O autor voando em formação em Tiger Moth |
É sempre importante o dia do primeiro Voo.
Foi já na qualidade de aluno que efectuei o meu primeiro voo.
Foi num Tiger Moth, no dia 9 de Janeiro de 1952.
O instrutor, 1ºSar Tércio, foi um excelente instrutor, presto-lhe
as minhas homenagens.
Nesse primeiro voo, além de passear um pouco, começou por me
mostrar algumas das características e possibilidades do avião.
Em dado momento no entanto, fez-me uma manobra que me ia
fazendo torcer o pescoço e trocar os olhos. Já no solo, pergunta-me:
- Sabe que manobra foi aquela?
Respondi que não, mas que tinha ficado baralhado!
-Pois bem, habitue-se porque agora em todos os voos vai ter
a mesma dose.
Foi uma dose de voo invertido.
-É para se habituar a todas as situações.
Estas palavras não mais as esqueci. Reconheço que tinha muita
razão. Habituou-me a posições anormais fazendo com que nunca perdesse o “norte”
mesmo nas posições mais esquisitas.
No total, durante a instrução e mais tarde na Ota, acabei
por efectuar 74:45 horas no saudoso Tiger.
Texto: Cap. (Ref) Fernando Moutinho
O Pássaro de Ferro vai durante os próximos meses reservar os Sábados para contar histórias da aviação de outros tempos, contadas por quem as viveu na primeira pessoa.
O nosso primeiro protagonista é o Cap (Ref) Fernando Moutinho, piloto da Força Aérea Portuguesa entre 1951 e 1976, período durante o qual voou 20 aviões diferentes e conheceu o combate nas Guerras de África, entre muitas outras peripécias que nos irá contar.
A sua carreira na aviação começou com a incorporação em Sintra, em princípios de Outubro de 1951, como aluno piloto. Terminando o curso e brevetamento em fins de Dezembro de 1952, foi promovido a 1º Cabo Piloto.
Nos primeiros dias de Janeiro de 1953 foi colocado na BA2 – Ota, na Esquadra 10, onde voou no F-47D Thunderbolt, sendo promovido a Furriel em Abril do mesmo ano.
Colocado na Esquadra 21 (F-84G Thunderjet) em Abril de 1954, integrou a primeira patrulha acrobática nacional os "Dragões" ainda nesta aeronave, passando posteriormente para a Esquadra 50 que pouco depois foi renomeada Esq 51 (F-86F Sabre) em Agosto de 1958. Neste período foi promovido a 2º Sarg. em Janeiro de 1956 e a 1º Sarg. em Janeiro de 1958.
Em Dezembro de 1959 foi colocado na Base Aérea 5, em Monte Real, aquando da transferência da Esquadra 51 para aquela Base.
Promovido a Sarg. Ajudante em Janeiro de 1960, em Outubro desse ano rumou para a Águeda tirar o 1º ano do Curso de Oficiais.
Em Julho de 1961 foi colocado na BA1, em Sintra, para o 2º ano do Curso (Pilotos Navegadores) tendo terminado o Curso nesse ano e promovido a Alferes em 22/12/61.
Volta a Monte Real em Fevereiro de 1962 para a Esquadra 51.
Em Maio foi enviado para a Guiné, por 3 meses, para render outros pilotos, no Destacamento do F-86F. Nos primeiros dias de Julho de 1963 foi colocado na Guiné para uma comissão normal que terminou em Fevereiro de 1965, tendo sido promovido a Tenente em 1/12/63.
Em Março, Abril e Maio de 1965, frequentou, em Sintra, o Curso de Capitães, regressando à BA5 onde se manteve até fins de Setembro 1966. Neste ano foi colocado na BA9, em Luanda, até Outubro de 1972 sendo promovido a Capitão em 31/5/68.
Em Outubro de 1972 foi colocado nas OGMA (Oficinas Gerais de Material Aeronáutico) na Secção de Voos de Ensaio.
Em Fevereiro de 1975 é reenviado para a BA9 para reforçar a Esq 92 na missão de evacuação das populações para a Ponte Aérea.
