sábado, 29 de junho de 2013

O F-86 NA GUINÉ (M1058 - 182PM/2013)

 
Fernando Moutinho aos comandos do seu F-86F

Nota explicativa: Em agosto de 1961, foram enviados para a Guiné, numa demonstração de força e soberania, duas esquadrilhas de quatro F-86F, pertencentes à Esquadra 51 - Falcões (hoje Esquadra 201). 
O voo ferry dos oito F-86F Sabre, entre Monte Real e Bissalanca, foi batizado com o nome "Operação Atlas" e terminaria num destacamento dos F-86 na Guiné até outubro de 1964. Após longo braço de ferro com os EUA, que reivindicavam o regresso dos aviões (fornecidos ao abrigo do apoio aos países NATO e para uso dentro da mesma estrutura) o destacamento seria finalmente dado por concluído.
O Cap. (Ref) Fernando Moutinho, foi um dos pilotos que voou o F-86F Sabre na Guiné, durante esses três anos, e conta-nos agora as suas memórias desses tempos:

"As missões de F-86F na Guiné incluíam missões de treino, especialmente navegação baixa, alguns instrumentos e as missões mais bélicas.
O armamento utilizado foi, sempre metralhadoras, bastantes Foguetes, duas ou três variedades de bombas de demolição (entre 100 e 500 Kgs) e algumas saídas com napalm.
As bombas eram utilizadas para as densas matas e eram largadas em picada para permitir que entrassem por entre os ramos das árvores e rebentassem no solo e não na ramagem.
A brincar, referíamos que as bombas pouco fariam devido às árvores mas, de certeza, provocavam surdez em alguns e uma grande dor de cabeça em todos... os que estavam por perto.
As metralhadoras e foguetes eram utilizados em flagelação perto das povoações e locais suspeitos.
A minha última missão, na Guiné, em F-86F foi no dia 18 de Outubro de 1964 no avião 5317, numa saída para bombardeamento, foguetes e metralhamento.
Mas não acabaram então os meus voos em F-86. De volta a Monte Real continuei a usufrui-los até 1966. Daí fui para Angola, de onde voltei em Outubro de 1972 para as OGMA. 
Aí, nos Voos de Experiência, voltei a voar neles e o último voo foi no 5360 de Alverca para Monte Real. 
O regresso seria num Alouette III."


Texto: Cap (Ref) Fernando Moutinho

quinta-feira, 27 de junho de 2013

FESTIVAL AÉREO DE BRAGA (2) - Aviões (M1057 - 58AL/2013)

Segunda parte da reportagem fotográfica do Festiva Aéreo de Braga, que se realizou no passado fim de semana de 22 e 23 de junho, na capital minhota.
Desta feita, deixamos diversas imagens de aviões, desde utilitários a ultra-leves e aviões de acrobacia.
Muitas cores e movimento nos céus daquela urbe do norte do país.
Uma vez mais, fotos de Rui Ferreira, enviado especial do Pássaro de Ferro.



















Imagens: © Rui Ferreira - Todos os direitos reservados.

FESTIVAL AÉREO DE BRAGA (1) - Helicópteros (M1056 - 57AL/2013)

No fim de semana de 22 e 23 de junho, o Aero Clube de Braga organizou o seu Festiva Aéreo, no Aeródromo da Palmeira, nos arredores daquela cidade.
O Pássaro de Ferro, através do Rui Ferreira, esteve presente e deixa aqui a primeira de duas edições dedicadas a este evento que aconteceu na cidade dos Arcebispos.
Estiveram presentes diversos helicópteros, quase todos pertencentes ao dispositivo de combate aos incêndios e que, observando as imagens, proporcionaram visões raras aos entusiastas presentes.













