quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

U-2: ALMOÇO GOURMET A 70.000 PÉS (M895 - 62PM/2013)

Piloto a bordo de um U-2     Foto: USAF

Quase 60 anos depois de subir nos céus, o avião-espião U-2 continua a rumar aos limites do espaço, levando a cabo importantes missões de reconhecimento. A novidade é que a tripulação pode agora dispor de um menu gourmet quando em missão.
A afirmação estará algo exagerada, já que apesar de ser verdade a alimentação a bordo, incluindo bacon, bife strogonoff, batatas fritas e tarte de lima, a mesma é ingerida a partir de tubos semelhantes aos de pasta de dentes.

O U-2 ou Dragon Lady como também é conhecido, tem conseguido manter-se operacional por mais de cinco décadas, apesar de todos os avanços tecnológicos ocorridos durante esse período, voando para qualquer ponto do globo a uma altitude de 70.000 pés (cerca de 23.3 km), proporcionando uma plataforma mais flexível do que os satélites ou outras aeronaves. O modelo atual, contudo, é já cerca de 33% maior que os originais e carrega quatro vezes mais sistemas de recoleção de informação, numa larga variedade de sensores.
As suas funções não se limitam contudo às missões militares, sendo também usado pela NASA em pesquisas científicas e tecnológicas.

Voando a altitudes tão elevadas, os pilotos utilizam fatos de voo de quatro camadas, pressurizados, tal como o capacete. Uma vez dentro do cockpit e com o sistema de oxigénio ligado e pressurizado, o movimento dos tripulantes é muito reduzido, durante as 12 horas que as missões duram a maior parte das vezes.

Tubos da "comida gourmet"     Foto: USAF
De modo a manter a concentração da tripulação, os tubos de comida foram projetados de modo a permitir a alimentação sem retirar o capacete. Os tubos de comida são conectados a sondas de alimentação que atravessam o capacete, tendo mesmo  a capacidade de aquecer as refeições.
Esta tecnologia não é de agora, tendo acompanhado as missões em U-2 durante as últimas cinco décadas. As opções de escolha são agora contudo maiores para a alimentação contida nos tubos, a partir de uma escolha feita com base nas sugestões das tripulações.

O processo de elaboração da comida é relativamente simples, passando pela liquefação dos ingredientes e preservação térmica, até à sua utilização.

Fonte: Fox News
Adaptação: Pássaro de Ferro


O Tigre e o Corsário (M894 - 01JM/2013)

 
A última edição dos Clássicos da Aviação aborda um caça famoso do tempo  da Guerra Fria, o pequeno F-5 da Northrop. 
A revista explora a história completa desta aeronave e traz uma história pouco conhecida escrita por mim. Portugal esteve perto de comprar o F-5, mas acabou por escolher o A-7. 
O artigo que escrevi conta os meandros desta escolha e permite perceber o contexto em que tudo aconteceu. É a primeira vez que esta história é publicada e espero também que brevemente a versão portuguesa deste trabalho veja a luz do dia na revista Mais Alto.




quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

REAL THAW 2013/SPOTTERS DAY - 8 (M893 - 20AL/2013)

O Presidente da Associação Portuguesa de Entusiastas de Aviação (APEA), Luís Gonçalves, regressa ao Pássaro de Ferro com mais um conjunto de fotografias, ainda alusivas ao Spotters Day do último Real Thaw.
Mais uma vez agradecemos a sua disponibilidade para colaborar com o Pássaro de Ferro.
 Aproximação à pista 01 de Monte Real do E-3 Sentry AWACS, "escoltado " por um trio de A-10.

 Aterragem dos A-10.

 Low aproach de um A-10, iniciando depois a volta para aterrar.



 Três instantes para a aterragem de um A-10.

 Um A-10 rola para as "raquetes", com o piloto de canopy aberto e gozando a brisa.
Um C-130H "faz-se" à pista 01 de Monte Real.
 O F-16AM 15107 pousa na pista com a elegância que lhe é característica.
Sol de inverno proporciona sempre uns brilhos meio diáfanos, mas que embelezam muito imagens como esta.

