Sosseguem os mais apreensivos, que felizmente nada relacionado com o tema sucedeu recentemente. O chamado "Bird strike" no entanto, é um dos piores pesadelos da aviação e tanto mais gravoso quanto a velocidade das aeronaves aumenta.
A frota A-7 da Força Aérea por exemplo, foi uma das mais massacradas por este tipo de ocorrência, fruto também do tipo de missões que executava. Voos a baixa altitude como os que as esquadras 302 e 304 efectuavam, em zonas costeiras ou atravessando zonas de migração de aves, eram particularmente arriscados, tendo levado a que algumas aeronaves se perdessem por colisão com aves.
Este facto levou a que procedimentos de segurança fossem adoptados, tais como evitar as referidas rotas de migração em certas épocas do ano, tendo sido efectuados estudos para identificar essas zonas e espaços temporais.
Talvez por isso, a frota F-16 tenha já vindo a beneficiar dos conhecimentos então adquiridos, não se registando até à data qualquer incidente com consequências de maior com estes caças.
Para tal haverá ainda a contribuir o facto de o F-16 ter um aerodinâmica mais evoluída (segundo relatos de pilotos, as aves como que "deslizam" pelo avião não embatendo com violência) completamente diferente da do A-7, de uma outra geração. Uma canopy à prova de embate com aves em muito contribuiu também para minorar os danos - inclusive humanos - uma vez que em aeronaves A-7 que não se chegaram a perder, sofreram por vezes os pilotos as consequências de colisões no vidro do cockpit.
A adicionar ao leque de razões que vêm minorando a frequência e gravidade dos "bird strike" há ainda o facto de as missões a baixa altitude virem a cair em desuso, por evolução das tecnologias utilizadas quer nas aeronaves, quer no guiamento das munições, que permitem proteger duplamente as tripulações.
Ainda assim, e apesar de todas estas evoluções, o risco está sempre presente, como bem atesta a foto apensa e será um problema virtualmente insolúvel.
Mas não é por isso felizmente que todos os dias milhares de aeronaves deixam de se elevar nos céus, regressando incólumes às suas bases ou destino.
O risco faz parte de viver.