quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O CONAN E O VULCAN


Conan o rapaz do futuro


Avro Vulcan (crédito: Russell Collins)


Giganto de "Conan o rapaz do futuro"


Frente do Handley Page Victor (Crédito: Nathan Daws)


Frente do Giganto de "Conan o rapaz do futuro"

Em primeiro lugar, interessará esclarecer devidamente quem é o Conan e quem é o Vulcan. Conan não é o homem-rã da música dos Enapá 2000, nem tampouco o personagem interpretado pelo agora governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger. É nem mais nem menos que um boneco de desenhos animados que me fez sonhar (como a muitos que éramos garotos na década de 80) com aventuras que se passavam num mundo pós-apocalíptico (tema bastante recorrente em filmes, livros e séries nessa década, dado o espectro da guerra nuclear ser um tema quase do dia-a-dia) e das quais Conan, um miúdo filho de alguns sobreviventes de uma guerra nuclear era inevitavelmente o protagonista.

O Vulcan, bom o Vulcan não foi ninguém de carne e osso, nem de celulóide como o Conan. À parte de ter sido o deus do fogo na antiga mitologia romana, foi um bombardeiro britânico, um dos três pertencentes à chamada “série V” (conjuntamente com Victor e Valiant).
E qual a relação entre o Conan e o Vulcan? À semelhança de muitas séries de ficção, a realidade contemporânea terá servido de fonte de inspiração para ilustrar uma realidade imaginária e as semelhanças entre o bombardeiro do Conan e o Vulcan (na verdade talvez uma mistura entre o Vulcan e o cockpit do Victor, bastante mais sinistro) parece ser mais do que mera coincidência.



Capa da série em DVD

Como nota de rodapé resta-me acrescentar que para quem viu (ou até para quem não viu) a série há vinte e tal anos atrás, se tiverem oportunidade de revê-la em DVD, o façam. A qualidade lendária dos desenhos animados japoneses (pré Dragon Ball - os fãs deste que me desculpem) aliada a uma história consistente e muitas vezes divertida, garante algumas horas bem passadas, aliadas às memórias que inevitavelmente nos assaltam e que valem a pena reviver.
Os bombardeiros da série V, nunca tiveram grande utilidade prática, a não ser como reabastecedores. E felizmente como plataforma de lançamento de armas nucleares, apenas no mundo imaginário de “Conan, o rapaz do futuro”.


5 Comentários:

Rui Sousa, Madeira Spotters disse...

:)))
Grandes recordações!!!

Paulo Mata disse...

É verdade caro Rui! A cena do Conan agarrado ao flap do hidroavião pelos dedos dos pés, perseguiu-me durante anos a fio xD

S7alker disse...

Muito interessante.
Por acaso conheço a série mas nunca tive realmente curiosidade de acompanhar.
A similaridade das aeronaves apresentadas é realmente um grande golpe de olho e, realmente, só a muito custo se poderá dizer que é coincidência. Não será a única vez que as aviões de combate, sobretudo britânicos ou russos, servem de modelo ou inspiração para a ficção. Lembro-me que os caças do pouco conhecido filme Wing Commander foram construídos a partir de fuselagens velhas de Lightnings, e que o aparecimento de aeronaves dessas origens são muito comuns nos animes japoneses, assim como aparelhos suspeitosamente similares.
Talvez tal se deva à aparência rude, "militarista", digamos, dos mesmos. Enquanto os americanos se tornaram conhecidos pelas suas aeronaves de linhas limpas e elegantes, os russos e os britânicos brindaram o mundo com aparelhos que mais pareciam inspirados em carros de combate ou outros veículos blindados, do que propriamente aves. Digo de uma perspectiva estética. Assim, na necessidade de criarem aparelhos com uma aparência "militar", eles fosse procurar onde basear os seus designs aí, uma vez que nada é inventado do ar, tudo vem de algum lado ;)
Saudações

S7alker disse...

Peço desculpa pelo duplo post, mas apercebi-me de que a série foi realizada por Hayao Myiazaki,um dos maiores mestres vivos da animação. Isso fez-me lembrar de outros designs de aeronaves noutras obras suas. Myiazaki é fascinado pela aviação, tendo o seu pai trabalhado numa fábrica que fazia peças para os A6M da Marinha Imperial do Japão. Durante o tempo da 2ª Guerra Mundial ele passava o tempo a desenhar aviões. Isto dito, dei uma volta pela net, procurando aeronaves dos seus filmes, e reparei que os aparelhos que aparecem no Nausicaa of the Valley of the Wind são extremamente similares a C-7s com características de biplano, e que várias aeronaves do Castelo Andante trazem à mente Tu-95s e Me-323s; em Porco Rosso, por exemplo, surgem diversas aeronaves histórias da década de 1920, assim como algumas inventadas. Certamente que existem mais exemplos, mas achei estas similaridades suficiente curiosas para ser notadas.

Saudações.

Paulo Mata disse...

Caro S7alker, não tem nada que desculpar-se pelo duplo post. Muito obrigado pelos comentários e pelo contributo para o tema.

ARTIGOS MAIS VISUALIZADOS

CRÉDITOS

Os textos publicados no Pássaro de Ferro são da autoria e responsabilidade dos seus autores/colaboradores, salvo indicação em contrário.
Só poderão ser usados mediante autorização expressa dos autores e/ou dos administradores.

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | Laundry Detergent Coupons
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...>