O
Hawker Siddley Nimrod é mais um dos meus ícones favoritos no domínio da aviação militar.
Desde sempre que, sobre ele, nutri um interesse mais ou menos irracional, sustentado, sobretudo, na sua aparência algo bizarra.
Comecei por perceber que ele era um sucedâneo do velhinho e pioneiro "
Havilland Comet", adaptado à luta anti-submarina e patrulha marítima geral.
Este avião, para não variar, assume, em termos estéticos, a linha de muitos aparelhos da sua geração, alguns deles já aqui abordados, nomeadamente o
Handley Page Victor. Não se pode dizer, efectivamente, que seja um avião apelativo à estética.
Aliás, os Britânicos, vistas bem as coisas, darão primazia ao conteúdo em detrimento da aparência, análise feita à luz das evidências, com pontuais e famosas excepções, reflectidas, entre outros no
Spitfire.
Mas, estéticas à parte, abordemos então um pouco as potencialidades destes aparelhos.
O
Nimrod fez o seu primeiro voo em 1967 e entrou ao serviço efectivo em 1969.
Nimrod AEW - Crédito da fotoForam construídos cerca de 50 aparelhos, que percorreram várias versões, como o MR1, R1, MR2, AEW3, MRA4, desde o reconhecimento marítimo, reconhecimento e Alerta Antecipado (AEW) - Airborne Early Warning - (papel entretanto assumido pelos E-3 Sentry da RAF).
Presentemente, a RAF opera apenas as versões R1 e MR2.
Estes aparelhos transportam na sua panóplia o
AGM-84 Harpoon, míssil típico da luta anti-submarina, para além de sonares, sono-bóias e o
AIM-9 Sidewinder para auto defesa.
Alguns tiveram, em tempos, capacidade para transportar armas nucleares, situação que baralhava um pouco a sua natureza, dado assumir, nessa altura,uma missão de "quase bombardeiro".
Estão equipados com 4 motores
Turbofan Rolls-Royce Spey, voam a velocidades que variam entre os 750 km/h - velocidade de cruzeiro, e os925 km/h de velocidade máxima, operando num tecto de serviço máximo a rondar os 13 mil metros (42 a 44 mil pés).
Em conclusão, o Nimrod é um avião que resiste ainda ao tempo e segue na sua missão ombreando com aparelhos de mais recente geração, provando assim a sua utilidade e eficiência para a execução da sua missão.