sábado, 7 de maio de 2011

Homem-Alado - Um Pássaro de Cimento (M499 - 5RF/2011)

No meio da algaraviada desenfreada de ter mais projectos em curso do que progresso que se veja em qualquer deles, surgiu-me há dias uma mensagem de um Amigo, Aerotranstornado já se vê, acerca de uma peça de escultura ao melhor estilo do Estado-Novo (que saudosista que eu estou ...), que jaz, não no sítio que eu próprio gostaria, ou que lhe seria "próprio" também, mas antes onde alguém a acarinhou, por razões que se calhar não interessa, mas que faz com que pelo menos ela perdure, ainda que não goze de muita saúde (atacada está do caruncho do cimento ...).
Assim, e socorrendo-me das suas sábias palavras, meu Caro Amigo, aqui vai uma pequena nesga de luz, qual postigo espácio-temporal, sobre um passado que seria por certo glorioso da Nossa Aviação.

«(...)
Até à inauguração do Aeroporto da Portela, Lisboa era servida por um aeroporto primitivo denominado Campo Internacional de Aterragem situado em Alverca.
Nos anos 30, os voos transatlânticos entre a Europa e a América eram feitos em hidroaviões por motivos de segurança. Só depois de atravessarem o Atlântico os passageiros mudavam para aviões com base terrestre que os levavam ao seu destino final.
Sendo Lisboa a capital mais ocidental da Europa, a cidade era o terminal ideal do lado europeu dessas ligações transatlânticas. Por essa razão, o Governo Português entendeu transformar Lisboa numa grande plataforma aérea para voos internacionais. Para isso foram projectados dois aeroportos para Lisboa: um marítimo, para hidroaviões e outro terrestre para aviões convencionais. Outra razão para a construção destas infraestruturas era o facto de ir ser realizada em 1940 a grande Exposição do Mundo Português que se previa ir atrair a Lisboa muitos voos com turistas estrangeiros - isso acabou por não acontecer devido ao início da 2ª Guerra Mundial.
Em 1938 iniciaram-se as obras dos dois aeroportos, que foram concluídas em 1940. Como aeroporto terrestre construiu-se o Aeroporto da Portela e como aeroporto marítimo, construiu-se o Aeroporto de Cabo Ruivo, à beira do Rio Tejo e a cerca de 3km do primeiro. Para uma ligação rápida por automóvel entre os dois aeroportos construiu-se uma via rodoviária denominada Avenida Entre-Aeroportos (actual Avenida de Berlim).
O sistema de voos transatlânticos funcionava com os hidroaviões vindos da América, amarando no Rio Tejo e desembarcando os seus passageiros em Caibo Ruivo. Daí, eram transportados por automóvel até à Portela. No Aeroporto da Portela eram distribuídos pelos diversos aviões que os iam levar aos diferentes destinos na Europa. Os passageiros que iam da Europa para a América faziam o percurso inverso.
O Aeroporto de Cabo Ruivo, que se localizava onde é hoje a Doca dos Olivais no Parque das Nações, foi desactivado com o fim completo dos voos regulares de passageiros por hidroavião, no final dos anos 50. Desde essa altura manteve-se apenas o Aeroporto da Portela.
Quando se realizaram obras de remodelação do Aeroporto, esta peça passou para o interior do edifício, junto aos balcões da Varig.
Com as diversas remodelações de "modernização" do Aeroporto, que se saiba, nunca terminaram, o "Homem Alado" levantou voo e como já se sabe está pousado em Vila de Rei. Será que vai ficar por ali ?! Não haverá local mais apropriado?
Abraço
Jorge Lima Basto.
»

Adicionalmente o Autor refere que: «(...) a placa do "homem alado" estava sobre a porta principal do aeroporto (que se pode ver na foto junta) e com as remodelações (obras) foi para o interior, onde esteve durante algum tempo.(...)»
mais acrescenta que,
« (...) Igualmente, poderá adiantar-se, que este movimento de procura desta "placa" foi iniciativa de vários elementos do Grupo de Amigos do Museu do Ar e que uma réplica da placa que se encontra em Vila de Rei, irá para o Museu do Ar em Sintra muito brevemente, pelo elevado interesse, que envolveu o Museu do Ar, da TAP, ANA e Câmara Municipal de Sintra.(...)»

Agradeço ao Autor aqui citado, não só o privilégio do que as suas palavras transmitem, no contar ou recontar da Nossa História, e no perpetuar da mesma neste que é um espaço sideral de constituição física electrónica de que é feito o Pássaro de Ferro, mas também e sobretudo, pela Honra com que nos enche a todos os "Pássaro-Ferrosianos" pela sua presença nesta humilde e singela casa, que também é sua.



1 Comentários:

Corsário de Segunda disse...

e finalmente fotografei o que está em Sintra...

http://olhares.sapo.pt/homem-alado-foto6872691.html

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