quarta-feira, 29 de agosto de 2012

NA ZDOROVIE! (M703 - 83PM/2012)


Zhukovsky no dia do Air Show

Sukhoi Su-27

Ilyushin Il-76

Tupolev Tu-95

Tupolev Tu-160

Mikoyan Gurevich Mig-31

Mikoyan Gurevich Mig-15UTI

A 12 de agosto de 1912 nascia a que viria a ser uma das maiores forças aéreas do mundo. Nesse tempo, a Rússia ainda se chamava Rússia e vivia os últimos tempos dos czares.
A 12 de agosto de 2012 completaram-se 100 anos sobre essa data, dentro dos quais couberam muitas batalhas e quimeras. Revoluções e contra-revoluções. Mudanças de regime e de nome.
À parte disto, a Rússia de hoje continua a ser o maior país do mundo e como 100 anos não são coisa pouca, para comemorar o evento, foi preparado um festival aéreo na capital, à altura do orgulho nacional nos feitos dos seus homens do ar.
O Pássaro de Ferro fez-se ao caminho para registar a efeméride, num ato simultaneamente cultural e de fé. Cultural, porque a terra dos czares que foi durante muitos anos um mundo (quase) proibido, vale a pena visitar de per si, e de fé porque as burocracias que é necessário ultrapassar para lá chegar (quiçá vícios de outros tempos) assim o exigem.

Antonov- An-22

Beriev A-50EI

Tupolev Tu-134

Quanto ao festival propriamente dito, estava programado para começar com vários modelos históricos (russos e não só) até à exibição do Su-35, a iniciar verdadeiramente as "hostilidades", numa demonstração de capacidade e força não traduzível por adjetivos.
Por esta altura, já o imenso aeródromo de Zhukovsky é um mar de gente, estimada em mais de 200.000 espetadores, a tornarem qualquer tentativa de fotografar a exposição estática com dignidade para as aeronaves, meros exercícios de imaginação.
O espetáculo segue com as primeiras patrulhas acrobáticas, intercaladas por passagens de gigantes dos céus em formação ou isolados (Tu-22, Tu-95, Tu-160, An-124, Il-76...) e algumas aves raras (Tu-134, An-22, Il-86, ... ) que foram desfilando pelos céus de Zhukovsky.
Do exterior da fronteira fizeram-se representar as patrulhas italiana (Frecce Tricolori - sem solo), polaca (Iskra), britânica (Red Arrows - em versão reduzida), finlandesa (Midnight Hawks), letónia (Baltic Bees) e uma demo do Rafale francês.

Frecce Tricolori

Frecce Tricolori

Red Arrows

Midnight Hawks

Iskra

A festa no entanto era mesmo da casa e várias passagens em formação dos "cavalos de batalha" russos da atualidade foram o prato forte, com destaque para simulações de dogfights por Mig-29 e Su-27, de belo efeito. Os helicópteros russos presentemente no ativo marcaram também presença, bem como o avião de treino Yak-130 recentemente colocado no mercado.
Quase a terminar, algumas passagens do novel modelo da Sukhoi, que pretende disputar a hegemonia dos céus do F-22 Raptor americano, o protótipo T-50 também conhecido com uma nota de humor como "Raptorov".

T-50 e Mig-29

Russian Knights e Swifts

Os indispensáveis Russian Knights em Su-27, os Swifts em Mig-29 e flares qb, foram encaminhando o evento para o seu epílogo, escrito nos céus por 5 Su-27, 8 Su-25 e 8 Mig-29 a formar um 100, e por fim 9 Su-25 que fecharam o pano com as cores da bandeira russa sobre um espetáculo memorável.
Já de regresso, ainda tivemos oportunidade de efetuar uma pitoresca viagem de táxi, conduzidos por um ex-navegador de Il-76, que nos contou como eram as viagens de transporte de carga para o Afeganistão e alguns países perdidos em África, enquanto passávamos por fantasmas de outras eras, esquecidos um pouco por todos os cantos da base.
O show terminou e para o futuro Putin prometeu investimentos de monta, para devolver a credibilidade e força à arma aérea, que definhava desde o fim da Guerra Fria, à imagem dos aviões-fantasma que vimos.
Os generais russos sorriram e os 100 anos da aviação russa foram sem dúvida um acontecimento para recordar.
Como se diz ao brindar com a bebida favorita do país: "na zdorovie!"*

A formação comemorativa dos 100 anos


Nota: Em breve a segunda parte dedicada aos 100 anos da Força Aérea Russa, em edição exclusivamente fotográfica.

