Parelha de F-86 em voo
Uma vez mais, o Pássaro de Ferro regressa ao passado, numa viajem com asas que fizeram história - Os míticos F-86, que serviram a Força Aérea Portuguesa (FA) entre 1958 e 1980.
Os F-86 foram um dos aviões/caças mais emblemáticos da história da aviação mundial. Foram, no seu tempo, o topo da montanha, a que qualquer piloto almejava escalar e conquistar.
Na FA, os F-86 assumiram um papel idêntico ao que hoje os não menos míticos F-16 desempenham, seja no seu poder de atracção, seja na natureza das missões que desempenham.
Os nossos “Sabre”, segundo o site "Walkarounds" chegaram a entrar em combate efectivo no ultramar: «Os crescentes problemas em África levaram à constituição, em Agosto de 1961, de um destacamento composto por 8 F-86F no AB 2, Bissalanca, na Guiné-Bissau. A transferência destes aparelhos, a Operação Atlas, ocorreu entre os dias 8 e 15 desse mês num voo com escalas na BA6 no Montijo, Gando (Ilhas Canárias) e Ilha do Sal (Cabo Verde).
Durante a sua permanência na Guiné, os Sabre fizeram várias sortidas em que se incluíam missões de ataque ao solo e missões de apoio aéreo. Nesse período perderam-se 2 aeronaves, uma devido a acidente e outra devido a fogo hostil. Uma terceira seria muito danificada por fogo antiaéreo.»
Inicialmente, a deslocação destes aparelhos visava constituir forma de dissuasão, digamos, perante a ameaça que constituía a presença de Mig-15 e Mig-17 em países vizinhos como a Tanzânia e a Guiné-Conakry.
Durante a sua permanência na Guiné, os Sabre fizeram várias sortidas em que se incluíam missões de ataque ao solo e missões de apoio aéreo. Nesse período perderam-se 2 aeronaves, uma devido a acidente e outra devido a fogo hostil. Uma terceira seria muito danificada por fogo antiaéreo.»
Inicialmente, a deslocação destes aparelhos visava constituir forma de dissuasão, digamos, perante a ameaça que constituía a presença de Mig-15 e Mig-17 em países vizinhos como a Tanzânia e a Guiné-Conakry.
Este destacamento ocorreu entre 1961 e 1963 e terminou face à insistência Norte-Americana e de alguns países da NATO para que os aviões regressassem a Monte Real.
Apesar de todas estas situações, o F-86 foi, para muitos pilotos de combate, O avião!
Monte Real sempre foi, como ainda é, o ninho da aviação de caça em Portugal. Estas imagens fazem-nos recuar mais de 30 anos, na altura em que os F-86 lá escreviam na história, “os dias do Sabre”. São imagens históricas, algumas tão míticas que debruam a ouro a história da aviação militar em Portugal e na FA, como as que retratam as lendárias “Linhas da Frente”, com dezenas de aparelhos alinhados, prontos para a acção.
Duas perspectivas da "Linha da Frente" de F-86F na Alfa 1 - Monte Real, obtidas nos seus extremos Sul e Norte, respectivamente. Notar a Torre de Controle ainda com as paredes em branco...
Pormenor do painel de instrumentos do "Sabre".
Linha da Frente na Alfa 1, com G-91 R/3
Quase 30 anos depois de ter deixado os céus nacionais e meio século depois de ter chegado, o Sabre" foi homenageado na pintura alusiva dos 50 anos da BA-5, sobre o dorso do F-16A 15115.
Tenho vagas recordações dos F-86. Quando eles deixaram de voar, tinha uns tenros 11 anos. A avionite já cá estava entranhada. Aliás, foi com um F-86 que ela se instalou, aos 3 ou 4 anos de idade, sob a forma de cicatriz no cimo da testa...
O "Sabre" pintado no F-16A 15115.
...Ao aperceber-me da aproximação de um avião, pelo crescendo do barulho, precipitei-me por umas escadas abaixo, na ânsia de o poder ver melhor. A loucura era tal que me esqueci que estava montado no meu triciclo azul e branco. O resultado é fácil de adivinhar.
Lembro-me, nitidamente, da passagem do avião e do seu barulho. Só depois de ele estar já fora do alcance da vista é que, segundo a minha mãe, desatei a chorar pelas dores do trambolhão.
Eram, também para mim, “Os dias do Sabre”!
O 5539 em exposição estática, revelando a estrutura das suas 3 metralhadoras esquerdas e um AIM-9B Sidewinder.
Descolagem em parelha do 5350 e do 5321
O 5354 em voo.
O 5308 na Bravo.
Pormenor de um speed-break do F-86
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Agradecimentos: Paulo Moreno, que uma vez mais cedeu as fotos para esta edição, facultadas por Carlos Costa, ao Marco Casaleiro pela foto do 15115 "Sabre" e também Rui Sousa.
8 Comentários:
Mais um registo com o qual, de uma maneira ou de outra, com ou sem triciclo, nos identificamos!
Brilhante!
Ass.: 5513
Brutal!
Obrigado mais uma vez ao Pássaro de Ferro por divulgar
Fartei-me de acender o holofote em Monte Real, para iluminar uma preciosidade destas.
Fantásticos registos!
Excelente registo fotográfico. Pese embora não tenha vivido esses dias é, como bem evidencias no texto, um aparelho mítico que tão boas provas deu ao serviço da FAP e, sobretudo na USAF, na Guerra da Coreia onde teve o seu baptismo de fogo. E que baptismo...
Contudo não entendo bem o que quer dizer "não terem entrado em combate efectivo no ultramar" uma vez que existem testemunhos que evidenciam bem as missões e o papel importante que desempenharam, tendo inclusivamente sido abatido um aparelho e outro destruído em acidente. Referes-te a combate aéreo?
O número de aeronaves do destacamento foi de 8 pese embora quer por rotatividade quer por necessidade de substituição das aeronaves perdidas o número total ter ascendido a 16...
Enfim, desculpa os comentários mas deixo-os aqui como nota de esclarecimento...
Aproveito a oportunidade para publicitar a monografia dedicada aos F-86 no Walkarounds para quem se interessar por estes temas.
Abraço e bom trabalho!
A sério, Paulo Campos?
Português e tudo puto.
Caro Paulo Campos, também eu quando fazia de Electrecista Dia pois o respetivo holofote não estava ligado ao sistema automático de iluminação da Base. Estive em Monte Real entre 1987-1989. Uma vez vieram-me chamar ao nosso Clube para ir ligar o holofote do F86, porque o Comandante na altura Coronel Monroi ficou lá a dormir, pois tinha voo noturno e não estava a ver o F86 do seu gabinete. Situação caricata!!!
Grandes tempos !!!
Um abraço
Romão 79167/K Melect
Eusebioromao081828@gmail.com
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