Imagens: © Rui Ferreira - Todos os direitos reservados.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

NH90 ENFRENTA INCERTEZAS (M1055 - 56AL/2013)


Foto: Eurocopter

Concebido para ser o helicóptero do século XXI, o NH90 enfrenta as dificuldades originadas pela crise financeira europeia e os respetivos cortes nos orçamentos de defesa.
Ainda assim, até ao presente, já foram entregues 140 unidades a 12 dos 14 clientes que o encomendaram. Nos últimos anos foram entregues pela NH Industries (AgustaWestland, Eurocopter e Fokker) cerca de 30 helicópteros por ano e consta que há boas hipóteses de novas encomendas poderem ser feitas, mesmo tendo em conta a crise que afeta a Europa.
Efetivamente, a introdução do NH90 não foi propriamente feliz no seu tempo. Muitos países que correram para as encomendas enquanto o Euro vendia saúde, estão agora a sufocar com cortes orçamentais. A Espanha, que inicialmente encomendou 45, reduziu agora a encomenda para 22; a Alemanhã de 122 para 100, que incluem 18 de versão naval. Portugal, entretanto "saltou" fora do programa e negoceia agora quanto pagar para abandonar o consórcio, em nome da crise que assola o país.
A Noruega, ainda assim, parece satisfeita com o NH90 e equaciona substituír o Westland Sea King nas missões SAR em modo all weather, justamente pelo NH90, decisão que se espera venha a ser tomada durante 2014.
Mas subsiste alguma réstia de otimismo no que toca ao mercado exterior à Europa. O Qatar procura um helicóptero tático e naval e a situação está em avaliação relativamente às hipóteses em carteira, digamos. Também a Índia pode vir a ser um potencial cliente uma vez que equaciona substituir o UH-60 Black Hawk e o MH-60R Seahawk.
Apesar destes contratempos e de alguma falta de afirmação deste helicóptero, os responsáveis pela NH Industries acreditam que o cenário pode melhorar.

Fonte: Aviationweek
Tradução e adaptação: Pássaro de Ferro

terça-feira, 25 de junho de 2013

PASSOS COELHO DESTACA PARTICIPAÇÃO LUSA NO KC-390 (M1054 - 181/PM2013)

Ilustração KC-390    Imagem: Embraer

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, destacou ontem 24 de junho, em Évora, a participação de empresas portuguesas no projeto da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), considerando que constitui "um valor acrescentado" para a indústria nacional.
Após uma visita às fábricas de Évora da construtora aeronáutica brasileira, Passos Coelho realçou que o projeto da Embraer na cidade alentejana integra "um conjunto de fornecimentos que está a ser alargado por um número muito elevado de empresas de base portuguesa".
"Isto significa que, dentro deste modelo global e de internacionalização da própria empresa, existe uma parte de valor acrescentado para a própria indústria nacional e para o mercado português", disse.
Assinalando que este investimento da Embraer "tem uma grande importância para Portugal", Passos Coelho frisou que o projeto introduz no país "uma capacidade muito relevante ao nível da indústria aeronáutica" e a "possibilidade bastante alargada de desenvolver um ‘cluster’ aeronáutico".
O presidente da Embraer, Frederico Curado, referiu que a empresa está "num processo de crescimento de produção e de contratação de pessoal", devido à "visão que foi estabelecida" de "crescimento contínuo até 2015".
Frederico Curado adiantou que a Embraer está a introduzir nas fábricas de Évora "mais pacotes (frentes) de trabalho" para que a atividade nas duas unidades seja "cada vez mais intensa e mais produtiva".
No caso do novo avião militar KC-390, avançou que vão existir duas frentes de trabalho em Portugal, uma a cargo da Empresa de Engenharia Aeronáutica (EEA) e da Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA), e outra nas fábricas da cidade alentejana.
"Fabricaremos em Évora parte do que seria o conteúdo brasileiro, que são empenagens do avião e os revestimentos de asa", especificou.
Frederico Curado adiantou que as duas fábricas de Évora empregam, atualmente, cerca de 120 pessoas, mas que o número deve aumentar "provavelmente" até aos 180 postos de trabalho até ao final deste ano.
O presidente da Embraer disse ainda que a empresa continua a perspetivar que as unidades na cidade alentejana empreguem 400 pessoas "daqui a uns dois anos", podendo depois eventualmente atingir ou até mesmo ultrapassar os 600 postos de trabalho.
As duas fábricas de Évora da Embraer, o terceiro maior fabricante mundial de aviões comerciais, foram inauguradas a 21 de setembro 2012, após um investimento de 177 M EUR.

Fonte: Sol

segunda-feira, 24 de junho de 2013

PRIMEIRO F-35C ENTREGUE À US NAVY (M1053 - 180/PM2013)

F-35C Lightinig II - a variante naval      Foto:Todd McQueen/Lockheed Martin


O primeiro F-35C (versão naval) de série foi entregue à Marinha americana (US Navy)
O avião número de série CF-6, chegou à base de Eglin, Flórida, no passado sábado 22 de junho de 2013, onde irá ser utilizado a partir de agora na Esquadra de Ataque 101 (101 FS).

