Com a presente edição, a Mais Alto atinge os 49 anos, portanto no limiar de meio século a servir a causa da aeronáutica militar.
Apesar de por norma se valorizarem os números "redondos", a verdade é que tal como os 50 anos, os 49 ou qualquer outro aniversário, só se cumpre uma vez. Presto por isso homenagem este ano à Mais Alto nesta efeméride, entre outros motivos, por ter sido a revista que me introduziu no mundo da aviação.
Nos idos anos 80, lembrar-se-á quem o viveu, não era fácil conseguir informação, nem imagens, das aeronaves que sabíamos (e das que não sabíamos) povoarem os céus nacionais e mundiais. Os PCs serviam para pouco mais que jogar jogos arcaicos e nem por sombras se imaginava poderem ser o manancial de informação dos dias de hoje. As (poucas) revistas estrangeiras que chegavam custavam valores proibitivos para os bolsos de um miúdo (e até muito graúdo!)
Cada Mais Alto era assim aguardada com a ansiedade de descobrir um novo mundo. E nos dois meses que intermeavam até à edição seguinte, decorava os nomes de cada aeronave nova que aparecia. Lia e relia os artigos. Passava em revista cada pormenor das fotos dos aviões em que sonhava voar.
A Mais Alto dessa época no entanto, e apesar do culto votado, há que admitir, era algo "cinzenta", espelho de uma época também algo "cinzenta".
Soube reinventar-se e abrir-se ao país e ao mundo, extravasando a instituição que serve, passando a cumprir de modo muito mais eficaz, a missão de divulgar a aviação militar portuguesa.
Foi sempre com enorme prazer que contribuí com fotos e/ou artigos meus para a Mais Alto, e assim será sempre no futuro. Os amores antigos são sempre especiais.
Pormenor não despiciendo, a capa da edição 390, é um P-3C da Esquadra 601-Lobos, que perfaz, essa sim, um número "redondo": 25 anos. Parabéns por isso também aos Lobos.
Quanto à Mais Alto, um muito obrigado pelo que já fez em 49 anos e para o ano cá estaremos a comemorar as Bodas de Ouro!
3 Comentários:
A Mais Alto era uma revista de Militares para Militares, voltada para dentro da instituição Força Aérea. Tal como a Revista da Armada o foi para a Marinha. Os tempos são outros e com a mudança alargaram-se horizontes, isto sem perder a sua identidade. Faz tudo parte de uma evolução que se pode dizer "natural"... Parabéns Mais Alto!
É exactamente isso que quero dizer quando escrevi "soube reinventar-se e abrir-se ao país e ao mundo". Sem ser uma crítica ao que era até à década de 80, por estar creio dirigida de facto só aos militares, é uma constatação de um facto. E o ter-se redireccionado também para um público externo, permite-lhe divulgar muito melhor a causa da aeronáutica militar ;)
Parabéns à Mais Alto e aos “Comandantes” do PF pela iniciativa de lembrar tal importante data, já que todas as datas são importantes, o facto de fazer 49 anos, mesmo não sendo o tal número “redondo”, é sempre bom celebrar!
Dou por mim a pensar (!!!), na história que o Paulo Mata conta, da sede de jovem entusiasta é tão idêntica a tantos de nós que dessa ou de outras formas desesperávamos a cada edição por novidades. Lamentávelmente não foi o meu caso pois comecei por ler a Air International, usada, portanto cheia de notícias nada actuais, que adquiria em alfarrabistas. Sorte era, passar uma manhã de sábado ou assim, a desfolhar as revistas estrangeiras que se vendiam na Livraria Bertrand, na R. 31 de Janeiro, aqui na Invicta. Ah… (suspiro) … Estou a ficar velho…
A Revista Mais Alto entrou na minha vida talvez no final dos anos 80, fui assinante durante alguns anos, depois deixei de o ser porque não me agradava o conteúdo e depois, já nos 90, voltei a assinar, o que tenho feito desde aí.
Reconheço que muita coisa mudou e tem continuado a mudar na Revista Mais Alto, para melhor, parece-me, pelo que as expectativas para os próximos 49 anos sejam risonhas e animadoras, o mesmo não sucedendo a nós, comuns mortais, que as perspectivas são de decadência …
A Revista Mais Alto pode sempre reinventar-se, e estou certo que o continuará a fazer, de forma a voar sempre: MAIS ALTO!
Rui "A-7" Ferreira
Nº5513
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