15114 fotografado em operação na semana passada, já como MLU
Os aviões, funcionando muitas vezes em conjunto são, ainda assim, entidades individuais e os pilotos sabem-no quando os sentem nas suas mãos. É frequente ouvir nas suas conversas referência a determinado aparelho, comentando até onde ele chega, quantos g´s aguentou, do que é capaz, que comportamentos teve em voo, tendo em conta a complexidade da operação de tantos mecanismos em simultâneo, todos eles conducentes ao objectivo primeiro que é, efectivamente, o voo e o cumprimento das missões.
15114 fotografado em meados da década de noventa, num TLP (Tactical Leadership Program) em Florennes, ainda sem o "Falcão" na deriva
O 15514, aqui retratado, é mais um (o 4º) dos "velhos" OCU's de 1994 a regressar aos céus de cara e lavada e "interior" modernizado.
Para nós, entusiastas, interessa-nos, sobretudo,a sua história individual. Quando conquistou o céu, em que operações esteve envolvido, as suas idas "ao médico", o seu percurso pelos céus do mundo, enfim...
15114 fotografado em Florennes - Bélgica, em Abril de 2004, com o "Falcão" da Esquadra 201 pintado na deriva
15114 fotografado na Lituânia, em mais uma saída para patrulhamento dos céus do Báltico, em Novembro de 2007, com o esquema de pintura "low vis"
Do seu historial, destacam-se alguns momentos.
O 15114 (s/n 93-0478) chegou a Monte Real a 14 de Dezembro de 1994, às 17:35h e em meados de 2002, tinha cerca de 1200 horas de voo. A 6 de Maio de 1999, juntamente com o 15108, iniciou a sua parte da componente aérea lusitana da NATO, no Kosovo, nas missões CAP - Combat Air Patrol, operando a partir da Base aérea de Aviano, em Itália, onde permaneceu cerca de um mês.
Em finais de 2007, juntamente com o 15112 da Esq. 201 - Falcões, integrou o destacamento da FAP no âmbito da operação NATO, Baltic Air Policing, na Lituânia.
1 Comentários:
Curioso saber destas diferenças individuais entre as aeronaves.
Houve um escritor romeno, Doru davidovici, piloto da força aérea desse país, que escrevia sobre o dia-a-dia dos pilotos de caça, e que descrevia os diferentes MiG-21 da esquadra quase como pessoas, como as suas manias e tiques.
Na altura em que ouvi falar disto pensei que talvez fosse um pouco exagerado, afinal, por muito fascinantes e belos que sejam, os aviões são máquinas, não é?
Quem me fez repensar o ponto em que máquinas individuais podem, realmente, ser distintas devido à sua complexidade e natureza foi William Keith jr, que escreveu novelas sobre guerras futuristas com robots gigantes, e que ia buscar muitos dos paralelos entre essas máquinas aos aviões de combate modernos. Regressei então à pesquisa e elucidei-me nesse aspecto.
Mas é sempre interessante verificar como a ficção se baseia e tenta traduzir a realidade, segundo a perspectiva de cada um.
Dito isto, muito obrigado por mais este excelente post, e insight sobre dia-a-dia da nossa Força Aérea!
Saudações,
S7alker
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