Cap. Fernando Moutinho junto do Do-27 n/c 3443 |
Bom avião. Robusto, potente e extremamente eficaz para o tipo de missão para que foi construído – actuar em pistas curtas e mal preparadas.
Voei nesta saudosa máquina na Guiné, Angola e nas OGMA. No total completei 292:20 horas.
Voei nesta saudosa máquina na Guiné, Angola e nas OGMA. No total completei 292:20 horas.
Vou contar um caso esquisito com este avião. Em determinada altura, em Angola, fui destacado para efectuar encontros com o comando dum Batalhão do Exército, estacionado muito perto de Santa Eulália (Norte de Luanda) para combinar a utilização de F-84G numa futura operação conjunta.
Saí de Santa Eulália com o Comandante da Zona em direção a uma Fazenda onde se encontrava o dito Batalhão. Essa Fazenda distava cerca de 6 a 7 quilómetros e como se encontrava numa zona mais alta, de lá, avistava-se e era a descer até Santa Eulália. O avião era um glorioso DO-27.
Após a reunião, voltámos para a pista, entrámos no avião e executo o procedimento de arranque. Primeira tentativa, segunda tentativa e nada de pegar. Não era usual isso suceder exceto por afogamento (excesso de combustível). Já pensando em desistir e ficar na Fazenda, faço uma nova tentativa e, de repente, apercebo-me que ao desligar o comando da mistura, ainda com ligeira rotação, o motor gaguejou e começou a trabalhar.
Não queria acreditar! Trabalhava com o comando de combustível fechado! Fiz novo arranque, mas dessa vez com o dito comando da mistura fechado e, surpresa... o motor ficou a trabalhar lindamente.
Para ter a certeza, volto a ligar a mistura. As explosões deixam de se dar. Volto a desligar a mistura e tudo ficou a trabalhar perfeitamente.
Saí de Santa Eulália com o Comandante da Zona em direção a uma Fazenda onde se encontrava o dito Batalhão. Essa Fazenda distava cerca de 6 a 7 quilómetros e como se encontrava numa zona mais alta, de lá, avistava-se e era a descer até Santa Eulália. O avião era um glorioso DO-27.
Após a reunião, voltámos para a pista, entrámos no avião e executo o procedimento de arranque. Primeira tentativa, segunda tentativa e nada de pegar. Não era usual isso suceder exceto por afogamento (excesso de combustível). Já pensando em desistir e ficar na Fazenda, faço uma nova tentativa e, de repente, apercebo-me que ao desligar o comando da mistura, ainda com ligeira rotação, o motor gaguejou e começou a trabalhar.
Não queria acreditar! Trabalhava com o comando de combustível fechado! Fiz novo arranque, mas dessa vez com o dito comando da mistura fechado e, surpresa... o motor ficou a trabalhar lindamente.
Para ter a certeza, volto a ligar a mistura. As explosões deixam de se dar. Volto a desligar a mistura e tudo ficou a trabalhar perfeitamente.
Era uma situação insólita e com algum perigo. Não sabia até que ponto a anomalia se aguentaria. Falei com os dois passageiros expliquei-lhes o que se passava e se estavam na disposição de arriscarem. Aceitaram.
Comuniquei a situação à Torre de Santa Eulália para estarem atentos e lá iniciámos a descolagem.
Final feliz. Correu tudo bem. Foi no avião da fotografia.
Não é "galga"!
Comuniquei a situação à Torre de Santa Eulália para estarem atentos e lá iniciámos a descolagem.
Final feliz. Correu tudo bem. Foi no avião da fotografia.
Não é "galga"!
Texto: Cap. (Ref) Fernando Moutinho
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