*"à saúde!"  

terça-feira, 28 de agosto de 2012

As Crónicas de Alverca - North American F-100 “Super Sabre” (M702 - 5RF/2012)


Nota do Comando – A convite do colaborador do Pássaro de Ferro, Rui “A-7” Ferreira, o Eng. Lima Basto [*], presenteia os leitores com uma pequena nota ilustrada sobre uma foto publicada numa das edições de 1968 da Revista Mais Alto.

North American F-100 “Super Sabre”

Este texto, elaborado a pedido do grande amigo, Rui Ferreira, surge a propósito de uma fotografia de capa publicada na revista “Mais Alto” da Força Aérea Portuguesa (FAP), Ano X, nº. 110, de Junho de 1968, e na qual se vê um F-100 da USAF na placa de estacionamento do DGMFA, em Alverca. Estava presente o autor destas linhas, entre outros elementos de apoio, que ali se deslocaram pela oportunidade, e enorme curiosidade, de ver bem de perto mais uma aeronave diferente das muitas que ali aterraram.
O avião esteve em Alverca para se fazer uma avaliação e orçamento referentes a trabalhos de pintura e manutenção a executar nas Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA), ao abrigo de contratos existentes com a USAF para outras aeronaves; daquela vez, não houve acordo entre as partes para a realização dos trabalhos.
Lembro-me no entanto que, algum tempo depois, durante o ano de 1969, ao abrigo de um desses contratos, foram pintados 20 aviões North American Rockwell OV-10 “Bronco”, avião de observação/ataque ligeiro da Air National Guard (ANG), equipado com dois motores turbo-hélice Garrett-AirResearch, T76-G-412 ou T76-G-413, com 715 hp ao veio. A revista “Mais Alto” de Outubro de 1969, dedica um artigo sobre os OV-10 “Bronco”, descrevendo as suas características técnicas.


O North American F-100 “Super Sabre” é um avião de combate supersónico, a jacto, equipado com um motor “Pratt & Whitney” J57-P-21/21A turbojet,  com um impulso de 10,200 lbf (45 kN) e com pós-combustão de 16,000 lbf (71 kN), atingindo uma velocidade de 1216 km/h ou 756 mph. Prestou serviço na Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) de 1954 a 1971 e na National Guard (ANG) até 1979, e até mais tarde na Dinamarca, França, Taiwan e Turquia. A patrulha acrobática da USAF, os “Thunderbirds”, utilizou os F-100C e F-100D entre 1956 e 1969.
Construído pela North American Aviation como um avião de combate de alto desempenho, destinado a superar o F-86 "Sabre" e, no total, fabricaram-se 2,294 exemplares. Na USAF, foi o primeiro avião de combate a reacção capaz de manter uma  velocidade superior a Mach 1 em voo nivelado.
Utilizado como caça/bombardeiro táctico, viu serviço no conflito no Sudoeste Asiático (Vietnam), sendo gradualmente retirado de serviço em meados dos anos sessenta sendo substituido pelo pelo F-105 Thunderchief. O F-100 operou em missões de apoio aéreo próximo, essencialmente na região sul do Vietnam até ser substituído pelo Vought A-7  Corsair II.
Conhecido como “the Hun”, versão curta de “one hundred”, foi o primeiro avião da “Century Series”, designação dada aos primeiros aviões militares da série “100”.        


Century Series

North American F-100 Super Sabre
McDonnell Douglas F-101 Voodoo
Convair F-102 Delta Dagger
Republic XF-103 Thunderwarrior [protótipo/não entrou em produção]
Lockheed F-104 Starfighter
Republic F-105 Thunderchief
Convair F-106 Delta Dart
North American YF-107 [protótipo/não entrou em produção]
Noth American YF-108 Rapier [protótipo/não entrou em produção]
Bell XF-109 VTOL [avião conceptual/experimental]
McDonnell Douglas  F-110 [designação prevista para o F-4 Phantom, abandonada após a modificação ao sistema de numeração]
General Dynamics F-111 Aardvark