A FS 101 servirá de esquadra de substituição, para o treino de pilotos e pessoal de terra. O CF-6 juntou-se assim à frota de 12 F-35A (convencional) e 13 F-35B (versão STOVL), já colocados em Eglin. Até ao fim do ano, mais quatro células F-35C engrossarão a frota.

O piloto de testes da US Navy Cap.Ten Chris Tabert efetuou o voo ferry do CF-6. Em 2012, tinha-se já tornado o primeiro piloto militar a voar as três versões do F-35.

"Estamos empenhados em realizar a visão da Marinha para o F-35, que irá revolucionar o poder de fogo avançado em ambientes de combate presentes e futuros" proferiu Lorraine Martin, vice presidente executiva da Lockheed Martin e gestora geral do programa F-35. "O F-35 representa o novo standard em integração de sistemas de armas, manutenção, raio de combate e capacidade de transporte de armamento, aportando verdadeira capacidade multi-missão à Marinha" concluiu.

O F-35C da Marinha e Fuzileiros, possui asas maiores e trem de aterragem mais robusto do que as restantes variantes. Tem maior capacidade interna de combustível, tem capacidade para o lançamento por catapulta e aterragem com gancho em porta-aviões. As asas dobram para facilitar as operações em convés de porta-aviões e utiliza o sistema de reabastecimento em voo típico da Marinha de sonda e mangueira.

Fonte: Lockheed Martin
Tradução e adaptação: Pássaro de Ferro



LE BOURGET 2013 BATE RECORDES DE VENDAS (M1052 - 179/PM2013)

Su-35 descola em Le Bourget com A380 em fundo

No Salão Internacional de Aeronáutica de Le Bourget (França), os fabricantes assinaram contratos no valor recorde de 180.000 M EUR.
No total, os principais fabricantes de aeronaves do mundo receberam encomendas para mais de 1500 aeronaves. A empresa europeia Airbus e a americana Boeing tornaram-se as campeãs indiscutíveis dessa corrida. A empresa brasileira Embraer e a franco-italiana ATR também alcançaram um sucesso notável.
Os fabricantes de aeronaves russas também receberam grandes encomendas para os aviões Sukhoi Superjet 100 e MS-21.

A estrela maior da edição deste ano no entanto, o Sukhoi Su-35, no qual as autoridades russas depositavam grandes esperanças para encomendas externas, apesar de muito cobiçado, não foi para já eleito por nenhum cliente. 

Fonte: Voz da Rússia
Adaptação: Pássaro de Ferro

domingo, 23 de junho de 2013

MIRAGE F1: DEPOIS DO ADEUS (M1051 - 178/PM2013)


A globalização tem vindo a impor as suas leis também no mundo da aviação. Paulatinamente as forças aéreas um pouco por todo o mundo, têm vindo a uniformizar as suas frotas com aeronaves multi-role, reformando outras que por mais antigas, ou mais limitadas, se vão tornando obsolescentes, à luz dos padrões atuais.


Hoje 23 de junho de 2013, foi a vez dos Mirage F1 do Ejército del Aire, ou C.14 como eram conhecidos no país vizinho.
Espanha operou 91 Mirage F1 em várias versões (CE, EE, BE e M) e várias proveniências: diretamente da fábrica (73 unidades), usadas de França (5 unidades) e Catar (13 unidades), em três bases aéreas distintas (Manises, Gando e Albacete)
Segundo notícias a circular, este poderá contudo não ser ainda o adeus definitivo das últimas unidades  Mirage F1 que operaram em Espanha, devido ao interesse demonstrado pelos argentinos, em adquirir células ainda com potencial de operação, que terão já enviado uma delegação a Espanha para verificar as condições dos aparelhos.
Em terras de Castela contudo, os Mirage já deixam saudades, após 200.000 horas de voo e 38 anos de serviço, quando se faz o silêncio nos motores Snecma Atar em Albacete.
A Ala 14 voará agora apenas os Eurofighter Typhoon, que há já um ano começaram a substituir os veneráveis  Mirage F1.










 Fotos: Ejército del Aire (sugestão de Alejandro del Prado)








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