Os textos publicados no Pássaro de Ferro, são da responsabilidade e autoria dos seus editores (António Luís e Paulo Mata) e colaboradores identificados, salvo indicação em contrário. O seu uso total ou parcial só poderá ser feito mediante a referência explícita ao seu autor e ao Pássaro de Ferro, ou sob sua autorização expressa!
Uma vez mais o Pássaro de Ferro orgulha-se de apresentar aos seus leitores e seguidores, algumas fotografias inéditas que, pelo seu teor, descrevem sem necessidade de grandes delongas, uma importante parte da história da Força Aérea Portuguesa.
São fotografias obtidas durante o ano de 1991, na Base Aérea nº 5, em Monte Real - a "casa" dos jactos -, pelo Paulo Moreno.
Este conjunto de imagens mostra-nos os 3 aviões que, durante vários anos, foram uma espécie de "escola alada" para muitas gerações de pilotos de combate em Portugal, alguns deles que vieram a ser combatentes efectivos nas campanhas ultramarinas.
A começar, o T-33, uma velha glória da aviação mundial - o T-Bird - como ficou conhecido, foi um avião que serviu com brio e muita eficácia a FAP, desde as missões de treino puro e simples, a avião de reconhecimento fotográfico.
O T-37, quanto mais não fosse por ter sido o avião que a mítica patrulha acrobática "Asas de Portugal" usou para revelar ao mundo que, em Portugal, a bravura e a mestria dos pilotos era tão ou mais apurada do que os eus congéneres habituados a voar mais sofisticados aparelhos.
Nesta foto pode ver-se um pequeno cão. Não é um intruso ou um canídeo admirador de aviões... Trata-se da então a "mascote" dos Bombeiros da BA5.
O T-38, o avião de treino avançado da Força Aérea, supersónico, a última fronteira antes de chegar a piloto de combate, fosse em Fiat G-91 ou no A-7P.
Qualquer destes "T's", pela sua história e pela sua presença bela, vale muito mais do que o que se possa escrever sobre eles.
O Pássaro de Ferro, uma vez mais pela oportuna e gentil cedência de fotos dos arquivos do Paulo Moreno, orgulha-se de apresentar um conjunto de fotos que, certamente, farão as delícias de muitos admiradores de um dos mais míticos aparelhos a jacto que operaram na arma aérea nacional. O Fiat G-91.
Foram captadas em Monte Real, algures no ano de 1991, soavam já (ainda que baixinho...) as trombetas para a sua retirada dos céus.
Contudo, o Fiat G-91 foi sempre um intrépido avião, que resistiu com invulgar força e determinação à cavalgada da tecnologia, demonstrando por variadas ocasiões e situações que o binómio "piloto-avião" ultrapassa a - perdoe-se-me o termo - "gritaria" que a tecnologia impõe.
É bom entendermos a história. Ela fornece pistas para a compreensão do presente e para uma melhor projecção do futuro.
O Fiat G-91 tem tanta e tantas história(s) para contar.
Ficam as magníficas imagens que a(s) alimenta(m).
Reabastecimento de um G-91 - 5459.
Para um amante destas coisas, é impossível não achar absolutamente delicioso o facto de, na segunda foto, surgir o avião com o combustível a escorrer pela fuselagem. Digamos que atestou...
Até por este pormenor se constata a simplicidade da operação do Fiat G-91.
A versão bilugar (T1/T3)do G-91, vendo-se em segundo plano uma linha de T-38
Pormenor da parte da frente de um Fiat G-91 T3
Fiat G-91 T3 "descansando" na Bravo 1 de Monte Real
O Pássaro de Ferro é, assumidamente, um site/blogue maioritariamente vocacionado para a aviação militar. Eu próprio admito o meu desconhecimento e muitas vezes até desinteresse pela aviação comercial ou civil em geral, fruto um pouco de preconceito de raiz contra os “autocarros com asas”.
Devo admitir no entanto que também já passei largas horas a admirar fotos de aviação comercial no “Airliners” e outros sites do género, maravilhado com imagens que os jocosamente chamados “autocarros com asas” proporcionam.
Apesar de continuar algo ignorante no campo (confesso que alguns modelos de comerciais me custam a identificar, ou pelo menos não o faço com a mesma desenvoltura dos militares), rendi-me à beleza que as imagens, das quais sou escravo, proporcionam.
O Pássaro de Ferro, principalmente pela mão do António Luís, que por razões profissionais está actualmente bem perto de um aeroporto, criou por isso um irmão mais novo – a Porta de Embarque 04 – exclusivamente dedicado à aviação comercial e aos que, de todo direito, preferem, ou não têm preconceitos relativamente à aviação comercial.