Os Spotters, no seu habitat natural e respetivo modus operandi...


As máquinas descansam. Mais um capítulo, o quinto, na história do Real Thaw.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

INDONÉSIA RECEBE DOIS SU-30 MK2 (M892 - 61PM/2013)

Chegada dos Su-30 à Indonésia a bordo de um An-124    Foto: Base Aérea de Hasanuddin

Dois dos seis Su-30 Mk2 encomendados pela Força Aérea Indonésia chegaram à base aérea de Hasanuddin na passada sexta-feira. Um porta-voz da base Maj Muliadi informou ser o primeiro lote de um total de seis aeronaves, devendo as restantes quatro chegar em junho e julho próximos.

A entrega foi feita por ar, através de um avião  de transporte estratégico An-124-100 Ruslan, com os caças desmontados e sem motores, que deverão chegar amanhã 27 de fevereiro, para a totalidade dos caças.

Com as aeronaves chegaram também 17 técnicos do fabricante, que se encarregarão da montagem, que deverá ficar completa em cerca de duas semanas, incluindo voos de experiência.
A encomenda das seis aeronaves contudo, não inclui armas, à exceção do canhão interno, sendo estas adquiridas à parte., o que tem levantado algumas criticas a nível interno. O Governo entretanto justificou a aquisição posterior do armamento, com restrições orçamentais.

Até ao final do ano, a Indonésia espera ter um total de 16 Sukhoi Su-30 Mk2 operacionais, às ordens da Esquadra 11 da sua Força Aérea.

Os Embraer EMB-314 Super Tucano de fabrico brasileiro entregues em outubro de 2012    Foto: Embraer

O Governo indonésio tem vindo a modernizar as suas frotas de caças e aviões de transporte, tendo adquirido recentemente C295, EMB-314 Super Tucano, para além dos Su-30 mencionados. mais entregas são esperadas de 24 F-16C bloco 25, T-50 Golden Eagle e C-130 Hercules.


Fonte:Jakarta Post
Adaptação: Pássaro de Ferro


FROTA NH90 DA REAL MARINHA HOLANDESA COM PROBLEMAS (M891 - 60PM/2013)

NH90 da Real Marinha Holandesa    Foto:Noordhollands Dagblad

Aquando da partida do navio de patrulhamento marítimo HrMs Friesland para missão nas ilhas holandesas nas Caraíbas, ficou claro que a frota de helicópteros NH90 que deveria embarcar no navio, tem problemas. Isso mesmo foi admitido pelo Ministério da Defesa dos Países Baixos , apesar de salvaguardar que os mesmos estão prontos para destacamento.

Alouette III da Marinha Belga
Entretanto, no HrMs Friesland,  e de modo a poder cumprir satisfatoriamente as missões de combate ao tráfico de drogas nas "Índias Ocidentais", embarcado seguiu um Aloutte III emprestado pela Marinha Belga, em vez do previsto NH90. Acerca do assunto comentou Patricia Zonneveld do Ministério da Defesa holandês: "O Alouette é perfeitamente adequado às missões previstas no destacamento", acrescentado depois que "é verdade que a introdução do helicóptero marítimo NH90 tem enfrentado alguns problemas".

Entretanto, no outro destacamento da Marinha Holandesa com a fragata HNLMS De Ruyter no Oceano Índico, a 19 de fevereiro a força com um NH90 destacado, intercetou com sucesso um ataque iminente de piratas a um navio mercante, com pavilhão do Panamá.
O NH90 a bordo, não está contudo ainda operacional em todas as funções previstas.

NH90 sobre a fragata HNLMS De Ruyter  Foto: EU NAVFOR
HNLMS De Ruyter interseta embarcação de piratas no Oceano Índico     Foto: EU NAVFOR

O NH90 é o sucessor dos Lynx, bem conhecidos e também utilizados pela Marinha Portuguesa, retirados do ativo na Holanda durante o ano passado. A introdução do novo sistema de armas contudo, tem conhecido sucessivos atrasos, comuns a outros países que adquiriram o mesmo modelo. As Forças Armadas holandesas encomendaram um total de 20 unidades de NH90, ao consórcio de construção europeu, com sede em Itália.