Nas vésperas da Independência de Angola, precisamente, a 2 de Novembro, descola de Luanda trazendo o último Nord Noratlas(6415). Ficou colocado na BA3, em Tancos mas, não satisfeito, em Outubro desse ano conseguiu ser colocado na Ota onde decidiu passar à Reserva a partir de 1 de Março de 1976.
Durante a sua vida activa nunca deixou de cumprir os mínimos de voo como piloto mesmo na frequência de cursos.
Quando passou à Reserva tinha efectuado 7.825:45 horas de voo.
Nos primeiros dias de Janeiro de 1953 foi colocado na BA2 – Ota, na Esquadra 10, onde voou no F-47D Thunderbolt, sendo promovido a Furriel em Abril do mesmo ano.
Colocado na Esquadra 21 (F-84G Thunderjet) em Abril de 1954, integrou a primeira patrulha acrobática nacional os "Dragões" ainda nesta aeronave, passando posteriormente para a Esquadra 50 que pouco depois foi renomeada Esq 51 (F-86F Sabre) em Agosto de 1958. Neste período foi promovido a 2º Sarg. em Janeiro de 1956 e a 1º Sarg. em Janeiro de 1958.
Em Dezembro de 1959 foi colocado na Base Aérea 5, em Monte Real, aquando da transferência da Esquadra 51 para aquela Base.
Promovido a Sarg. Ajudante em Janeiro de 1960, em Outubro desse ano rumou para a Águeda tirar o 1º ano do Curso de Oficiais.
Em Julho de 1961 foi colocado na BA1, em Sintra, para o 2º ano do Curso (Pilotos Navegadores) tendo terminado o Curso nesse ano e promovido a Alferes em 22/12/61.
Volta a Monte Real em Fevereiro de 1962 para a Esquadra 51.
Em Maio foi enviado para a Guiné, por 3 meses, para render outros pilotos, no Destacamento do F-86F. Nos primeiros dias de Julho de 1963 foi colocado na Guiné para uma comissão normal que terminou em Fevereiro de 1965, tendo sido promovido a Tenente em 1/12/63.
Em Março, Abril e Maio de 1965, frequentou, em Sintra, o Curso de Capitães, regressando à BA5 onde se manteve até fins de Setembro 1966. Neste ano foi colocado na BA9, em Luanda, até Outubro de 1972 sendo promovido a Capitão em 31/5/68.
Em Outubro de 1972 foi colocado nas OGMA (Oficinas Gerais de Material Aeronáutico) na Secção de Voos de Ensaio.
Em Fevereiro de 1975 é reenviado para a BA9 para reforçar a Esq 92 na missão de evacuação das populações para a Ponte Aérea.
Nas vésperas da Independência de Angola, precisamente, a 2 de Novembro, descola de Luanda trazendo o último Nord Noratlas(6415). Ficou colocado na BA3, em Tancos mas, não satisfeito, em Outubro desse ano conseguiu ser colocado na Ota onde decidiu passar à Reserva a partir de 1 de Março de 1976.
Durante a sua vida activa nunca deixou de cumprir os mínimos de voo como piloto mesmo na frequência de cursos.
Quando passou à Reserva tinha efectuado 7.825:45 horas de voo.
Foi punido uma vez por efectuar um looping com o tecto baixo e recebeu 11 louvores incluindo dois do CEMFA.
O Mapa das Horas de Voo é apresentado de seguida:
O Mapa das Horas de Voo é apresentado de seguida:
Pássaro de Ferro
1 Comentários:
Carissimos,
Muito obrigado por estas pequenas mas tão significativas histórias. O Sr. Capitão fernando Moutinho é alguém que admiro particularmente e por isso gostaria de ter a liberdade de lhe pedir que um dia conte aqui algo que se passou com um seu camarada de curso, amigo da minha familia e que infelizmente já faleceu, trata-se do Albano Melo Pereira e do acidente que protagonizou em F-84 numa passagem de tiro realizada na carreira de tiro de alcochete, penso que terá sido no ano de 1955. O avião embateu no solo a grande velocidade, tendo explodido, o Albano sobreviveu sem se ter ejectado, penso por isso que deverá ser algo quase único. Obrigado, Rui Gomes
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