domingo, 10 de novembro de 2013

AÇORES - “Contingências da Sinistralidade”[*] (M1262 - 13RF/2013)



Tomando por título [*] o nome de um dos capítulos do livro “As Lajes da Ilha Terceira - aspectos da sua história”, de Avelino de Freitas Meneses, faço aqui uma espécie de cronologia, que não está completa, sobre acidentes e incidentes aéreos, ocorridos no Arquipélago dos Açores, fazendo também, e sempre que possível, a identificação dos locais e memoriais que podemos por lá encontrar.

O primeiro registo que há da utilização de uma plataforma terrestre pela aviação portuguesa nos Açores, é o da utilização do Campo da Achada, no planalto central da Ilha Terceira, a partir de 4 de Outubro de 1930, por um Avro 504K (“Açor”) da Arma de Aeronáutica do Exército Português, utilização essa que se manteve até ao início dos anos 40.

[http://walkarounds-ccadf.blogspot.pt/2013/07/campo-de-aviacao-da-achada-primeira.html]

É porém alguns anos antes que se dá a primeira utilização dos Açores como plataforma de apoio permanente para operações aéreas, na Mid-Atlantic Naval Base da United States Navy (UN NAVAL BASE 13), em Ponta Delgada, criada em 1917, para onde é destacada a 1st Marine Aeronautic Company, que chega no ano seguinte. Este destacamento, que chegou a Ponta Delgada a 21 de Janeiro de 1918, era composto de 10 aparelhos Curtiss R-6 e 2 Curtiss N-9, apoiados por 145 homens, e mais tarde recebem aviões Curtiss HS-1L e HS-2L.
Esta base naval é encerrada em 15 de Setembro de 1919, sendo adquirida pelo Governo Português, constituindo-se no Centro de Aviação Naval de Ponta Delgada, com o algum do material da USNavy, nomeadamente da sua componente aérea, como as instalações e quatro aparelhos Curtiss HS-2L.
Em 1921 os aparelhos são enviados ao continente, sendo o hangar deste centro desmontado e enviado para o CAN de Aveiro, em S. Jacinto, onde foi remontado e continua até aos dias de hoje a uso, ainda que, não com o mesmo propósito.

[ http://walkarounds-ccadf.blogspot.pt/2012/07/s-jacinto-um-espaco-com-memoria.html ]

Antes de 1918, já havia registos de voos nos Açores, nomeadamente de aventurosos pioneiros que intentavam a travessia atlântica, fomentados por concursos então muito em voga, vulgarmente lançados por jornais de grande tiragem que atribuíam prémios a quem conseguisse fazer voos de grande distância. Como por exemplo, o britânico “Daily Mail”, que promoveu um desses concursos com um chorudo prémio em dinheiro para quem fizesse o primeiro voo sem escalas e em menos de 72 horas entre os Estados Unidos, o Canadá ou a Terra Nova, e as Ilhas Britânicas.
Numa dessas tentativas, a Seaplane Division One da United States Navy, baseada na NAS de Rockaway, Long Island (NY), tenta a travessia transatlântica utilizando três aviões Curtiss NC floateplane, [NC-1, NC-3 e NC-4]. Este aparelhos  partem a 8 de Maio de 1919, apoiados por diversos vasos de guerra, para um percurso entre Rockway, Halifax (Nova Escócia), Trepassey (Terra Nova), Ponta Delgada (S. Miguel), Lisboa, e Plymoth (Reino Unido).
À partida da Terra Nova, passava das 22H00 do dia 16 de Maio de 1919, iniciou-se a etapa mais longa, com 1.320 milhas, e também a mais difícil. Nela perdem-se dois aparelhos. A primeira mar a NC-3, comandada pelo Commander John H. Towers, comandante da frota e da expedição, amara a 17 de Maio a umas 34,5 milhas a sudoeste da Horta (Faial).  Os danos resultantes da amarisagem impedem os tripulantes de prosseguir viagem, pelo menos pelo ar, mantendo-se o aparelho a flutuar e, com a experiência de marinheiros e navegadores exímios que eram os tripulantes, navegam até Ponta Delgada, dando entrada no porto no dia 19. [o que resta de um dos flutuadores deste aparelho integra a colecção do Museu Carlos Machado, em Ponta Delgada].  Por sua vez, o NC-1, comandado pelo Lieutenant Commander Patrick N. L. Bellinger, teve de amarar ao largo da Ilha do Corvo, Açores, a 17 de Maio de 1919. Devido ao estado do mar, o avião ficou bastante danificado, e já não conseguiu descolar. A tripulação foi  recolhida pelo navio mercante grego “Ionia”, e foi tentado o reboque, mas o aparelho afunda-se.
Foi então uma uma terceira aeronave, a NC-4, baptizada “Liberty”, comandada pelo  Lieutenant Commander Albert Cushing Read, que concluiu a viagem, amarando na Horta (Faial) a 17 de Maio de 1919, com o seu Curtis NC-4, prosseguindo a 20 para uma outra escala em Ponta Delgada (S.Miguel), de onde partiu a 27 de Maio, para Lisboa, onde amarou em segurança nessa noite.


Existe na Horta, no Largo Infante D. Henrique, uma pequena 
homenagem ao feito, colocada a 19 de Maio de 1979, 
nas comemorações do 60º aniversário da travessia.

Naturalmente não poderia deixar de referir a travessia do Atlântico mais importante de todas as demais, a Travessia do Atlântico Sul por Gago Coutinho e Sacadura Cabral, em 1922, mas por não ter passado por terras açorianas, nem se enquadrar no presente trabalho, fico-me só pela referência.

Alguns anos mais tarde regista-se um primeiro feito nacional por estas paragens, quando a 10 de Maio de 1926, chegou a Vila Franca (S. Miguel), o hidroavião Fokker T.III W nº25 “Infante de Sagres”, pilotado pelos Tenentes de Marinha Moreira de Campos e Neves Ferreira, assistidos pelo Mecânico João Bastos, naquela que foi a primeira ligação Lisboa-Açores. Um voo com escala no Funchal, e que teve início no Centro de Aviação Naval do Bom Sucesso a 16 de Março de 1926.



