sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O NIMROD

Nimrod MRA4 - Crédito da foto

O Hawker Siddley Nimrod é mais um dos meus ícones favoritos no domínio da aviação militar.
Desde sempre que, sobre ele, nutri um interesse mais ou menos irracional, sustentado, sobretudo, na sua aparência algo bizarra.
Comecei por perceber que ele era um sucedâneo do velhinho e pioneiro "Havilland Comet", adaptado à luta anti-submarina e patrulha marítima geral.
Este avião, para não variar, assume, em termos estéticos, a linha de muitos aparelhos da sua geração, alguns deles já aqui abordados, nomeadamente o Handley Page Victor. Não se pode dizer, efectivamente, que seja um avião apelativo à estética.
Aliás, os Britânicos, vistas bem as coisas, darão primazia ao conteúdo em detrimento da aparência, análise feita à luz das evidências, com pontuais e famosas excepções, reflectidas, entre outros no Spitfire.
Mas, estéticas à parte, abordemos então um pouco as potencialidades destes aparelhos.
O Nimrod fez o seu primeiro voo em 1967 e entrou ao serviço efectivo em 1969.

Nimrod AEW - Crédito da foto

Foram construídos cerca de 50 aparelhos, que percorreram várias versões, como o MR1, R1, MR2, AEW3, MRA4, desde o reconhecimento marítimo, reconhecimento e Alerta Antecipado (AEW) - Airborne Early Warning - (papel entretanto assumido pelos E-3 Sentry da RAF).
Presentemente, a RAF opera apenas as versões R1 e MR2.

Nimrod MR2 - Crédito da foto

Estes aparelhos transportam na sua panóplia o AGM-84 Harpoon, míssil típico da luta anti-submarina, para além de sonares, sono-bóias e o AIM-9 Sidewinder para auto defesa.
Alguns tiveram, em tempos, capacidade para transportar armas nucleares, situação que baralhava um pouco a sua natureza, dado assumir, nessa altura,uma missão de "quase bombardeiro".
Estão equipados com 4 motores Turbofan Rolls-Royce Spey, voam a velocidades que variam entre os 750 km/h - velocidade de cruzeiro, e os925 km/h de velocidade máxima, operando num tecto de serviço máximo a rondar os 13 mil metros (42 a 44 mil pés).

Nimrod R1 - Crédito da foto

Em conclusão, o Nimrod é um avião que resiste ainda ao tempo e segue na sua missão ombreando com aparelhos de mais recente geração, provando assim a sua utilidade e eficiência para a execução da sua missão.

2 Comentários:

Rui Sousa, Madeira Spotters disse...

Sempre tive um fascínio pela estética deste avião. A primeira vez que o vi foi por alturas da Guerra das Malvinas, no Porto Santo.
Estava juntamente com um VC10.
Nunca tinha visto semelhante coisa...parecia terem "encaixado" uma fuselagem sobre outra...!!
Claro que na altura não havia net e os meus recursos para saber o que era aquilo eram extremamente limitados e só muito mais tarde vim a saber o que era um Nimrod...

António Luís disse...

Pois é, meu caro Rui!
Sobretudo a versão AEW, retratada numa das fotos, é absolutamente aberrante e acompanha a "linha" de outras "belezas aéreas" como o Victor.
Pode parecer embirração pessoal, mas não é!
Contudo, reafirmo o que já uma vez escrevi relativamente ao Victor.
São aviões de um feio belo!
De resto e tal como dizes, o Nimrod é uma plataforma histórica, carrega nas asas a guerra das Malvinas, com a Argentina e a Guerra Fria!
É mais um daqueles aviões com lugar marcado nas primeiras filas da história da aviação militar mundial!

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