Palácio da Cultura em Varsóvia - edifício de arquitectura marcadamente soviética, agora rodeado por
edifícios de arquitectura moderna ocidentalizada
PZL 130 TC-II Orlik - aeronaves da patrulha acrobática polaca baseada em Radom - Unidade
exibida no Museu Wojska Polskiego em Varsóvia
Mig-21M "Fishbed" - Radom
Mig-23MF "Flogger" - Radom
Míssil balístico SS-1 Scud - Varsóvia
PZL Mi-2 Kania - Varsóvia
Míssil anti-aéreo (SAM) S-75 Dvina de fabrico Soviético - Varsóvia
Sukhoi Su-22M-4 - Varsóvia
Mikoyan Gurevich Mig-29 "Fulcrum" - Varsóvia
Por ocasião do Campeonato do Mundo de Acrobacia Aérea realizado entre 5 e 15 do corrente na Polónia, tive a oportunidade de pela primeira vez pisar o solo de um país anteriormente pertencente ao Pacto de Varsóvia.
Para o comum dos mortais ou para os nascidos a partir dos finais da década de 80 talvez não se revestisse de demasiada importância.
Para mim no entanto, que vivi intensamente os anos da Guerra Fria que pude observar, como já referi aqui no Pássaro de Ferro várias vezes, foi uma experiência única. Foi pisar solo proibido, durante tantos anos vedado por uma cortina de ferro. Poder observar in loco todos os detalhes de que me lembrava das revistas de aviação que lia ou das fugazes imagens por vezes exibidas na TV. A arquitectura marcadamente soviética e as soluções construtivas pragmáticas típicas do leste. Os pormenores dos aviões que durante anos tentei imitar nos kits à escala que construía.
Além do aeródromo onde se realizou a prova em Radom, que é uma base militar, pude deslocar-me ao Muzeum Wojska Polskiego em Varsóvia, contendo largo espólio militar das Forças Armadas Polacas até aos dias de hoje.
Ficou-me presente o orgulho de um povo que apesar de sucessivas invasões por diversas potências (a última das quais a Soviética) não se desmembrou nem se deixou vencer. De facto, a Polónia foi sempre olhada com extrema desconfiança pela União Soviética, manifestando-se essa desconfiança por exemplo, no baixo nível de material militar cedido às Forças Armadas Polacas, por receio de insurreição da Polónia contra o seu "Grande Irmão", caso tivesse demasiado poder bélico. A Polónia serviu por isso de base para forças soviéticas, mas as suas Forças Armadas próprias não eram fornecidas com material de ponta em quantidade nem qualidade.
A Polónia foi por isso, o "aliado" que mais material próprio fabricou. E o que mais problemas criou durante os anos de ocupação Soviética, ainda se o acto mais simbólico da queda do comunismo ocorreu na vizinha RDA.
E a Rússia culpa a Polónia veladamente ainda nos dias de hoje, pelo desmoronar do seu império.
Ficou-me a impressão de um país que se soube desenvolver e adaptar ao mundo ocidental que lhe foi marginal por tantos anos, mas que nem por isso se deixou vender a todas as novidades, como muitas vezes acontece. Prova disso é a reticência em aderir ao Euro e perder a sua moeda, tal como a presença na União Europeia não é consensual.
Para terminar, do museu Wojska Polskiego, guardei com especial interesse (senão emoção) a imagem dos mísseis balísticos SS-1 Scud tantas vezes vistos na TV (com os quais cheguei a ter pesadelos) e o mítico Mig-29, máquina aérea de beleza invejável, estrela maior de entre todas as expostas.
De regresso da reportagem na Polónia, onde foi acompanhar a participação da Selecção Nacional de Acrobacia Aérea (classe Avançado) no Campeonato Mundial da especialidade, o Pássaro de Ferro apresentará nos próximos dias aqui as impressões e imagens recolhidas num país cuja capital deu o nome a uma aliança militar e política antagonista do ocidente durante quase meio século.
As imagens recolhidas no Campeonato do Mundo de Acrobacia poderão ser vistas na próxima edição da revista Sirius, à venda no início de Setembro.
O Pássaro de Ferro vai entrar em alguns dias de menor actividade por força da época que decorre.
O Comandante vai oficialmente entrar de férias e o 2º Comandante vai estar em missão no exterior.
Não estranhe por isso quem costuma passar por cá, se o site tiver menos actualizações que o costume.
Vão no entanto passando, à cautela, que havendo condições, haverá ainda assim, actualizações.
Durante muitos anos fui um consumidor atento de colecções de aviação e mesmo de astronomia. Eram uma boa fonte de informação. Por isso, conheço o que se foi publicando ao longo do tempo. Muita coisa sobre aviação pouca coisa sobre astronomia. Também sempre existiu uma lacuna no que diz respeito à exploração espacial. Pouca coisa nesta área. Mas isto bem a propósito de uma colecção que a Impala vai lançar em Setembro com a revista Focus, uma colecção de 5 volumes sobre a história da aviação e do espaço. Dei uma ajudinha como revisor técnico na parte espacial. Acho que foi um trabalho importante para que a obra ganhasse qualidade. O meu e dos restantes revisores. Espero que gostem do resultado. O 1º volume está nas bancas dia 1 de Setembro. Basta comprar a revista para ter como oferta o livro.
Chipmunk Mk.20 com a pintura azul comemorativa dos 70 anos de serviço, em formação com outro na última versão da pintura standard da frota, ...
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