Sinistralidade – uma cronologia

1918

A operação em missões de patrulhamento anti-submarino, pelo 1st Marine Aeronautic Company of the Marine Corps , destacada para a US Naval Base 13, em Ponta Delgada, não foi isenta de problemas tendo-se registado pelo menos dois acidentes.
A 9 de Outubro de 1918, durante uma patrulha, um Curtiss R-6 (no.328) despenha-se no oceano após uma paragem de motor. O aparelho sofreu danos consideráveis na estrutura do trem, flutuadores e fuselagem, afundando-se. Ambos os tripulantes salvaram-se, o Primeiro-Tenente Walter Smith Poague e o Gunnery Sergeant Walton B. Zeigler.

Um Curtiss N-9 sofre um acidente à descolagem de Ponta Delgada, quando se dirigia para uma patrulha, a 5 de Novembro de 1918. Um dos tripulantes saiu ileso, o Gunnery Sergeant Walton B. Zeigler, mas o piloto, o Primeiro-Tenente Walter Smith Poague, não se conseguiu libertar e pereceu na aeronave.

1927

Um hidroplano italiano “Santa Maria II”, amarou a 150 milhas das Flores por falta de combustível, sendo rebocado por um navio para a Horta. Dali voa de novo para as Flores, e para Ponta Delgada (S.Miguel), onde chega a 10 de Junho de 1927, e um dia depois a Lisboa.

Os pilotos militares italianos eram o Coronel Francesco de Pinedo, Carlo del Prete e Victale Zaccheti, então em voos de reconhecimento para a travessia do Atlântico Sul para o estabelecimento de uma ligação Roma-Rio de Janeiro.

http://historiadosacores.tumblr.com/post/29222413223/sec-xx-anos-40-50-lagoa-das-furnas-ilha-de

A 13 de Outubro de 1927, descola da Horta (Faial) um Junkers G.24 (D-1230) pilotado pela atriz austríaca Lilly Dillenz (a primeira mulher a voar sobre o Atlântico), com destino aos Estados Unidos.
Esta tinha já passado por Lisboa, de onde terá saído a 8 ou 12 de Outubro com destino aos Açores. Não conseguindo meteorologia favorável, gora-se a tentativa, e terão ficado no Faial até ao início de Dezembro, altura em que pilotos e avião regressam a  Lisboa em navio.

Nessa mesma altura, na Horta, estes pioneiros encontraram-se, por mera coincidência,  com  a piloto norte-americana Ruth Elder, que juntamente com Capitão George Haldeman (navegador-piloto), tentavam a travessia Atlântica, Nova Iorque-Paris. Sem sucesso, o seu aparelho, um monoplano baptizado “American Girl” tinha sido forçado a amarar no dia anterior a cerca de 200 milhas náuticas dos Açores, devido a uma fuga de óleo. O aparelho incendiou-se e os tripulantes foram recolhidos pelo navio tanque “Barendrecht, que os levou para a Horta. Estes tinham partido de Roosevelt Field nos EUA a 11 de Outubro de 1927.

A 18 de Outubro de 1927, escala Lisboa para a tentativa do voo transatlâncio, um Heinkel 800 (D-1220), tripulado por Horst Mertz (piloto), Boch (observador), e Rode (mecânico). Descolam a 4 de Novembro rumo aos Açores, onde chegaram no dia seguinte. Alguns dias fundeados na baía da Horta, descolam a 13 de Novembro de 1927 para a etapa seguinte da viagem. À descolagem danifica um dos flutuadores e já não conseguiu prosseguir viagem.

1928

Em 22 de Julho de 1928, o aviador naval Tenente Paulin Louis Jérôme Paris, e o Mestre Mecânico Marot acompanhados do Operador de rádio Cadou, partiram de Brest num CAMS 54 GR denominado "La Frégate", na tentativa de ligar Paris a Nova Iorque. Os aviadores são obrigados a terminar a sua aventura na Horta por avaria de motor.

No mês seguinte termina também a umas 500 milhas da Horta, a aventura de um Dornier Napier Wal (reg.G-CAJI), pilotado pelo Capitão Frank Courtney, e tripulantes Elwood Hosmer, Hugh Gilmour, e Fred Pierce. Provenientes de Marina di Pisa via Lisboa com destino a Nova Iorque, foram forçados a amarar devido a incêndio num dos motores, sendo recolhidos pelo navio Minnewaska no dia seguinte e o aparelho, alguns dias mais tarde, foi recolhido pelo cargueiro Valprato. Entrevista no Diário de Lisboa de 3 de Agosto de 1928.


1929

Um acidente fatal este, ao anoitecer de 13 de Julho de 1929 um biplano Amiot 123 capotou quando tentava uma aterragem de emergência, nuns campos próximos do lugar da Brasileira (Guadalupe), na Vitória (Graciosa). A aeronave, era tripulada pelos aviadores polacos Major Ludwik Idzikowski e Kazimierz Kubala, tendo o último sido resgatado dos escombros com vida por um lavrador da freguesia de Guadalupe, o Sr. Jerónimo Correia Picanço. O aparelho foi consumido pelas chamas que resultaram, não do acidente em si, mas antes de alguém que se acercou dos destroços com um archote.
Era esta a segunda vez que estes aviadores tentavam a primeira travessia Le Bourget – Nova Iorque, pela primeira vez feita por Polacos, mas não foram bem sucedidos, traídos por problemas de motor, viram-se forçados a tentar uma aterragem de emergência.
No local, existe um cruzeiro.


1930

Em 4 de Outubro de 1930 dá-se a inauguração do primeiro campo de aviação, na Achada (Terceira), com o voo inaugural pelo Açoreano Capitão Piloto aviador Frederico Coelho de Melo, aos comandos de um Avro 504K “Açor”.


