Ilustração: Paulo Alegria / Templar Squadron |
Em missão de treino saímos, 4 aviões F-84G, da Ota com destino a S. Dizier (França).
Voávamos a 35.000 pés, já bem dentro de França, quando somos informados que o destino estava com nevoeiro e, como alternante se podíamos seguir para Toul. Como era pouco distante do nosso destino demos o “entendido”. Passados alguns minutos o Controlo pergunta-nos se sempre íamos para Toul. Confirmamos. Mais uns largos minutos e o Controlo repete a pergunta e confirma o destino mas em código aeronáutico: Tango, Oscar, Uniform, Romeo, Sierra (TOURS). Apercebemo-nos então do erro de audição – os quatro pilotos sempre entenderam Toul! Afinal era Tours. Pedimos confirmação. Nessa altura, iniciámos uma volta de cerca de 180º pois tínhamos de andar para trás... e muito. O nosso destino era mesmo Tours.
Voávamos a 35.000 pés, já bem dentro de França, quando somos informados que o destino estava com nevoeiro e, como alternante se podíamos seguir para Toul. Como era pouco distante do nosso destino demos o “entendido”. Passados alguns minutos o Controlo pergunta-nos se sempre íamos para Toul. Confirmamos. Mais uns largos minutos e o Controlo repete a pergunta e confirma o destino mas em código aeronáutico: Tango, Oscar, Uniform, Romeo, Sierra (TOURS). Apercebemo-nos então do erro de audição – os quatro pilotos sempre entenderam Toul! Afinal era Tours. Pedimos confirmação. Nessa altura, iniciámos uma volta de cerca de 180º pois tínhamos de andar para trás... e muito. O nosso destino era mesmo Tours.
A
situação ficou complicada porque o combustível já era pouco e foi
necessário subir, lentamente, para poupar o máximo e poder aguentar, em
tempo, o mais possível. Atingimos 42.000 pés. Repito 42.000 pés – 4
aviões.
Mas, a minha canopy não aguentou. Cedeu, uma lasca saltou, abrindo um rombo bem razoável. Aí, sim, a coisa complicou-se. Não podia seguir os procedimentos de emergência do Livro - descer e aterrar o mais depressa possível.
Por escassez de combustível fui obrigado a aguentar e foi difícil.
Ao ter perdido a pressurização, o pouco ar do fato anti-G dilatou extraordinariamente, pressionando-me fortemente, tornando-se incómodo.
Era difícil respirar porque recebia o oxigénio sob pressão.
Inicialmente, uma nuvem de cristais de gelo formou-se, complicando-me a visão para o exterior. Mas essa nuvem ao dissipar-se deixou-me outro problema: tinha de limpar os cristais de gelo na canopy com a luva, para poder ver os outros aviões.
Mas, a minha canopy não aguentou. Cedeu, uma lasca saltou, abrindo um rombo bem razoável. Aí, sim, a coisa complicou-se. Não podia seguir os procedimentos de emergência do Livro - descer e aterrar o mais depressa possível.
Por escassez de combustível fui obrigado a aguentar e foi difícil.
Ao ter perdido a pressurização, o pouco ar do fato anti-G dilatou extraordinariamente, pressionando-me fortemente, tornando-se incómodo.
Era difícil respirar porque recebia o oxigénio sob pressão.
Inicialmente, uma nuvem de cristais de gelo formou-se, complicando-me a visão para o exterior. Mas essa nuvem ao dissipar-se deixou-me outro problema: tinha de limpar os cristais de gelo na canopy com a luva, para poder ver os outros aviões.
Entretanto apareceu o frio. Não esqueçamos que a essa
altitude o ar ambiente ronda os 50º negativos. Manualmente aumentava o
aquecimento mas o efeito era pouco.
E, como "cereja no topo do bolo”, o barulho era ensurdecedor.
Quando pudemos descer as coisas começaram a amainar e lá aterramos em Tours onde passámos alguns dias, no chão, porque o nevoeiro continuou por mais tempo, durante dias.
Regressei à Ota, com a cabine esburacada.
Devido a voar baixo fizemos uma escala pelo caminho porque, o combustível seria insuficiente.
Mas o barulho era de mais.
Acabou por terminar tudo bem. Cá estou para contar a história.
E, como "cereja no topo do bolo”, o barulho era ensurdecedor.
Quando pudemos descer as coisas começaram a amainar e lá aterramos em Tours onde passámos alguns dias, no chão, porque o nevoeiro continuou por mais tempo, durante dias.
Regressei à Ota, com a cabine esburacada.
Devido a voar baixo fizemos uma escala pelo caminho porque, o combustível seria insuficiente.
Mas o barulho era de mais.
Acabou por terminar tudo bem. Cá estou para contar a história.
Texto: Cap. (Ref) Fernando Moutinho
1 Comentários:
Grandes histórias dos nosso grande Pilotos....
Foi um prazer poder ter servido essa força e ter estado na linha da frente sempre que chegavam em apuros...
Um grande abraço...
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