Agradecimentos ao amigo Rui Silva pela sugestão.
Fonte: Noordhollands Dagblad e  EU NAVFOR
Adaptação: Pássaro de Ferro


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

PAULO DÉRMIO APRESENTA - 0:30 A HORA NEGRA (M890 - 59PM/2013)


0:30 A Hora Negra (Zero Dark Thirty no original) é, como muitos saberão, um filme baseado na história real da busca e captura do inimigo número um dos EUA: Osama bin Laden.
Nomeado para quatro Oscars da Academia, entre os quais o de Melhor Filme, Melhor Actriz Principal e Melhor Montagem.
A minha análise imparcial relativamente ao filme está ferida de morte à partida, por ter já visto vários documentários sobre o tema, pelo que o enredo pouco ou nada teve de novidade. A situação no entanto não é nova, à semelhança de filmes como "A Paixão de Cristo", cujo enredo é com certeza ainda mais conhecido, não impedindo contudo de avaliar a qualidade da película.
Este texto é por isso, e para me obrigar a maior imparcialidade possível, escrito antes da atribuição dos Oscars.
Assim, o filme torna-se algo difícil de ver, devido a uma narrativa quase documental, com a agravante de não ter uma voz-off, como os documentários assumidos. Quem está à espera de ver outro "Black Hawk Down (Cercados) desengane-se porque nada tem de parecido. Passam-se longos períodos em que nada de interessante ocorre, apenas entrecortados por diálogos a fazerem lembrar séries no registo de reality show atualmente em voga, com a agravante ainda da quase ausência de uma banda sonora, apenas presente pontualmente e passando quase despercebida.
No geral, acaba por sobressair a interpretação da nomeada Jessica Chastain, num filme monocórdico do princípio ao fim. O mérito maior da obra como um todo, será porventura a descrição dos meandros  burocráticos e sistémicos que quase colocaram em perigo o desiderato maior desse próprio sistema: capturar o seu maior inimigo. O peso que faz as instituições quase implodirem sob a própria massa e interesses particulares de quem as constituem, em detrimento de um interesse maior.
Do ponto de vista aeronáutico (e por isso aqui falamos deste filme) foi interessante ver a reconstituição da operação de assalto em si (Neptune Spear), e dos misteriosos helicópteros apelidados "Silent Hawk" utilizados na ação, dos quais passados quase dois anos, pouco ou nada se sabe, além da forma da secção de cauda, que escapou à destruição da célula, por se ter separado e ficado do lado de fora do muro da casa de bin Laden, aquando da aterragem não controlada.


A secção de cauda que sobrou do lado de fora do muro- imagem real     Foto: Autor desconhecido
Retirada dos destroços da zona da Operação - imagem real     Foto: Autor desconhecido

A teoria para este despenhamento, é também coincidente com a dos documentários, apresentada como tendo sido a redução dos limites de utilização do aparelho devido ao peso e forma dos componentes stealth (anti-radar) acrescentados ao helicóptero, que fizeram com que este fosse arrastado na corrente de ar descendente, gerada pelo seu próprio rotor principal na aterragem.
No final, fica-se com a ideia que será um filme mais interessante para o público americano, a quem o tema em si, dirá muito mais do que ao resto do mundo, já que como obra cinematográfica é algo como um placebo.

