Do antigo "Leste", uma das mais impressionantes marcas do poderio aéreo soviético era, sem dúvida, o TU-22. Era presença obrigatória nos manuais da aviação militar do tempo da "guerra fria", fazia tremer o "equilíbrio do terror", era parte activa na famosa tese da "destruição mútua assegurada"!
Originalmente, estes aparelhos tinham os respectivos motores colocados ao fundo da deriva, na versão TU-22 "Blinder", que estava equipada com asas fixas.
Esta versão, bem como a que lhe sucedeu, mantinham a tradição soviética na auto-defesa dos aparelhos, isto é, metralhadoras de cauda, mesmo tratando-se de aviões a jacto...
Nesta foto, são claramente visíveis os dois motores no fundo da deriva e a asa fixa da versão "original" do Tu-22, o "Blinder", também mais lento e menos capaz (em termos de capacidade de carga de armamento - cerca de 13 toneladas) do que o que lhe viria a suceder. Este jacto mantinha uma certa tradição com o desenho dos aviões soviéticos, não combinando sempre fiabilidade/eficácia com as condições de operação pelas tripulações e o efectivo poderio como aeronave "para o efeito". Notar as metralhadoras para auto-defesa um pouco abaixo dos bocais de exaustão dos motores - Crédito da foto.
A colocação dos motores passou, na versão M - "Backfire", para o corpo principal da fuselagem. Em qualquer dos casos, estava-se na presença de aeronaves que faziam parte do grande poderio da arma aérea soviética e, quanto mais não fosse pelo seu aspecto ameaçador, povoaram muitos pesadelos sobre o holocausto e a sua possibilidade.
O TU-22M3 "Backfire" é um bombardeiro mais moderno, seja nas capacidades, seja no desenho, pese embora assuma algumas insuficiências e vulnerabilidades tradicionais neste tipo de aparelhos. Esta versão possuía asas de geometria variável e, apenas por aí, poderia ser vagamente comparável com o F-111, muito embora bastante maior... Notar também nesta versão, as metralhadoras de cauda colocadas logo acima dos bocais dos motores Kuznetsov NK-25. Crédito da foto.
Os TU-22 eram aviões que beneficiaram da tradicional propaganda que era prática comum aos dois lados mas mais bem usada pelo Pacto de Varsóvia e, segundo se sabe, principalmente a versão "Blinder", era muito cara, de manutenção intrincada e, a par dessa fama, protagonizaram bastantes acidentes o que acabou por desmistificar um pouco esse tom ameaçador que ostentavam...
O "Backfire" voa a Mach 2.3, pode transportar 23 toneladas de armamento e ainda hoje está ao serviço da Força Aérea russa, contribuindo para o "vago equilíbrio" no "confronto" actual com o ocidente. Crédito da Foto.
Naqueles tempos, havia sempre a tentação de tentar comparar os aviões ocidentais com os do Pacto de Varsóvia, mas neste caso, essa tarefa era difícil, dado não existir a ocidente nada que se pareça com a série TU-22.
Portanto, estamos em presença de um avião - Bombardeiro - que provocou oscilações no equilíbrio da chamada "balança do terror". Estes bombardeiros transportavam armamento nuclear e eram, portanto, factores de dissuasão no confronto directo e "a feijões" no que tocava a ogivas nucleares contabilizáveis.
Hoje, o TU-22 "Blinder" apenas pode ser visto em museus, o TU-22M "Backfire" ainda opera, pese embora em número mais reduzido.
Vistas do TU-22 "Blinder"
Vistas do TU-22M "Backfire"
0 Comentários:
Enviar um comentário