LANTIRN Sniper montado sob as entradas de ar de um F-15E Strike Eagle Foto:USAF |
O despacho do gabinete de operações era urgente, pedindo que a parelha de F-15 que saía da base de Bagram no leste do Afeganistão fizesse imediatamente meia-volta. Na outra ponta do país, uma força-tarefa de operações especiais estava a ser castigada por fogo inimigo na cidade de Bala Morghab. Explosivos detiveram a rápida resposta de uma equipa terrestre. Os helicópteros não conseguiam chegar ao local. Cerca de uma centena de insurgentes cercavam o local.
Os F-15 eram a sua única esperança.
Quarenta minutos mais tarde os F-15 chegaram e imediatamente ativaram um sistema de navegação e aquisição de alvos especial, voando a baixas altitudes, através de nuvens oclusivas, como se estivessem a voar em pleno céu limpo. Localizaram os alvos. Dispararam. E puseram os insurgentes a andar, salvando 30 militares dos Aliados. A arma secreta? Um aparelho capaz de transformar a noite em dia.
O sistema de navegação chama-se LANTIRN, abreviatura para Low Altitude Navigation and Targeting Infrared for Night (Navegação a Baixa Altitude e Aquisição de Alvos por Infravermelhos de Noite). Concebido em 1981, o equipamento permitia aos caças - primeiro F-15 e F-16 e mais tarde F-14 - ver na escuridão total e condições atmosféricas adversas, transformando padrões de reflexão térmica no exterior do avião, em monitores de cores vivas dentro do cockpit.
Vista do cockpit de um F-16 à noite Foto:Lockheed Martin |
O Radar de Seguimento do Terreno (TFR) do sistema, sondava depois a topografia das zonas circundantes, traçando uma rota que permitia aos caças manter baixas altitudes a velocidades de mais de 500 mph (aprox 800km/h), tornando-os quase invisíveis aos radares inimigos. Adicionalmente o sistema permitia marcar pontos-alvo e coordenar a largada de armas de precisão.
A primeira vaga de forças de ataque aéreo para as 24 horas do dia tinha nascido.
Sistema Sniper da Lockheed Martin Foto:Lockheed Martin |
O efeito revolucionário do sistema LATIRN no entanto, não ficou claro até à operação Tempestade no Deserto em 1991, quando os F-15 a coberto da noite penetraram no Iraque e bombardearam até tanques aparentemente escondidos nas areias do deserto. Uma vez que a areia arrefece mais rápido que o metal, o sensor infravermelho do LANTIRN facilmente detetava a assinatura térmica dos tanques, que se tornavam então alvos fáceis.
Atualmente a Lockheed Martin fabrica um LANTIRN avançado designado Sniper, em utilização nas frotas F-15, F-16, A-10C, B-1 e B-52 da USAF.
Sistema Sniper sob a asa dum A-10C durante o exercício Real Thaw 2013 |
A Força Aérea Portuguesa utiliza presentemente o modelo Litening da concorrente Northrop Grumman nos F-16 MLU das esquadras 201 e 301.
Um Litening da Northrop Grumman na esquerda da entrada de ar de um F-16 MLU da Força Aérea Portuguesa |
Texto: Lockheed Martin
Tradução e adaptação: Pássaro de Ferro
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