1933

A grande travessia aérea do Atlântico liderada pelo Marechal Italo Balbo, com uma esquadra de 25 hidroaviões Savoia-Marchetti S.55X, de Roma (1 de Julho) até Chicago (12 de Agosto), para participarem na Century of Progress International Exposition. No regresso desta longa viagem, passaram pelo território nacional, nomeadamente pela Horta e Ponta Delgada, e mais tarde por Lisboa, onde permaneceram dois dias antes de rumarem a Itália.
Dada a pequena dimensão dos portos açorianos, em face da dimensão e a quantidade de aparelhos, mais os navios de apoio, a frota de Italo Balbo foi dividida em dois grupos, descolando a 8 de Agosto de Shoal Harbour, na Terra Nova (Canadá), amararam nesse mesmo dia 9 aparelhos na Horta e 15 em Ponta Delgada. No dia seguinte, todos os aparelhos descolaram rumo a Lisboa e um destes [reg. I-RANI], tripulado pelos Capitão Celso Ranieri (piloto), Tenente Enrico Squaglia (piloto), Sargento Aldo Boveri (rádio telegrafista), e o Sargento Luigi Cremashi (mecânico), acidentou-se à descolagem, capotando, vindo a perder a vida o Ten.Squaglia.
Foto do aparelho I-RANI aquando da amaragem.
O Museu Machado de Castro em ponta Delgada, possui no seu acervo um dos lemes do aparelho, bem como uma réplica do mesmo que utiliza ocasionalmente nas suas exposições temporárias.

1941

A 10 de Outubro de 1941, dá-se um acidente no Aerodrómo de Santana, em Rabo de Peixe (S.Miguel), com o Gloster Gladiator G.5 nº480, da Esquadrilha Expedicionária de Caça nº1 (EEC1), de que resulta a morte do Segundo-Sargento Álvaro Guimarães dos Santos. Aquando da aterragem, o piloto ter-se-á sentido mal, perdendo os sentidos, batendo com o avião, e teve morte imediata). Refira-se que este piloto era um veterano, que integrou os "Viriatos do Ar", grupo de pilotos portugueses que combateram do lado nacionalista. na Guerra Civil Espanhola (1938-1939).

Como resultado do temporal ocorrido, a 3 de Novembro de 1941 o Grumman G.21 nº100 (MSN 1091) e o Avro 626 nº95, da Aeronáutica Naval da Marinha (AN), baseado no CAN de Ponta Delgada, foram destruídos.

A 21 de Novembro de 1941, acidenta-se o Avro 626 nº93 da AN, perdendo a vida o Segundo Tenente Henrique Jorge Coelho Correia. Quando em manobra para amarar, e ao desviar-se do contratorpedeiro "Vouga", o aparelho enfiou a asa na água e capotou. Ainda que o socorro tivesse sido rápido (o Avro foi içado em apenas 16 minutos depois), o aparelho afundou rápidamente com o piloto ainda preso no interior.


1943

A 9 de Abril de 1943, o Miles Master nº417, foi dado como desaparecido durante um voo de treino junto à costa, num dia com condições meteorológicas adversas. Desencadeou-se uma operação de busca, com meios navais e aéreos (Ju52), tendo sido localizado, alguns dias depois, despenhado no pico de Catarina Vieira, na Serra de Santa Bárbara (Terceira). Do acidente resultou a morte do Primeiro-Cabo Gomes da Costa e do Primeiro-Cabo Mendonça. Seguiram-se as cerimónias fúnebres, à Sé e o funeral no  cemitério de Angra.

Perde-se a 13 de Maio de 1943, o Gloster Gladiator G.5 nº467, da EEC1, que colide com o Pico da Vara, S.Miguel, causando a morte ao piloto, o Segundo-Sargento Manuel Cardoso. O aparelho e o piloto só são localizados no dia 18, não sendo conhecidas as razões para o acidente. No local existe um memorial alusivo.

Perde-se o avião Junkers Ju52 nº210, a 16 de Setembro de 1943, da Arma de Aeronáutica do Exército, que sofre um incêndio aquando da aterragem em Rabo de Peixe (S.Miguel).

A 25 de Outubro de 1943 são dados como perdidos o Fortress MkII [FK202/L]e tripulação(8), pertencentes ao Esquadrão 220 da RAF, operando a partir das Lajes (Terceira). Este é o primeiro acidente aéreo das forças Inglesas estacionadas na Terceira.

A 27 de Novembro de 1943, a Oeste das Lajes, o Wellington XIV HF153/LF-O, do 172º Esquadrão da RAF, quando o estava a atacar o submarino U-764, foi atingido pela antiaérea, sendo forçado a amarar. Os dois sobreviventes de uma tripulação de seis foram resgatados.

A 4 de Dezembro de 1943, um segundo aparelho despenhou-se no oceano pouco após a descolagem das Lajes, também um Fortress Mk.II do Esquadrão 220. Existem 3 sepulturas no LajesWar Cemetery, cujo óbito coincide com esta data, porém não consegui estabelecer uma relação directa com este acidente. Tudo indica que seja, e de acordo com o Manuel de Meneses Martins, o Fortress Mk.II “FK206/K”, que se despenhou à descolagem, perdendo a vida todos os tripulantes.

No LajesWar Cemetery existem 4 sepulturas de tripulantes da RAF e RCAF, que registam como data de óbito o dia 13 de Dezembro de 1943, e que referem à tripulação do Hudson (FK735) do 233 ºEsquadrão da RAF, que se despenhou perto das Lajes.

A 19 de Dezembro, e após uma missão longa de 10 horas, ajudada pela deficiente iluminação da pista, um Wellington do 172º Esquadrão, sai fora da pista à aterragem, não resultando mais que danos ligeiros para o aparelho.


1944

Em 17 de Janeiro de 1944, um Douglas Dakota III do 45º Grupo da RAF (reg.FZ632, s/n 42-92393, MSN 12189), em voo de entrega, despenha-se no oceano a 24 kms dos Açores. Desconhecem-se mais pormenores, excepto o nome do piloto, Pilot Officer Thomas Davidson THOMSON (J/36368).

