pouca amplitude focal, objectos longe).

Seria apenas dois dias mais tarde que voltaria a ver os aviões que operam a partir da BANT, quando num passeio de buggy no cimo de uma das famosas dunas móveis do nordeste brasileiro pude ver passar uma parelha de AT-29 Super Tucano seguida de outra de AT-26 Xavante. Foi o suficiente para causar desassossego e ajudar a definir o verdadeiro objectivo das férias: o Pássaro de Ferro tinha que fazer uma reportagem na Base Aérea de Natal.


Com o objectivo aclarado foram efectuados os necessários contactos para que tal viesse a acontecer.

Fomos por isso muito bem recebidos na base sede do 1ºEsq/4º GAv (Pacau) que opera o AT-26 Xavante, o 2ºEsq/5º GAv (Joker) com o AT-29 Super Tucano e o 1ºEsq/11º GAv (Gavião) que opera os helicópteros UH-50 Esquilo. Houve ainda oportunidade para ver descolar um R-99 (EMB-145) e um EMB-120 Brasília, o primeiro muito difícil de conseguir ver na Europa (apenas a Grécia opera o aparelho).


É por isso que no fim das férias apeteceu dizer “Natal é quando um homem quiser”. Mesmo que seja no pico do Verão (OK, lá é Inverno, mas o Natal é em Dezembro na mesma, quando lá é Verão. E não vale a pena embrulhar mais).


Brevemente na Sala de Operações do Pássaro de Ferro, a verdadeira reportagem da passagem pela Base Aérea de Natal.


PS: O Pássaro de Ferro agradece a todos os que na Força Aérea Brasileira tornaram possível esta e a próxima reportagem a publicar sobre a Base Aérea de Natal. Um agradecimento especial também para o Paulo Oliveira.



sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O NIMROD

Nimrod MRA4 - Crédito da foto

O Hawker Siddley Nimrod é mais um dos meus ícones favoritos no domínio da aviação militar.
Desde sempre que, sobre ele, nutri um interesse mais ou menos irracional, sustentado, sobretudo, na sua aparência algo bizarra.
Comecei por perceber que ele era um sucedâneo do velhinho e pioneiro "Havilland Comet", adaptado à luta anti-submarina e patrulha marítima geral.
Este avião, para não variar, assume, em termos estéticos, a linha de muitos aparelhos da sua geração, alguns deles já aqui abordados, nomeadamente o Handley Page Victor. Não se pode dizer, efectivamente, que seja um avião apelativo à estética.
Aliás, os Britânicos, vistas bem as coisas, darão primazia ao conteúdo em detrimento da aparência, análise feita à luz das evidências, com pontuais e famosas excepções, reflectidas, entre outros no Spitfire.
Mas, estéticas à parte, abordemos então um pouco as potencialidades destes aparelhos.
O Nimrod fez o seu primeiro voo em 1967 e entrou ao serviço efectivo em 1969.

Nimrod AEW - Crédito da foto

Foram construídos cerca de 50 aparelhos, que percorreram várias versões, como o MR1, R1, MR2, AEW3, MRA4, desde o reconhecimento marítimo, reconhecimento e Alerta Antecipado (AEW) - Airborne Early Warning - (papel entretanto assumido pelos E-3 Sentry da RAF).
Presentemente, a RAF opera apenas as versões R1 e MR2.

Nimrod MR2 - Crédito da foto

Estes aparelhos transportam na sua panóplia o AGM-84 Harpoon, míssil típico da luta anti-submarina, para além de sonares, sono-bóias e o AIM-9 Sidewinder para auto defesa.
Alguns tiveram, em tempos, capacidade para transportar armas nucleares, situação que baralhava um pouco a sua natureza, dado assumir, nessa altura,uma missão de "quase bombardeiro".
Estão equipados com 4 motores Turbofan Rolls-Royce Spey, voam a velocidades que variam entre os 750 km/h - velocidade de cruzeiro, e os925 km/h de velocidade máxima, operando num tecto de serviço máximo a rondar os 13 mil metros (42 a 44 mil pés).

Nimrod R1 - Crédito da foto

Em conclusão, o Nimrod é um avião que resiste ainda ao tempo e segue na sua missão ombreando com aparelhos de mais recente geração, provando assim a sua utilidade e eficiência para a execução da sua missão.

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