O Eng. Jorge Hansen Lima Basto [*] nasceu a 27 de Junho de 1943. É Bacharel em Engenharia Aeronáutica em Londres e Redhill Aerodrome, Inglaterra.  Estagiou na Rolls-Royce em Derby, Inglaterra.
Aposentado da OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal S.A., possui uma vasta experiência profissional, destacando-se nos últimos como Relações Públicas, no Gabinete de Comunicação e Imagem, da OGMA. Na OGMA integrou várias missões de serviço nos E.U.A., no âmbito do contrato de motores T-56 (USAF) e os motores  Rolls-Royce AE2100 e AE3007. Enquanto colaborador da OGMA participou em diversas exposições em Portugal, e em diversas edições do Salão Aeronáutico de Paris, em Le Bourget (França) e de Farnborough (Inglaterra). Foi responsável pelo estudo, planeamento e construção de três réplicas de aeronaves e seus motores, construídos na OGMA para o Museu do Ar:  um Maurice Farman MF-4 “Casta Susana” de 1911 com motor Renault V8 de 70hp; um Santos Dumont “Demoiselle XX” de 1908 com motor Darrach de 4 cilindros  35hp; e um hidroavião Fairey III D “Santa Cruz” de 1922 com motor Rolls-Royce Eagle VIII de 350hp.
É membro de diversas associações:  Associação da Aviação Experimental Chapter 1297 Lusitanos; Associação Portuguesa dos Entusiastas da Aviação (APEA); Grupo de Amigos do Museu do Ar (GAMA); Associação de Pessoal da OGMA (APOGMA);  Associação da Força Aérea Portuguesa (AFAP). Desempenha actualmente funções na Direcção do GAMA.
Ex-Oficial da Força Aérea Portuguesa do Quadro de Oficiais Milicianos Engenheiros Aéronáuticos.
É autor de diversas  publicações e artigos, sendo de destacar a publicação em 2003, pela Magno Edições, do livro “Os 100 anos da Aviação”, em Português e Inglês.
(texto adaptado da sua biografia incluída no seu livro “Os 100 anos da Aviação”)

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

From Russia With Love … 4 (M701 - 4RF/2012)


Para o fim deixei ficar, claro está , o meu avião de eleição, o Sukhoi Su27.





E mais alguns pormenores...




 

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

From Russia With Love … 3 (M700 - 3RF/2012)

Do terceiro e último conjunto de imagens que recebi, apresento as que respeitam aos MiG21,  MiG29, Su17, Su22 e Su25









Restantes fotos:


Mikoyan-Gurevich MiG21
Mikoyan-Gurevich MiG29  [foto2] [foto3] [foto4] [foto5]

Sukhoi Su24











terça-feira, 14 de agosto de 2012

From Russia With Love … 2 (M699 - 2RF/2012)

No seguimento da minha postagem anterior, depois de ter recebido slides do meu correspondente lá em Krasnodar, seguem-se algumas fotos, de uma outra visita à base, por certo noutro dia de base aberta.


domingo, 12 de agosto de 2012

From Russia With Love … 1 (M698 - 1RF/2012)

Nota do Comando: antecipando um pouco a reportagem do Paulo Mata, atualmente em Moscovo a assistir ao festival aéreo comemorativo dos 100 anos da Força Aérea Russa, inicia-se hoje uma série de quatro postagens de aviação russa, da autoria do colaborador Rui "A-7" Ferreira.


Era eu rapaz mais novo, por alturas do tempo do liceu, nunca me deu para embarcar naquela moda dos correspondentes estrangeiros (pen pal), que alguns dos meus colegas de turma tinham um pouco por toda a parte. Só me surgiu essa veia mais tarde, com as fotos e slides de aviões e com o modelismo, sendo que com este último, arranjei um correspondente em Krasnodar, na Rússia.
Trocamos algumas cartas, mandei-lhe alguns kits que me pediu, e consegui que me mandasse à troca algumas fotos, não da forma que pretendia mas, ainda assim, juntei algumas fotos interessantes de alguns dos muitos aviões que ele fotografou nas visitas à base local, a Base Aérea de Krasnodar nos dias de base aberta.
Irei então postar aqui as imagens que o Sergey V. Klimov fez e me ofereceu, em grupos, dada a impossibilidade de o fazer de uma assentada.
Inicio a sequência com as primeiras fotos que me mandou, na realidade são slides, que já me chegaram revelados o que me deixou um pouco triste dado que não ficaram muito bem revelados.



quinta-feira, 9 de agosto de 2012

15132 (M697 - 82PM/2012)



No dia 8/8/2012 em LPMR pelas 13:15 horas locais, a família MLU da frota F-16 nacional ganhou um novo membro com a célula s/n 61-626, originalmente um F-16A Bloco 15Q. 
Esta unidade voou nos EUA com a matrícula 83-1073 nos Esquadrões 363, 308 e 170 entre 1984 e 1994 e será doravante conhecido como o 15132 da Força Aérea Portuguesa.

O 15132 ainda nos EUA com as marcas do Esquadrão 170 da USAF        Foto: Dale Jensen via F-16.net

Depois de completa a transformação de quase todas as unidades do lote Peace Atlantis I (falta apenas o F-16B 15120) dá-se agora a continuidade das Peace Atlantis II, que tinham sido interrompidas após o 15130.
A aeronave cumpriu o Functional Check Flight em cerca de 45 minutos, tendo ficado aprovada.
Como de costume seguirá agora para a OGMA para pintura e posterior integração na frota operacional.

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