Escrevendo já depois da entrega dos Oscars, confirmou-se a vitória apenas numa categoria técnica menor, a única não mencionada acima:  Melhor Edição Sonora. 
Justiça seja feita, havia de facto melhores candidatos para Melhor Filme e Montagem (ganho ainda assim algo dubiamente por Argo de que falaremos também brevemente). Para o troféu de Melhor Atriz Principal fica o benefício da dúvida, até por desconhecimento da interpretação da vencedora Jennifer Lawrence em "Silver Linings Playbook".
A Realização, de Kathryn Bigelow que não estava sequer nomeada este ano, ficou muito aquém do galardoado Estado de Guerra (Hurt Locker), esse sim, um grande filme de guerra.
Fica contudo a ressalva de, para quem não conhece os detalhes da operação, ser talvez mais interessante ver o filme, sendo porventura o registo muito próximo de documentário a tornar fastidioso ver "mais do mesmo" para os que já conheciam os detalhes.
Para quem quiser saber ainda mais no entanto, recomenda-se a leitura do polémico livro da autoria dum dos elementos da força SEAL que efetuaram o ataque de 2 de maio de 2011 em Abbottabad, e cuja identidade acabaria por ser inadvertidamente revelada: "No Easy Day", por Mark Owen (pseudónimo).





domingo, 24 de fevereiro de 2013

REAL THAW 2013/SPOTTERS DAY - 7 (M889-19AL/2013)

Última parte da colaboração do spotter Ivo Pereira. 
Desta feita, imagens obtidas na Base Aérea de Monte Real e que revelam a movimentação em volta deste exercício que se tornou, já, uma das imagens de marca e proficiência do Força Aérea Portuguesa, não só pela natureza do exercício de per si, mas também pelo envolvimento de forças externas e a subjacente capacidade de organização e logística empreendida no sentido de o tornar, também, uma referência no quadro da NATO.




Chegada e alinhamento no EOR NE da pista 19 dos A-10, para mais uma missão operacional no Real Thaw 2013. Os A-10 foram, sem dúvida alguma, uma peça importante no treino efetuado nesta edição do exercício. Muito provavelmente, uma a última em solo europeu...
Estes aparelhos são, digamos, umas das últimas piece de resistance da "guerra fria", numa altura em que a filosofia se centrava muito no lema, "uma missão, um avião"...
Hoje em dia, os aviões são cada vez mais multi-role, seja pelo aperto crescente nos orçamentos militares, seja pelo desanuviar de tensões que "sugerem" novas filosofias e abordagens os conflitos.



 Os C295M nacionais foram uma das peças do puzzle, cumprindo missões de transporte tático.

Aqui vemos o Falcon 20 da "Cobham", parte inglesa integrante deste exercício e cujo objetivo se estabeleceu na "guerra eletrónica", através do empastelamento das comunicações, servindo, por isso, como elemento obstaculizador das operações.

Os F-16AM/BM das Esquadras 201 e 301 asseguraram a proteção do espaço aéreo.

Um C-130H apresta-se para aterrar em Monte Real. Os fiéis "Hércules" serviram, também, nas missões de transporte aéreo geral e tático.


 Aterragem dos A-10, depois de mais uma missão cumprida no "teatro de operações".

O EH101 Merlin demonstrou, uma vez mais a sua versatilidade em todo o tipo de missão específica do helicóptero.

REAL THAW 2013/SPOTTERS DAY - 6 (M888 - 18AL/2013)

Segunda parte das operações em Seia, com fotografias do spotter Ivo Pereira.
O Real Thaw 2013 cumpriu, mais uma vez, os seus objetivos primeios. Treino operacional, apoio e gestão de tropas no terreno em operações de projeção de força, se e quando necessário, face à complexidade e caráter quase cirúrgico de algumas situações de potencial conflito.

 Um EH101 Merlin e um C-130 na pista de Seia.



Entretanto, uma parelha de helicópteros AL-III descola e iniciam manobras de proteção da área, de porta lateral aberta e homens armados, prontos para qualquer eventualidade.



Outro AL-III dando voltas em redor do Aeródromo de Seia, aqui com a encosta da Serra da Estrela em pano de fundo.

Nestas imagens é visível a presença de um atirador dentro do AL-III, dando proteção mais próxima às operações que se estão a desenrolar no terreno.

O AL-III apresta-se para completar meio século ao serviço da Força Aérea Portuguesa.

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