Algures em Março, um Walrus Mk.II do 269º Esquadrão da RAF, acidentou-se à aterragem nas Lajes.

A 10 de Março, um Wellington efectua uma aterragem de emergência na pista de Rabo de Peixe, em Santana.

Um Douglas C-54B da USAAF [reg.41-37274, MSN 3064/DO7] é abatido por um F4F Wildcat do HMS Striker (Australian Navy) quando em voo entre as Lajes e o Reino Unido, perdendo-se a sua tripulação (6). Este acidente, algo insólito, ocorreu a 25 de Março de 1944, quando este sobrevoou a 5000 pés um comboio de navios, escoltado por diversos vasos de guerra, tendo o piloto do Wildcat confundido o C-54 por um Focke Wulf FW-200 abatendo-o.

Dá-se o primeiro acidente aéreo com um aparelho norte-americano na Base das Lajes (Terceira), a 8 de Julho, com um Boeing B-17G que embate numa parede no final da pista, a tripulação de 10 elementos saiu ilesa.
No final desse mês, na noite de 25 para 26 de Julho, uma outra Fortaleza Voadora do Esquadrão 220, é forçada a amarar por problemas de motores, sendo a tripulação inicialmente socorrida por um Hudson, que lhes lança um salva vidas, e são recolhidos pelo navio "MV Lourenço Marques"que os leva para S. Miguel, regressando às Lajes alguns dias mais tarde. Desconhece-se o local exacto que seria a Sul de S. Miguel.

A 30 de Novembro de 1944 acidentou-se nas Lajes, o Douglas Dakota Mk.III da RAF (serial  FZ637, MSN 12194), quando foi atingido por um Consolidated Liberator (serial AM263) que sufreu uma faha de travões à aterragem.

Acidentou-se a 1 de Dezembro o Consolidated Fleet F-10B nº82 (c/n 95) da Aeronáutica Naval, baseado em Ponta Delgada, o piloto era o Primeiro-Tenente Costa Pessoa, que ficou ferido sem gravidade. O piloto estava já na volta para a final, para amarar, quando com um dos flutuadores roçou numa grua do molhe e veio a embater com o nariz do avião numa draga. Este aparelho foi anotado no hangar do CAN Açores com danos extensos ao flutuado de bombordo e ao conjunto do motor e parte frontal da fuselagem, bem como estrutura central das asas. Foi o Fleet nº82  batido ao efectivo em 8 de Janeiro de 1945.

Em 21 de Dezembro de 1944, o Custiss Mohawk nº483, da EEC3, pilotado pelo Ten. João Quintela, faz uma aterragem de emergência na Lajes. O piloto sofre ferimentos ligeiros na cabeça e o avião fica inutilizado.


1945

A 4 de Janeiro de 1945, um Douglas C-54A da USAAF (s/n 42-72250, MSN 10355) acidenta-se à aterragem nas Lajes, sem vítimas, mas o avião fica muito danificado, não sendo recuperado.

Dois tripulantes, um da Royal New Zealand Air Force (piloto) e um outro, das Forças Polacas, perderam a vida a 20 de Fevereiro de 1945, conforme sepulturas no Lajes War Cemetery. Esta tripulação refere-se ao voo de entrega do Quebec para o Reino Unido, via Lajes, do DH Mosquito B.25 KB475, que se acidentou à descolagem.

Entre tripulantes e passageiros perderam a vida 6 militares da RAF, 1 da R Australian AF e 1 da R Canadian AF, a 8 de Março de 1945, encontram-se sepultados no Lajes War Cemetery. Possivelmente alguns seriam passageiros. Desconhece-se o acidente relacionado.

Dá-se a 14 de Março de 1945, um acidente que vitimou 19 pessoas, sendo eles a tripulação (5) e passageiros (14) do Liberator C Mk.VII EW626. O avião faz uma descolagem, aparentemente normal, e durante a subida “tomba” sobre estibordo e depenha-se no solo. Os cadáveres foram recuperados dos escombros e sepultados no Lajes War Cemetery.

A 21 de Março de 1945, existe referência à destruição de um Dakota Mk.III da RAF (serial FD900, MSN 9622) que colidiu nas Lajes (?) com um B-24 Liberator (serial 41-63243 ?).

A 11 de Abril de 1945, acidentou-se o Douglas C-47A da USAAF (serial 42-24290, MSN 10152) a 4,8 kms a N da Ribeira (Ribeira Grande? no oceano?) .

Um Lancaster da RCAF amarou a 9 de Junho de 1945 a meia milha da costa terceirense, por problemas de motores. A tripulação saiu ilesa, sendo recolhida por uma lancha rápida da RAF (ASR Pinnace?) saída da Praia da Vitória.

No dia 16 de Junho de 1945, dois Avro Lancaster Mk X do 425 (Alouette) Sqn da RCAF (registos KB934 e KB936), preparavam-se para deslocar rumo ao Canadá quando durante o taxiamento a poeira levantada reduziu a visibilidade e os dois aviões chocaram causando dois feridos, um dos quais veio posteriormente a morrer, sendo sepultado no Lajes War Cemetery [Flight Seargent William Holowaty].  Os aparelhos foram posteriormente reparados e seguiram para o Canadá.

A 3 de Julho de 1945, de novo um acidente com um Douglas C-54D da USAAF, desta vez com perda do avião (reg. 42-72680, MSN 10785) e dos seus 4 ocupantes. O aparelho colidiu com uma montanha, a Este da Vila do Porto (Santa Maria), já na frequesia do Santo Espírito..Os corpos foram sepultados num cemitério criado perto das pistas.
Outro link com diversas fotografias: 
https://www.baaa-acro.com/crash/crash-douglas-c-54d-10-dc-skymaster-vila-do-porto-4-killed

Em 23 de Setembro de 1945, o Warwick BV483, durante um voo de teste sofre uma falha de motor, e durante a aterragem sai da pista quando uma das "pernas" do trem de aterragem colapsa. Uma senhora de idade, que se encontrava a num muro próximo da pista, é colhida pelo avião.

