O Pássaro de Ferro, um projecto que se aproxima a passos largos do 4 º ano de vida, foi criado para dar asas à paixão que eu, seu fundador, desde cedo nutro pelos aviões e de um modo geral por tudo o que voa.
E, pegando nesse leitmotiv, que fez e faz avançar este projecto, partilho convosco mais um dos símbolos aéreos que me fez despertar para esta paixão.
Trata-se de um dos ícones da II Guerra Mundial, concorrente do mais mediático "Spitfire".
O Hawker Hurricane, sobre o qual vos escreverei nas próximas linhas foi, durante algum tempo, o meu avião favorito, sempre que percorri as páginas da história relativas ao segundo conflito mundial, aquele em que a aviação marcou de forma indelével a sua acção, não só nas batalhas como, de certa forma, no desenrolar final do conflito.
O Hurricane foi o primeiro caça monoplano da RAF (Royal Air Force), foi um dos primeiros que se aproximou da velocidade de 500 km/h, isto em 1934, ano em que fez o seu voo inaugural. Em 1939, ano em que o conflito mundial despoletou, equipava já quase uma vintena de esquadrões na RAF. Nos primeiros anos do conflito teve um papel decisivo no abate de muitos aparelhos alemães. Digamos que o Hurricane avisou para o que estava para chegar pouco depois, no caso, o lendário Spitfire.
Não vos consigo explicar o porquê da minha predilecção pelo Hurricane, quando é mais do que sabido que foi o Spitfire que se fez (muito mais) famoso.
Não tendo as formas arredondadas e de design arrojado (para a altura) do Spitfire, o Hurricane foi a porta para uma nova concepção (não apenas) estética na aviação de combate.
A minha admiração aumentou quando descobri que o Hurricane, como aliás o Spitfire, fizeram parte do acervo da aviação militar portuguesa, a partir de 1943.
Aqui lhe deixo o meu tributo, numa altura em que a aviação a jacto, sobejante de tecnologia, toma conta de quase todo o interesse dos entusiastas.
Por aqueles dias, o binómio piloto-máquina assumia uma importância decisiva, capaz de mudar, ou não, o futuro colectivo, conforme o desenrolar de míticas batalhas aéreas.
Mas é preciso entender o passado e os seus mecanismos, mesmo os que alados, para perceber o presente e antever o futuro.
O caminho, neste mundo dos aviões, fez-se/faz-se não a andar, mas a voar!..