quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A CLASSE DE PORTA-AVIÕES GERALD FORD (M1279 - 349PM/2013)

O USS Gerald Ford à saída dos estaleiros Newport News     Foto: Chris Oxley/Huntington Ingalls Industries


O novo porta-aviões americano USS Gerald Ford foi batizado no passado dia 9 de novembro, tal como demos notícia  e inclusive transmitimos em direto, na nossa página de Facebook.

O USS Gerald Ford não é contudo apenas mais um porta-aviões, na extensa lista já utilizada pela Marinha dos EUA (US Navy). Incorpora novos conceitos capazes de revolucionar os métodos de trabalho da aviação no mar, de igual modo que o convés de aterragem em ângulo o fez depois da II Guerra Mundial. O novo conceito prevê ainda margem de progressão para incorporação de novas tecnologias, que apareçam durante os 50 anos de vida útil, previstos para a nave.

Deslocando 77.000 toneladas, os porta-aviões da classe Ford (para já três unidades encomendadas: Gerald Ford - CVN-78, John Kennedy - CVN-79 e Enterprise CVN-80), não são maiores que os seus antecessores, estando o foco centrado em serem sim, mais eficientes.
Por essa razão a ponte de comando foi recuada no navio, permitindo assim uma arrumação e operação das aeronaves mais eficientes no convés de voo. As mudanças realizadas (que incluem também catapultas elétricas em vez das clássicas a vapor) aportarão um acréscimo de 33% em poder de combate, permitindo passar das 120 saídas de aeronaves por dia durante 30 dias da classe Nimitz, para as 160. 

Mas para além do que é visível a olho nu, muitas das transformações que tornam a classe Gerald Ford mais eficiente que nunca, são quase invisíveis e estão relacionadas com o nível de integração, permitido pelo funcionamento elétrico do navio, por oposição ao funcionamento a vapor das classes anteriores. Um facto só possível pela instalação de dois reatores nucleares que produzem três vezes mais energia elétrica do que os da classe Nimitz.  A utilização da energia elétrica vem ainda diminuir o tempo e custos de manutenção, exigidos pelos sistemas de vapor, podendo estar em operação até 42 meses consecutivos. 
A eletricidade permite ainda ter potência constante nas catapultas, reduzindo os imponderáveis quando há necessidade de lançar aviões com urgência. Já o sistema de cabos de travagem das aterragens será também eletromagnético, permitindo a compatibilidade com o uso de VANTs
A capacidade elétrica dos novos porta-aviões, prevê já também a introdução de novos sistemas de armas num futuro a médio/longo prazo, como lasers e armas de energia direcionada.

Um redesenhamento do interior, vem tornar a vida mais fácil para os tripulantes, bem como reduzir substancialmente o seu número, uma vez que muitos dos sistemas são agora mais fáceis de operar. Curiosamente, alguma da investigação realizada que permitiu aumentar a eficiência do convés de voo, foi feita nas corridas de carros da NASCAR e na organização necessária nas "boxes", para aplicar os mesmos princípios à operação de aeronaves.

Com todos os ganhos que se espera conseguir, cada unidade da classe Ford está avaliada no entanto em 12.900 M USD.

O USS Gerald Ford irá realizar testes e avaliação de sistemas durante os próximos 28 meses, antes de entrar em serviço operacional na US Navy.





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