É referida na edição do jornal Faialense "O Telegrafo", que se acidentou a 27 de Setembro de 1945, por volta das 17H00, no canal entre o Faial e o Pico, um Consolidated Catalina americano, vitimando dois tripulantes, sofrendo os restantes seis ferimentos, num dos casos graves. Desconhecem-se mais pormenores.

Ainda neste ano, em data desconhecida, o Curtiss Mohawk nº484, da EEC3, sofre uma avaria de motor e o piloto efectua uma aterragem forçada numa encosta, em S. Miguel (?). O piloto, Alferes Carlos Burnay, é ajudado por populares a sair do avião já em chamas, ferido com alguma gravidade, é posteriormente evacuado para Lisboa.


1946

Em data desconhecida, um Boeing B-29 faz uma aterragem de barriga, na pista das Lajes, conforme fotos encontradas no sítio “Ultimas Curiosidades”.

Para um rotineiro voo de treino de amaragem, a 22 de Maio de 1946, deslocou-se o Primeiro Tenente Costa Pessoa, desde o CAN em Ponta Delgada, para a Lagoa das Sete Cidades, no Grumman G-44 Widgeon nº129 da Aeronáutica Naval. Quando estava na final para amarar, o vento mudou de direcção e ainda que o piloto tentasse borregar a amaragem viu-se forçado a amarar mesmo assim, tendo o aparelho capotado quando a asa de bombordo tocou na água aquando da desaceleração.
O piloto e único tripulante, foi socorrido pela população que ali acorreu em diversos barcos de recreio. O aparelho foi mais tarde recuperado no local havendo registos dele já a voar em Novembro seguinte, em S. Jacinto. Este aparelho é o que se encontra exposto no Museu do Ar em Alverca (c/n 1251, exCS-AHF).


1947

A 24 de Março de 1947, durante um voo de entrega (ferry) com escala em Santa Maria, proveniente de Gander, despenha-se no lugar da Lapa, um Beechcraft D18 de registo egípcio SU-AED (MSN A-368), vitimando os seus dois ocupantes.

Acidente com o Beechcraft D18S da SATA, reg. CS-TAA, que a 5 de Agosto de 1948, já na aproximação ao aeroporto de Santa Maria se despenhou no oceano, a 12 milhas a Norte da ilha. Pereceram os passageiros e tripulantes (6).


1948

30 de Janeiro de 1948, um Avro 688 Tudor I da BSA, registado G-AHNP, saído de Santa Maria, acidenta-se quando em rota para as Bermudas, por razões desconhecidas.

Em 1 de Abril de 1948, o Boeing B-17 nº 276 [exUSAF 44-83712], da Arma da Aeronáutica do Exército, sofre um acidente, ficando irrecuperável.[Foto 1] [Foto 2] [Foto 3]

Um Douglas C-54A de registo Mexicano XA-GUU (MSN 10390), operado pela Guest Aerovias Mexico, despenha-se sem tenha havido vitimas mortais entre os 35 passageiros e 9 tripulantes. O acidente ocorreu a 22 de Setembro de 1948, após a descolagem do aeroporto de Santa Maria.


1949

A 28 de Outubro de 1949, um Lockheed L-749 Constellation (reg.F-BAZN, MSN 2546) da Air France, proveniente de Paris e com destino a Nova Iorque, não chega a fazer uma escala prevista em Santa Maria, despenhando-se no Monte Redondo, perto do Pico da Vara (S. Miguel) perdendo a vida todos os ocupantes (37 passageiros e 11 tripulantes). Na origem do acidente estará um erro de navegação na aproximação. No local existe um memorial alusivo.


1951

No dia 31 de Janeiro de 1951, o Douglas C-54D nº 282 da Arma de Aeronáutica do Exército Português (s/n 42-72477, MSN 10582/DC313, FAP 6603 ntu), proveniente de Lisboa, despenha-se no mar, na aproximação à pista das Lajes, perdendo a vida os seus 14 ocupantes.

A 26 de Abril de 1951, um Boeing B-29 da USAF despenha-se ao aterrar na pista das Lajes (Terceira).

A 15 de Outubro de 1951, um Boeing C-97A Stratofreighter da USAF (reg.49-2602, MSN 16224) com uma tripulação de 12 elementos, foi dado como perdido no oceano quando em voo das Lajes para a base aérea a Springfield-Westover (MA) nos Estados Unidos.
Este aparelho já tinha apresentado  problemas no dia anterior quando se deslocava de Frankfurt na Alemanha, para os Estados Unidos, vendo-se a tripulação forçada a aterrar nas Lajes. Aí o C-97 foi reabastecido e descolou rumo aos Estados Unidos quando uma falha nos sistemas de navegação, ambas as rádio-bússolas e o rádio altimetro, fez com que regressasse às Lajes. No dia seguinte, foi dado como desaparecido algum tempo depois de ter descolado.

A 7 de Dezembro de 1951, um outro Boeing B-29 da USAF despenha-se já fora da baía da Praia da Vitória (Terceira), pouco após ter descolado.

1953

A 27 de Fevereiro de 1953, um Lockheed P2V-2 Neptune da USNavy (Bu39357), do esquadrão VP-16, durante um voo entre Kindley Field NAS (Bermuda) e as Lajes, sofre a uma perda de potência no motor de estibordo, decidindo o piloto voltar a Kindley Field quando problemas adicionais no motor forçam o piloto a dirigir-se à estação de observação Station Echo, localizada a Este da Bermuda. O piloto acaba por ter de amarar pelas, tendo sido toda a tripulação resgatada pela Guarda Costeira ( USCGC Coos Bay).

1954

A 9 de Agosto de 1954, à descolagem das Lajes (Terceira) rumo à Bermuda, o Lockheed L-749A Constellation da Avianca (reg.HK-163 , MSN 2664) despenha-se contra uma das montanhas da ilha [Boi (647 metros)], de onde resultou a perda da tripulação (9) e passageiros(21). A tripulação divergiu para as Lajes por mau tempo em Santa Maria, mas foi à saída das Lajes que se deu o acidente, que terá ocorrido por erro de pilotagem.

