Noratlas n/c 6404 Foto: Autor desconhecido |
Resgate do Luso
Passados uns dias após a anterior missão, lá fui repetir a dose.
Desta vez ao Luso (Angola também).
A UNITA ocupou o Luso depois de uma “guerra” com o MPLA.
A FAP tinha, no aeroporto, umas pequenas instalações que estavam em desativação, mas alguns agentes da DGS com respectivas famílias, refugiaram-se nas referidas instalações.
Conclusão: nova missão para executar e como já tinha a experiência, lá fui eu.
Repeti o mesmo sistema. Desta vez fui “confraternizar” com os militares da UNITA.
Nesse dia havia avião da DTA e aproveiámos para ir até à aerogare.
Assisti a cenas desagradáveis. Com a desculpa de procura de armas, abriam as bagagens e sacavam o que podiam. Que fazer? Aguentar…
Pouco depois, a informação: “os caixotes já estão carregados”.
Despedidas…
Dessa vez o regresso consistia em deixar os resgatados membros da DGS em Nova Lisboa.
A UNITA ocupou o Luso depois de uma “guerra” com o MPLA.
A FAP tinha, no aeroporto, umas pequenas instalações que estavam em desativação, mas alguns agentes da DGS com respectivas famílias, refugiaram-se nas referidas instalações.
Conclusão: nova missão para executar e como já tinha a experiência, lá fui eu.
Repeti o mesmo sistema. Desta vez fui “confraternizar” com os militares da UNITA.
Nesse dia havia avião da DTA e aproveiámos para ir até à aerogare.
Assisti a cenas desagradáveis. Com a desculpa de procura de armas, abriam as bagagens e sacavam o que podiam. Que fazer? Aguentar…
Pouco depois, a informação: “os caixotes já estão carregados”.
Despedidas…
Dessa vez o regresso consistia em deixar os resgatados membros da DGS em Nova Lisboa.
MPLA/UNITA
Anteriormente já dei a entender o comportamento dos diversos movimentos, bem como a nossa adaptação àqueles comportamentos e dificuldades em os enfrentar de modo o mais pacifico possível. Mas por vezes havia mesmo situações complicadas.
Ainda sei o dia, porque foi a última vez que fui a Sá da Bandeira: 13/05/75.
Nesse dia, tinha acabado de descolar de Nova Lisboa (nessa altura ainda sob jurisdição da UNITA) rumo a Luanda, com mais uma “carga” de refugiados. Ao entrar em comunicação com Luanda, perguntam-me se tenho possibilidades de ir até Sá da Bandeira fazer uma evacuação de um ferido grave.
Ainda sei o dia, porque foi a última vez que fui a Sá da Bandeira: 13/05/75.
Nesse dia, tinha acabado de descolar de Nova Lisboa (nessa altura ainda sob jurisdição da UNITA) rumo a Luanda, com mais uma “carga” de refugiados. Ao entrar em comunicação com Luanda, perguntam-me se tenho possibilidades de ir até Sá da Bandeira fazer uma evacuação de um ferido grave.
Como tinha excedente de combustível, dei resposta positiva e voltei para trás, até Sá da Bandeira, que estava nas mãos do MPLA.
Após a aterragem, de imediato apareceram elementos militares do MPLA, querendo saber ao que íamos.
Após a aterragem, de imediato apareceram elementos militares do MPLA, querendo saber ao que íamos.
"Para uma evacuação". Ninguém sabia de nada mas, enquanto se aguardavam esclarecimentos, um dos elementos do MPLA entrou no avião e resolveu revistar os refugiados que transportavamos. Pouco depois ouço um reboliço e ouvia: “mata, mata, mata…”
O ”rapaz” do MPLA, armado com Kalashnikov, ameaçava matar todos os passageiros por serem da UNITA.
Perante tal situação disse ao Radiotelegrafista que fosse à Torre e pedisse a alguém superior do MPLA que viesse em nosso socorro.
O meu papel entretanto, foi convencer o “mpla” a ter calma e a ponderar. Consegui que saísse do avião. Aí argumentei como pude, inventei coisas, elogiei-o, tentei acalmá-lo de todas as formas.
O meu papel entretanto, foi convencer o “mpla” a ter calma e a ponderar. Consegui que saísse do avião. Aí argumentei como pude, inventei coisas, elogiei-o, tentei acalmá-lo de todas as formas.
Continuava com o “mata, mata”…
Pouco depois chega um Jeep com um oficial superior do MPLA, que mesmo de cima da viatura dá uma violenta coronhada no dito “rapaz”, que o estendeu logo.
Pouco depois chega um Jeep com um oficial superior do MPLA, que mesmo de cima da viatura dá uma violenta coronhada no dito “rapaz”, que o estendeu logo.
De seguida apresentou-me desculpas pelo sucedido, dizendo para regressarmos, para "evitar mais problemas".
Disse-lhe que tínhamos lá ido para uma evacuação sanitária. Respondeu-me que já não era necessária.
Não sei o que se passou. Descolei.
Não sei o que se passou. Descolei.
Texto: Cap. (Ref) Fernando Moutinho
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