É dos livros, que em épocas prósperas se tende a olhar para
o futuro, enquanto por outro lado em épocas de crise se contempla o passado.
Talvez por isso, ou também por isso, grande parte das rádios, por cada música
nova, passa dois ou três "clássicos". Há até canais de rádio, canais
de TV, que só passam música antiga. Que só passam programas antigos. As pessoas
acabam mesmo por ficar adversas ao que é novo. Preferem ouvir aquilo a que
estão acostumadas e lhes dá uma sensação de segurança porque é conhecido.
Porque o ser humano tem por instinto medo do desconhecido. E o futuro em tempos
de crise é incerto.
O passado torna-se assim um refúgio onde nos alimentamos do
que de bom já vivemos. Com dizia Bono Vox, "as pessoas actualmente não gostam
de musica boa; gostam de música que lhes faz lembrar tempos que foram
bons".
A imagem que despoletou esta reflexão de
sábado-de-manhã-pachorrenta, foi a de um poster da formação
"clássica" dos Asas de Portugal, datado de 1983, que por largos anos
adornou as paredes do meu quarto e que encontrei no fundo de uma gaveta.
Lembro-me da admiração que sentia pelos homens que pilotavam aquelas seis
máquinas, que causavam sensação por onde quer que passassem e elevavam o nome
de Portugal tão alto como subiam nos céus.
O presente no entanto é triste e o futuro incerto.
Olhei para o poster de 83 e sorri.
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