1955

A 26 de Janeiro de 1955, o Douglas C-54G reg. 45-0569 da USAF, foi forçado a amarar por falta de combustível, sensívelmente a meio caminho entre as Bermudas e as Lajes, perto da Ocean Weather Station Echo. Os seus 8 ocupantes foram resgatados pelo navio Coss Bay da Guarda Costeira Norte-Americana.

Despenhou-se no Pico do Negrão, Ribeira de Além, na Serreta (Terceira) a 25 de Agosto de 1955 o Grumman SA-16B Albatross da USAF (s/n 51-7159, MSN G-209), vitimando todos os seus 5 ocupantes. O aparelho tinha partido da Argentia NAS, NL, com destino às Lajes, tendo-se despenhado já na aproximação. 


1956

10 de Outubro de 1956, perde-se no oceano, um Douglas R6D-1 Liftmasterm (Bu131588) da Marinha Norte-Americana, e com ele os seus 9 tripulantes e 50 passageiros. O avião fazia um voo entre a base de RAF Lakenheath, e a Base das Lajes.
http://aviation-safety.net/database/record.php?id=19561010-0 

A 11 de Novembro de 1956 chega à baía da Horta o USS Currituck (AV-7) da Marinha Norte-Americana, navio que dava apoio à esquadra VP-56 "Dragons", que operava então os Martin P5M-1 Marlin, no regresso aos Estados Unidos, depois de um destacamento no Mediterrâneo.
Distribuídos por duas esquadrilhas, seis amaram na Horta e os restantes em Ponta Delgada para reabastecimento a partir de navio e prosseguirem viagem. À descolagem, um dos Marlin (BuAer.135518), acidentou-se e explodiu perecendo os seus quatro tripulantes (curiosamente membros da esquadra VP-44). 
A cerimónia fúnebre em memória das vitimas teve lugar sete dias depois a bordo do USS Currituck.


1957

No dia 9 de Maio de 1957, um avião reabastecedor da 321st ARefS/321st BW, da USAF, o Boeing KC-97F Stratofreighter (s/n 51-0258, MSN 16325) despenhou-se no oceano, a 550kms a Sudoeste dos Açores, quando em rota entre a Base Aérea de Sidi Slimane, em Marrocos e a Base das Lajes (Terceira). A tripulação de sete elementos foi resgatada e o avião permaneceu a flutuar durante 10 dias, tendo sido afundado a tiro, pelo USS Wisconsin.

Dia seguinte, 10 de Maio de 1957, também nas Lajes (Terceira) o Boeing KC-97F Stratofreighter (s/n 51-0254, MSN 16321) do 321st ARefS/321st BW da USAF sofre uma perda de motor à descolagem, saindo fora da pista. O avião consequentemente pegou fogo, mas toda a tripulação saiu com vida do acidente.



1958

No dia 20 de Fevereiro de 1958, durante um voo nocturno entre a base aeronaval da Marinha Norte-Americana de NAS Argentia, na Terra Nova, e a Base das Lajes, perdeu-se no oceano o Lockheed WV-2 Super Constelation (Bu141310), a 176kms a Oeste da ilha do Corvo. Foram empreendidas buscas, sem sucesso para encontrar o avião e os seus ocupantes, tripulação (5) e operadores (17).


A 9 de Novembro de 1958, o Martins PBM-5 Mariner de registo CS-THB/Porto Santo, da ARTOP (Aero Topográfica Lda.), desapareceu no oceano com 6 tripulantes e 30 passageiros, quando em voo entre Lisboa (Cabo Ruivo) e o Funchal (Madeira). Foram empreendidos buscas a partir das Jajes, não tendo sido encontrados sobreviventes ou vestígios do acidente.

Há mais do que uma versão sobre o acidente que ditou o destino do hidroavião Grumman SA-16 Albatross nº7103 da Força Aérea Portuguesa. Tudo parece indicar que a 22 de Novembro de 1958, aquando de uma missão de socorro a doente num navio alemão, este perde um dos flutuadores durante a amaragem. Os tripulantes passaram para o navio e foi tentado o reboque do avião. No entanto foi considerado perdido e afundado pelas 3 horas, a tiro. Não houve baixas. A tripulação foi desembarcada em S. Miguel e posteriormente transportada para as Lajes. 
Um outro registo, numa outra versão um bocadinho diferente, refere que este acidente se deu em Maio de 1960. http://walkarounds-ccadf.blogspot.pt/2014/04/contributos-para-divulgacao-da-historia.html

A 8 de Dezembro de 1958, aterra já sem combustível, sem rádio e com o trem recolhido,  um  McDonnel F-101A Voodoo da USAF, imobilizando-se no fim da pista 34 das Lajes (Terceira). O aparelho ficou bastante danificado mas não houve vitimas.


1960

Em 28 de Outubro de 1960, dá-se um acidente á descolagem para uma missão de treino com o Albatross nº7101, apenas danos materiais ao casco, flutuadores e asa de estibordo.
https://walkarounds-ccadf.blogspot.com/2014/04/contributos-para-divulgacao-da-historia.html


1961

No dia 26 de Janeiro de 1961, um Douglas C-118A da USAF, reg. 51-17626, despenhou-se no Atlântico algum tempo depois de ter descolado da Terceira com destino à Naval Air Station de Argentis, no Canadá. Perderam a vida no acidente os seus 23 ocupantes (13 passageiros).

