Aeronaves mais antigas e de missão única podem estar a caminho da sucata, de acordo com o Secretário da Força Aérea dos EUA (USAF): "está tudo em cima da mesa" disse Eric Fanning na passada segunda-feira. "Estamos a tentar proteger alguns dos programas principais, mas estamos a olhar com mais atenção para frotas de missão única".
Desde junho passado, quando o Chefe de Estado Maior da USAF Gen. Mark Welsh se referiu em público pela primeira vez à possibilidade de retirar de serviço frotas inteiras, como meio de fazer frente aos cortes orçamentais, previstos para os próximos anos, que os A-10 surgiram na linha da frente: existem duas variantes em serviço na USAF, o que encarece toda a logística dos aparelhos, além de que ao retirar a frota, não seria necessário substituir as asas nem modernizar as unidades mais antigas.
Falou-se então também no bombardeiro estratégico B-1B e fala-se agora também nos reabastecedores KC-10 e F-15C.
A lógica subjacente, é a de retirar aeronaves de missão única, favorecendo novos programas de armas, tais como o F-35 (caça multi-funções) e o KC-46 (novo reabastecedor). A vontade conhecida nos EUA, de criar um novo bombardeiro estratégico, coloca também a espada sobre o B-1B.
É que retirando uma frota inteira, poupa-se muito mais do que retirando o mesmo número de aeronaves em várias frotas.
Contudo, principalmente o A-10 Thunderbolt II, também conhecido como Warthog (javali africano), tem levantado uma onda de protestos e críticas, caso uma decisão venha a ser tomada no sentido de retirar completamente o famoso avião de apoio aéreo aproximado, tão querido pelas tropas no terreno nas diversas campanhas no Iraque e Afeganistão, por exemplo. Argumentos como a incapacidade do F-35 para realizar a missão do A-10 com a mesma efetividade, ou tão simples como "não se pode empastelar eletronicamente um canhão" (aludindo ao poderoso canhão Gatling de 30mm do A-10), vêm sendo repetidos pelos defensores do mítico Warthog.
Por outro lado, fontes no Exército dos EUA, falam do interesse em ficar com os A-10, caso estes sejam alienados pelas USAF.
De resto, todas as frotas na linha de fogo, apresentam vantagens e desvantagens ao ponderar a sua retirada: os F-15C por deixarem a defesa aérea entregue completamente aos pouco numerosos (e algo polémicos) F-22 Raptor até à entrada em serviço operacional do F-35, os KC-10 por ser uma frota ainda relativamente recente e o B-1 por deixar o bombardeamento estratégico para os lentos e poucos B-2 ou antigos B-52.
A decisão, ainda por tomar, não é por isso fácil e na equação entrará também em consideração os lugares de trabalho relacionados com cada uma das frotas.
Relativamente a novos programas, o concurso para aquisição de um novo helicóptero de busca e salvamento de combate (CSAR), está em sério risco de ser anulado, recaindo a escolha em novas unidades HH-60 Pave Hawk em números reduzidos apenas para substituir as perdas.
No final, o Congresso dos EUA terá a palavra e como tal, a decisão será muito mais política, do que técnica.
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