Pilotos britânicos ficaram "cegos" a voar no F-35 a cerca de 1600km/h, pelas imagens projetadas no novo capacete de alta tecnologia, quando problemas técnicos causaram o chamado "ruído verde".
O "ruído verde" ocorre quando uma massa de informação exagerada é projetada na viseira, incluindo imagens de radar e de câmaras montadas em redor de todo o avião.
"Esta tecnologia será fantástica quando estiver a funcionar corretamente (...) mas por agora a informação que está a ser exibida é demasiada, em frente dos olhos dos pilotos e começa tudo a misturar-se, especialmente à noite" referiu uma fonte não especificada ao jornal britânico Independent.
Angus Robertson, porta-voz do Partido Nacional Escocês, referiu que os problemas poderiam ter sido mesmo mortais para os três pilotos britânicos que se encontram a testar esta tecnologia. Os pilotos encontram-se presentemente nos EUA na base de Eglin na Flórida, no programa de desenvolvimento do caça de 5ª Geração da Lockheed Martin. Os capacetes, concebidos especialmente para a nova aeronave, foram desenvolvidos pela BAE Systems. A empresa contudo, foi afastada do projeto que custou já cerca de 40 M EUR de um total de 80 M EUR, ficando apenas o consórcio da americana Rockwell Collins e Elbit israelita a desenvolver uma versão alternativa.
Robertson adiantou ainda que "os relatórios acerca do capacete com visor incorporado são preocupantes" sendo apenas mais um revés de muitos no programa Joint Strike Fighter (JSF). Acrescentando ainda "com milhões de libras dos contribuintes já gastas, o Ministério da Defesa (britânico) deve ser claro acerca dos defeitos (do capacete)".
O Reino Unido tem prevista uma encomenda de 48 F-35, ao custo unitário de cerca de 120 M EUR. O fabricante principal do aparelho é a americana Lockheed Martin, com mais de uma centena de fornecedores britânicos.
Um porta-voz da BAE referiu a propósito dos problemas, que o novo capacete "cumpriu todas as etapas previstas" lamentando a decisão (de afastar a BAE Systems) e que não têm qualquer intenção de a contestar, uma vez que apesar do modelo desenvolvido pela BAE ser melhor, foi sempre encarado como um "plano B" relativamente ao concorrente.
Já o Pentágono, justificou a suspensão do desenvolvimento do capacete da BAE, com as necessidades de cortar nas despesas do programa, além dos desenvolvimentos já conseguidos pela Rockwell/Elbit, que incluem melhor visão noturna, novo visor de cristais líquidos, alinhamento automático e melhor software.
Fonte: Independent e Reuters
Tradução e adaptação: Pássaro de Ferro
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