Em Outubro de 1961, durante uma descolagem de máximo rendimento para uma missão de transporte de passageiros, com dois pilotos a bordo em adaptação, o SA-16A Albatros nº7101, da Esquadra 41, despenha-se na pista logo após se ter elevado no ar, colapsando sobre o trem esquerdo e imobilizando-se já no estacionamento, não sem antes ter danificando um carro e um B-50. O avião foi armazenado na BA4 durante algum tempo, sendo depois sucateado.

http://walkarounds-ccadf.blogspot.pt/2014/04/contributos-para-divulgacao-da-historia.html

1963

Despenhou-se no oceano, a 9 de Dezembro de 1963, o Curtiss C-46A Commando pertencente a H. A. Wharton (reg. N5160V, c/n 26512, CLN CU152) nele perdendo a vida os seus 3 tripulantes, quando em voo entre Gander (NF) e Santa Maria. O acidente ocorreu a 240 kms a NE do arquipélago açoriano.

1964

A 1 de Outubro de 1964, um Piper Aztec PA23, de registo AP-ATN, do Aero Clube de Karachi, despenha-se no Pico Alto, em Santa Maria, ao que se julga saber por erro de navegação. Perderam a vida o piloto e o co-piloto. Outras informações dão nota que o aparelho proveniente de Gander, fez escala em Santa Maria rumo a Londres, via Lisboa, para onde descolou, despenhando-se pouco tempo depois.
https://www.facebook.com/aeroportosantamaria/posts/2741816046098399

https://aviation-safety.net/wikibase/220630


1965

Quando tentava uma aterragem de emergência, durante uma tempestade, despenhou-se o Helio Courrier de registo ET-ABN (s/n 2502), a 24 de Janeiro de 1965, no Cabeço Redondo, na freguesia das Bandeiras, concelho da Madalena (Pico). O aparelho procedia da Terra Nova, em voo de ferry para o continente Africano e pretendia escalar Santa Maria, para ser entregue ao seu novo dono, a ONG "Missionaries of Charity". O piloto, um Mr. Cunningham, saiu ileso do aparelho. Este aparelho foi mais tarde retirado do local e vendido no continente, sendo reparado e registado como CS-ALE, perdendo-se em acidente, em Almeirim, a 29 de Setembro de 2005.

1968

Em 12 de Outubro de 1968, despenhou-se um Beechcraft B55 numa das encontas da Lagoa do Fogo, em (S.Miguel), perdeu a vida o piloto. No local encontra-se uma lápide e um cruzeiro evocativo. Encontrei um artigo que ajuda a contar a história.

1969

Um Douglas DC-4 da Continental Air Transport (reg.N3821, MSN 10356 , s/n 42-77251), foi dado como perdido no oceano quando voava entre o aeroporto de Halifax (NS), e Santa Maria, tendo perecido a sua tripulação.

Em Março, um Transall da Força Aérea Francesa sai da pista à aterragem, provocando danos ligeiros na aeronave, reparados no local.
A 23 de  Maio de 1969 despenha-se um  Transall C-160F (F-14/16-MI) da Força Aérea Francesa, nas Flores. Não houve vítimas.
Um registo fotográfico de um dos acidentes com C-160F nas Flores, que poderá ser deste acidente (?).

1976

Por volta das 22 horas do dia 3 de Setembro de 1976, despenha-se no local do Lajedo, na Vila das Lajes (Terceira), o C-130H nºFAV-7772 “24 de Julio” (c/n 4408), das Fuerzas Aéreas Venezuelanas. Perecendo a totalidade das 68 pessoas que seguiam a bordo, incluindo os 5 tripulantes.
Mantém-se um Memorial na vila das Lajes.
https://asn.flightsafety.org/wikibase/329328

1978

Durante um voo de treino, a 5 de Julho de 1978, despenha-se numa das encostas da Serra de Santa Bárbara (Terceira), o CASA C-212A Aviocar nº6518 da FAP, perdendo a vida a tripulação os TCor. Lavrador e Bettencourt e o Sarg. Vitorino.   Destroços fotografados no local em 2020 pelo João Toste.
Há inclusivamente um Geocache associado a este local.

Numa missão de treino de rotina, despenhou-se no oceano, 20 milhas a Nordeste das Lajes (Terceira) o Lockheed P-3B Orion reg. Bu152724 (c/n 185-5164) da Marinha Norte Americana, perdendo a vida os seus 7 tripulantes.

1980

A 22 de Dezembro de 1980, durante um voo local a partir do aeródromo de Santana, em S. Miguel, o Tiger Moth CS-AFC do Aero Clube da Ilha Verde, acidentou-se com perda total da aeronave e um dos tripulantes. «A bordo seguiam o piloto Roberto Teixeira e um dos seus filhos. O avião embateu na pequena colina sobranceira à pista. Infelizmente devido ao embate o filho do piloto perdeu a vida. O piloto sofreu várias escoriações, foi hospitalizado mas recuperou.» Da colisão resultou um incêndio que consumiu por completo a aeronave.

1984

Em 4 de Abril de 1984, acidentou-se um Lockheed C-130E da USAF, reg. 64-0539, que saiu da pista ao aterrar, destruindo 60 metros de vedação e um palheiro, imobilizando-se perto de uma residência fora da Base das Lajes (Terceira). Este aparelho foi reparado com o nariz de um outro C-130E, saindo uns meses mais tarde das Lajes a voar. O aparelho acidentado voou até Abril de 2011, estando em exposição no aeroporto de Minneapolis-St Paul no estado do Minnesotta.


Video da retirada do aparelho acidentado em 20 de Abril de 1984.

Uma das conhecidas fotos do aparelho durante a recuperação para voo.

Durante alguns anos ainda foi possível encontrar na cabeceira da pista a cabine original do 64-0539, conforme esta foto do Paulo Morgado.

1989

A 8 de Fevereiro de 1989, um Boeing 707 de registo N7231T, despenhou-se no Pico Alto (Santa Maria), perecendo todos os seus ocupantes (passageiros 137 / tripulação 7).
O aparelho pertencia à companhia charter norte-americana Independent Air, e fazia um voo entre Bergamo (Itália) e São Domingos (Rep. Dominicana), com escala técnica prevista em Santa Maria.
O acidente deveu-se a um conjunto de erros humanos que levaram a que o aparelho colidisse com a montanha, enquanto descia já na aproximação à pista.
No local existem diversos memoriais ao acidente, e diversas evidências físicas, deste que foi o acidente aéreo registado no território nacional do qual resultou uma maior perda de vidas. 





