Uma das imagens mais conhecidas da II Guerra Mundial: a descolagem dos B-25 para o "Raide Doolittle" |
Trinta segundos sobre Tóquio, é o nome do livro e filme
realizados sobre o primeiro ataque Norte-Americano a território nipónico,
durante a II Guerra Mundial.
Mais recentemente retratado no épico hollywoodesco “Pearl
Harbour” de 2001, o raide de 18 de abril de 1942 sobre o qual transcorrem hoje 70 anos, foi de facto a primeira resposta ao ataque perpetrado na “Pérola do
Pacífico” pelos japoneses, cerca de 5 meses antes.
A arrepiante descolagem de um dos primeiros B-25 em pouco mais de meio convés |
O plano era audaz e incluía fazer descolar do convés do
porta-aviões USS Hornet (bastante mais exíguo que os de hoje em dia) 16
bombardeiros B-25B Mitchell, (usados normalmente a partir de bases terrestres).
Completamente carregados de bombas e combustível, sem catapulta, apenas com a
ajuda do vento e dos 3400 cv proporcionados pelos dois motores Wright R-2600.
TenCor Doolittle (primeiro plano à esq.) acompanhado pelas tripulações do raide |
Comandada pelo TenCor James Doolittle, a missão revestia-se de intuitos mais psicológicos que
estratégicos, com vista a restabelecer o moral das próprias tropas, até então
somando derrotas em batalhas um pouco por todo o Pacífico. Por outro lado o
efeito de atingir o inimigo na sua capital, acabaria por eventualmente ter
resultados práticos a médio prazo ao influenciar as suas decisões estratégicas,
muito mais do que o estrago direto causado pelas bombas vertidas.
Se o risco na descolagem era elevado pelas razões enumeradas,
a aterragem era ainda mais incerta, tendo os bombardeiros que atingir
território chinês não controlado pelo Império do Sol Nascente. E se a
descolagem se pode dizer que correu bem, tal como o bombardeamento em si, seria
na aterragem que a audácia do plano cobraria a sua taxa.
Afundamento do pesqueiro japonês pela artilharia do USS Nashville da escolta do USS Hornet |
A descolagem prematura causada pelo cruzamento da frota
agressora com um pesqueiro japonês que podia deitar a perder o efeito surpresa,
aliado ao já de si longo trajeto a percorrer até atingir território aliado em
solo chinês depois do ataque, proporcionaram as condições para que se perdessem
7 vidas, e 3 elementos das tripulações fossem feitos prisioneiros ao aterrar em
zona controlada por japoneses.
Elementos da tripulação do Raide Doolittle entre a população de uma povoação chinesa |
A maior parte dos participantes deste famoso raide no
entanto, continuaria a voar em missões de combate, alguns na Europa, onde
seriam abatidos, prisioneiros na Alemanha Nazi e participariam no episódio
conhecido como “A Grande Fuga” retratado também em filme homónimo.
Eram tempos em que os homens pareciam já ter nascido heróis.
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