Nota do Comando – A convite do colaborador do Pássaro de Ferro, Rui “A-7” Ferreira, o Eng. Lima Basto [*], presenteia os leitores com uma pequena nota ilustrada sobre uma foto publicada numa
das edições de 1968 da Revista Mais Alto.
North
American F-100 “Super Sabre”
Este
texto, elaborado a pedido do grande amigo, Rui Ferreira, surge a propósito de
uma fotografia de capa publicada na revista “Mais Alto” da Força Aérea
Portuguesa (FAP), Ano X, nº. 110, de Junho de 1968, e na qual se vê um F-100 da
USAF na placa de estacionamento do DGMFA, em Alverca. Estava presente o autor
destas linhas, entre outros elementos de apoio, que ali se deslocaram pela
oportunidade, e enorme curiosidade, de ver bem de perto mais uma aeronave
diferente das muitas que ali aterraram.
O
avião esteve em Alverca para se fazer uma avaliação e orçamento referentes a
trabalhos de pintura e manutenção a executar nas Oficinas Gerais de Material
Aeronáutico (OGMA), ao abrigo de contratos existentes com a USAF para outras
aeronaves; daquela vez, não houve acordo entre as partes para a realização dos
trabalhos.
Lembro-me
no entanto que, algum tempo depois, durante o ano de 1969, ao abrigo de um
desses contratos, foram pintados 20 aviões North American Rockwell OV-10
“Bronco”, avião de observação/ataque ligeiro da Air National Guard (ANG),
equipado com dois motores turbo-hélice Garrett-AirResearch, T76-G-412 ou
T76-G-413, com 715 hp ao veio. A revista “Mais Alto” de Outubro de 1969, dedica
um artigo sobre os OV-10 “Bronco”, descrevendo as suas características
técnicas.
O
North American F-100 “Super Sabre” é um avião de combate supersónico, a jacto, equipado com um
motor “Pratt & Whitney” J57-P-21/21A turbojet, com um impulso
de
10,200 lbf (45 kN) e com pós-combustão de 16,000 lbf (71 kN),
atingindo uma velocidade de 1216 km/h ou 756 mph. P
restou serviço na Força Aérea
dos Estados Unidos (USAF) de 1954 a 1971 e na National Guard (ANG) até 1979, e até
mais tarde na Dinamarca, França, Taiwan e Turquia. A patrulha acrobática da
USAF, os “Thunderbirds”, utilizou os F-100C e F-100D entre 1956 e 1969.
Construído pela North
American Aviation como um avião de combate de alto desempenho, destinado a
superar o F-86 "Sabre" e, no total, fabricaram-se 2,294 exemplares.
Na USAF, foi o primeiro avião de combate a reacção capaz de manter uma velocidade superior a Mach 1 em voo nivelado.
Utilizado como
caça/bombardeiro táctico, viu serviço no conflito no Sudoeste Asiático
(Vietnam), sendo gradualmente retirado de serviço em meados dos anos sessenta
sendo substituido pelo pelo F-105 Thunderchief. O F-100 operou em missões de
apoio aéreo próximo, essencialmente na região sul do Vietnam até ser
substituído pelo Vought A-7 Corsair II.
Conhecido
como “the Hun”, versão curta de “one hundred”, foi o primeiro avião da “Century
Series”, designação dada aos primeiros aviões militares da série “100”.
“Century Series”
North American F-100 Super Sabre
McDonnell Douglas F-101 Voodoo
Convair F-102 Delta Dagger
Republic XF-103 Thunderwarrior [protótipo/não entrou em
produção]
Lockheed F-104 Starfighter
Republic F-105 Thunderchief
Convair F-106 Delta Dart
North American YF-107 [protótipo/não entrou em produção]
Noth American YF-108 Rapier [protótipo/não entrou em
produção]
Bell XF-109 VTOL [avião conceptual/experimental]
McDonnell Douglas
F-110 [designação prevista para o F-4 Phantom, abandonada após a
modificação ao sistema de numeração]
General Dynamics
F-111 Aardvark
O Eng. Jorge Hansen Lima Basto [*]
nasceu a 27 de Junho de 1943. É Bacharel em Engenharia Aeronáutica em Londres e
Redhill Aerodrome, Inglaterra. Estagiou
na Rolls-Royce em Derby, Inglaterra.
Aposentado da OGMA – Indústria
Aeronáutica de Portugal S.A., possui uma vasta experiência profissional,
destacando-se nos últimos como Relações Públicas, no Gabinete de Comunicação e
Imagem, da OGMA. Na OGMA integrou várias missões de serviço nos E.U.A., no
âmbito do contrato de motores T-56 (USAF) e os motores Rolls-Royce AE2100 e AE3007. Enquanto
colaborador da OGMA participou em diversas exposições em Portugal, e em
diversas edições do Salão Aeronáutico de Paris, em Le Bourget (França) e de
Farnborough (Inglaterra). Foi responsável pelo estudo, planeamento e
construção de três réplicas de aeronaves e seus motores, construídos na OGMA
para o Museu do Ar: um Maurice Farman
MF-4 “Casta Susana” de 1911 com motor Renault V8 de 70hp; um Santos Dumont
“Demoiselle XX” de 1908 com motor Darrach de 4 cilindros 35hp; e um hidroavião Fairey III D “Santa
Cruz” de 1922 com motor Rolls-Royce Eagle VIII de 350hp.
É
membro de diversas associações: Associação da Aviação Experimental
Chapter
1297 Lusitanos; Associação Portuguesa dos Entusiastas da Aviação (APEA);
Grupo
de Amigos do Museu do Ar (GAMA); Associação de Pessoal da OGMA (APOGMA);
Associação da Força Aérea Portuguesa (AFAP). Desempenha
actualmente funções na Direcção do GAMA.
Ex-Oficial da Força Aérea Portuguesa
do Quadro de Oficiais Milicianos Engenheiros Aéronáuticos.
É autor de diversas publicações e artigos, sendo de destacar a
publicação em 2003, pela Magno Edições, do livro “Os 100 anos da Aviação”, em
Português e Inglês.
(texto adaptado da sua biografia
incluída no seu livro “Os 100 anos da Aviação”)