1995
Durante a corrida da descolagem, o Transall C-160D reg.50+43 (c/n D-65), da Força Aérea Alemã embate num poste despenhando-se no oceano vitimando os sete tripulantes a bordo. O acidente ocorreu à descolagem de Ponta Delgada, a 22 de Outubro de 1995.

1998

A 4 de Fevereiro de 1998, um Antonov An12BP [reg. LZ-SFG] da Air Sofia, operado pela Air Luxor e a serviço dos CTT, despenhou-se no cimo da Serra de Santiago, à descolagem das Lajes (Terceira) .


1999

A 11 de Dezembro de 1999, dá-se o segundo acidente com fatalidades da frota da SATA, quando um British Aerospace ATP [CS-TGM], em voo entre Ponta Delgada (S.Miguel) e a Horta (Faial) despenha-se no Pico da Esperança (S.Jorge) vitimando os 35 ocupantes ( 31 passageiros / 4 tripulantes). No local existe um memorial.
Report/relatorio do acidente: https://asn.flightsafety.org/wikibase/323613
Video: https://www.facebook.com/MuseuMemoriaAcores/videos/388750861869568/


2001

A 24 de Agosto de 2001, um Airbus A330 da Air Transat [reg. C-GITS], diverge para as Lajes (Terceira) devido a uma falha técnica, fazendo uma aterragem de emergência, do qual se resgistaram 8 feridos ligeiros e danos materiais avultados. O aparelho foi reparado e saiu passados alguns meses pelos próprios meios.

http://aviation-safety.net/database/record.php?id=20010824-1


2023

A 3 de Julho de 2023, dá-se um acidente com o Sea and Sky Cygnet, de registo CS-UTF, baseado na ilha do Pico, com perda do seu único ocupante.
O acidente ter-se-á dado à descolagem, na Ponta da Piedade, junto ao Portinho do Calhau, na ilha do Pico.

https://aviation-safety.net/wikibase/316409





Agradecimentos:

António M Godinho
Fernando Moreira
Filipe Franco
Francisco Cunha
Com. Hugo Baptista Cabral
João Calado
Maj. João Carlos Ferreira
Manuel de Meneses Martins
Marco Gonçalves
Dr. Miguel Santos
Museu Carlos Machado
Nelson Rodrigues
Olivério Gomes
Paulo Morgado
Ricardo Marques
Samuel Andrade
Gen. (Res) Tomás G. Conceição e Silva



Bibliografia:

A história do primeiro vôo transatlântico, por António M. Godinho, no blog Aviation in Faial Island.
As Lajes da Ilha Terceira, Aspectos da Sua História, de Avelino Freitas de Meneses (c) 2001, Edições BLU[*]
Aviação Naval - Asas da Marinha, por Hugo Baptista Cabral e Paulo Herlander Alegria, Outubro 2023
Base Aérea das Lajes (contribuição para a sua história), de Manuel de Meneses Martins (2003), edição de autor.
IDN 1851 - O desastre aéreo de Santa Maria, de Francisco Cunha (2016)
Marines in the Azores Islands in World War I, Diary of Walter S. Poague, por António M. Godinho, na revista FORTITUDE, Volume 37, Número 1, 2012.
O Faial e a Aviação, de Fernando Faria Ribeiro, Edição Gráfica "O Telégrapho" , Horta, 2017
Para que outros vivam - Revisitando as orignes da Busca e Salvamento na Força Aérea - Parte II, por Prof. Doutor Luís Proença, e Mário Diniz, in Revista Mais Alto, Agosto de 2023
Quando a Marinha Tinha Asas…, de Viriato Tadeu, Comissão Cultural de Marinha (edição de 2017)
Under the Goshwaks's Wings/Sob as asas do Açor, por Guy Warner, Edições Letras Lavradas (2ª Edição, 2017) 
100 Anos de Aviação nos Açores, por Carlos Guilherme Riley (Coord.), Instituto Açoriano de Cultura, Maio 2019



Informação online:

A União – Jornal Online [ http://auniao.com/ ]
Aeroporto de Santa Maria / LPAZ - SMA / Santa Maria Airport [https://www.facebook.com/aeroportosantamaria]
Air Crew Remembered [http://aircrewremembered.com/]
Associação LPAZ [www.lpaz.pt]
Aviação Naval Portuguesa / 
Portuguese Naval Aviation [https://www.facebook.com/groups/194619673973824]
Aviation in Faial Island [http://aviation-in-faial.blogspot.pt/]
Aviation Safety Network [http://aviation-safety.net]
Bureau of Aircrafts Accidents Archives [https://www.baaa-acro.com/]
Flores a Preto e Branco [http://floresapretoebranco.blogspot.pt/]
Free Czechoslovak Air Force [ http://fcafa.wordpress.com ]
História dos Açores [https://www.facebook.com/HistoriaDosAcores]
Museu Carlos Machado: [http://museucarlosmachado.azores.gov.pt/]
“Últimas Curiosidades” [ http://ultimas-curiosidades.blogspot.pt ]
US Militaria Forum -  [http://www.usmilitariaforum.com/forums/index.php?/topic/33042-the-first-marine-aeronautic-company-1917-1919/]
US Naval Institute – [http://www.usni.org/]
Vista Aérea [https://vistaerea.wordpress.com]
Walkarounds – [ http://walkarounds-ccadf.blogspot.pt ]
Wikipédia [http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_avia%C3%A7%C3%A3o_nos_A%C3%A7ores]


Compilação da autoria de Rui Ferreira [actualizada 24 de Novembro de 2024]

3 comentários:

  1. https://www.facebook.com/photo.php?fbid=241021469336046&set=a.213876148717245.38607.197544470350413&type=3&theater

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  2. Caro Filipe Franco!
    Novas actualizaões estão na forja para o artigo.
    Obrigado pelo teu contributo!
    Rui FErreira

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  3. Obrigado pela informação. Belo artigo.
    Emmanuel.

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