Habituados desde sempre a que o voo acrobático em formação
fosse praticamente monopolizado pelas formações militares, devido principalmente
a toda a logística e custos inerentes dificilmente suportáveis por
particulares, este status quo mudaria com os Smokewings.
Apresentando-se pela primeira vez ao público em 2007, após
cerca de dois anos de maturação da ideia, Marco Rodrigues e Jorge Fachadas,
embora com background distinto em termos de formação (o Marco na Nortavia e o
Jorge na Força Aérea), ambos pilotos da TAP, uniram esforços para criar aquela
que seria a primeira patrulha acrobática civil em Portugal.
Eleito o Yak-52 como a plataforma de voo destinada a dar
asas à dupla, pelas similaridades com os clássicos "warbirds" e pelas
performances acrobáticas de que é capaz, segundo Jorge Fachadas, a escolha
pelos Yakovlev foi "fácil e natural".
Escolhidos os aviões de entre os disponíveis no mercado, foi
uma outra aventura trazer as máquinas para Portugal.
Seguiram-se os treinos de manobras básicas individuais e em
formação e finalmente a preparação de um leque de manobras que permitissem
adaptar a demo às condições existentes, sendo por isso necessário treinar pelo
menos duas sequências novas todos os anos (uma mais flat para tetos baixos e
outra sem limitações de teto). Não repetir as demos de ano para ano, é mesmo um
dos pontos de honra da patrulha.
Durante os cinco anos que se seguiram a 2007, os Smokewings
exibiram-se um pouco por todo o território continental, tendo sido convidados
para praticamente todos os eventos aeronáuticos (civis e militares) realizados
no país, transformando-se num caso de popularidade inédito.
Nem toda a popularidade de que granjeiam no entanto, se deve
à forma como espalham pelos céus o prazer com que visivelmente voam. Tal como
falar dos Smokewings é fácil, também falar com os Smokewings o é. A simpatia
com que tratam todos os que com eles contactam também marcam pontos, mesmo
estando no chão.
Jorge Fachadas, invariavelmente de sorriso no rosto quando
entre os aviões, pertence também à Seleção Nacional de Acrobacia, que estará no
final de julho na Hungria a representar as cores nacionais uma vez mais. A
ambição de trazer mais praticantes para a modalidade, bem como proporcionar
batismos de voo acrobático, têm sido algumas das atividades extra-patrulha que
os Smokewing vão realizando.
Apesar da redução de exibições ditada pela crise económica,
a parceria estabelecida com a marca de relógios Bell&Ross permite traçar
planos para o futuro e eventualmente abrir portas além-fronteiras, para a
próxima época.
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