Nota prévia: O Pássaro de Ferro atinge, neste momento, as 500 edições desde que foi criado, há quase 5 anos.
Um número só possível porque temos quem nos vê e nos lê, desse lado.
Obrigado a todos.
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Muito nos apraz esta edição que retrata o "making of"" do novo Jaguar que, à hora desta edição, estará a descolar rumo a França - Cambrai para participar em mais uma edição do "Nato Tiger Meet".
Um relato, simples e com emoções, escrito na primeira pessoa, pelo autor da pintura, o Miguel Garrana, a quem o Pássaro de Ferro mais uma vez agradece.
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COMO NASCE UM NOVO "JAGUAR"
«Que dizes a uma pintura numa deriva para o NTM 2011?
Assim começa mais um sonho. Estávamos no final de Abril e o sonho teria que acontecer a uma velocidade vertiginosa.
Ainda perguntei, “Estão a brincar? Não se fazem brincadeiras destas, a quem sofre com isto…”
… Claro que era a sério, (a “malta, não brinca com estas coisas…)"...
O telemóvel tocou. Acordei do sonho. Estava na hora de pousar tudo e começar a esboçar… as primeiras quatro sugestões surgiram num ápice. Precisamos de aprovar tudo naquela semana e a primeira avaliação não foi nada boa… joguei mais duas hipóteses e já íamos no terceiro dia. Tinha apostado em manter o fundo que era o único elemento que havia sido do agrado de todos.
Peguei no Patch da Esquadra e lancei-me ao trabalho… estive um dia inteiro de volta das duas derivas, porque na altura ainda tinha dúvidas entre a cor e o lowvis, a verdade é que não fiquei nada feliz com o trabalho final… e mesmo tendo enviado as duas propostas, lancei-me num novo desenho de um Jaguar… o Espírito Tigre é um sentimento complicado… é uma vivência especial e aquilo que havia feito até ali… ainda não preenchia aquilo que eu precisava e que os Pilotos da Esquadra ambicionavam.
O novo Jaguar surgiu e estava depois do esboço a “vectorizar” a ilustração, queria tornar a deriva sóbria, tratava-se de um avião que continuaria envolvido em missões e teríamos que distanciar o trabalho daquilo que era o “Sabre”, que fosse algo presente, mas que a máquina fosse de “guerra”, que fosse possível reconhecer o avião em causa… mas que isso não fosse evidente, quis tornar possível que a deriva continuasse a fazer parte do avião, sem que esta deixasse de ser especial e uma semana e dois dias depois estávamos enfim com o layout final.
Faltava no entanto, as aprovações dos comandos… e… tínhamos apenas uma semana e meia até à partida para Cambrai. Felizmente tudo correu bem e na quinta-feira iniciou-se os trabalhos, com a preparação da deriva (lixar e remover as marcas anteriores, assim como toda a superfície para que no dia seguinte fosse dada a cor base “cinza escuro”), para que quando chegasse a Monte Real eu pudesse iniciar de seguida as aplicações das máscaras.
Todos os detalhes de logística acertados com a eficácia habitual daquela base, eu tinha tinham o “trabalho de casa” feito e iniciei mais uma viagem a Monte Real, de olhos na estrada e pensamentos no ar… felizmente tudo correu sem desvios e concluímos o trabalho no tempo previsto, e, um dia e meio depois o “Jaguar” com a deriva 15106, estava a ser rebocado do K3 para a Bravo 1, onde a EMA iria proceder aos testes necessários para o voo.
Resta-me desejar ao Nuno Triguinho, pintor da Esquadra de Corrosão da BA5, que tem estado sempre a meu lado nestes empreendimentos, um forte abraço e um enorme Obrigado por nunca voltar as costas às horas, e às minhas “vontades”.
Outro aos Jaguares, que em mim tornam a colocar confiança e aos quais desejo toda a excelência no cumprimento das missões que se lhes surgirem.
Bons voos!»
Por: Miguel Garrana Amaral
6 Comentários:
Olá.
Aproveito para perguntar ao autor se esta foto corresponde a um pormenor desta pintura:
VER FOTO
Em caso afirmativo, se realmente é o que aparenta ser... o Falcão da Esquadra 201. E se assim é, o que faz o símbolo de outra Esquadra "dissimulado" (corrijam-me se estou enganado) nesta pintura?...
Obrigado!
Mais um espectacular artigo! Parabéns por ele e pelas 500 edições do Passaro de Ferro.
Abraço
João Santos
Olá!
Que trabalho espectacular.. Parabéns ao autor e ajudantes.
Para o Anónimo de outro Anónimo, aqui que ninguém nos vê. dê uma olhada em www.emfa.pt/www/conteudos/informacaofa/brasoes/popup.php?lang=pt&key=1C35B
Ver historial da BA5 e do "15106". ;)
Existem dois tipos de questões às quais normalmente não respondo,..
As que são feitas por pessoas que não lhes conheço o rosto nem o nome... e aquelas que me parecem brincadeiras de mau gosto, provocadas pela quebra de confiança nos outros.
Vou abrir uma excepção, para que gladie de felicidade num profundo silêncio, cobardamente festivo.
O Facto de ali estar não o Falcão da 201, mas o Falcão usado pela esquadra 201 nas suas derivas está relacionado com três situações:
1ª - Como deverá saber o 33 foi o primeiro avião dos Jaguares a ostentar uma pintura Tigre... e tem a curiosidade de os Jaguares haverem participado num NTM com este Falcão na deriva.
2º A minha simpatia por Monte Real, pelos Jaguares e Falcões é de todos conhecida. Os principais responsáveis por isto são os Falcões.
3º Por fim e último... Por causa do Espírito aeronáutico, é um zapping timido, reconheço mas também não queria descaracterizar a lista na totalidade.
Espero que lhes sirvam as explicações e que no mínimo, lhe sirvam para que continue a brincar.
Uma outra coisa que considero que se deverá recordar... no que diz respeito aos F-16, no ínicio todos os Pilotos dos Jaguares passaram pela 201.
Cumprimentos
Miguel Amaral
Excelente pintura!!! É sem dúvida a melhor que os Jaguares tiveram pintada na cauda de um F-16. Muitos Parabéns.
A imagem do Falcão, por não fazer parte do esquema de pintura autorizado pelos "Jaguares" foi apagado antes da apresentação oficial da aeronave no NTM 2011.
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