F-16E Bloco 60 dos EAU Foto: Autor desconhecido |
Apesar dos cortes com gastos na defesa por todo o ocidente, os países do Médio Oriente continuam a investir em novos armamentos e capacidades, particularmente em aviões de combate e transporte, sistemas de mísseis de defesa e tecnologia de guerra eletrónica.
Ao mesmo tempo, as empresas de armamento olham para as diversas frotas operadas no Médio Oriente, como forma de manter as linhas de produção abertas, principalmente depois de clientes grandes como os EUA terminarem as aquisições.
Por outro lado, o receio dos aliados árabes dos EUA, de que as restrições orçamentais do Pentágono venham a ter impacto na presença das suas forças na região do Golfo Pérsico, tem levado os países da zona a investir mais nas suas próprias forças armadas.
E se por um lado, a contração das forças americanas deixa um vazio que é
necessário preencher, por outro a situação é reforçada pela vontade dos americanos de vender armamento de última geração e armas guiadas
de precisão aos países do Médio Oriente. É que os muitos milhões perdidos no passado pelas
empresas americanas para as europeias, devido às restrições colocadas
pela Casa Branca, começam a falar mais alto e a exigir nova abordagem ao
mercado. E a Feira Internacional de Aviação a decorrer atualmente no Dubai, pode muito bem ser o ponto de viragem.
Mirage 2000 dos EAU: o material europeu por vezes ultrapassa a concorrência americana |
Só os Emirados Árabes Unidos (EAU) procuram entre 48 a 60 novos F-16 bloco 60, para juntar aos já em uso no país, tendo confirmado já uma encomenda de 25 unidades. O Catar pretende substituir a sua frota de Mirage 2000 e o Kuwait os seus F/A-18 Hornet. O Barain, conforme ainda recentemente noticiámos, pretende modernizar a frota de F-16, estando a substituição dos F-5 também em estudo, por um caça de nova geração.
Mesmo o mercado dos aviões de treino, tradicionalmente dominado pela britânica BAE Systems, atualmente é disputado pela Alenia Aermacchi com o M-346 e o T-50 da KAI, em busca de um contrato nos países da região.
C-17 Globemaster III dos EAU |
No mercado dos aviões de transporte, a Arábia Saudita pode muito bem ser o cliente que a Boeing necessita para manter aberta a linha de produção do C-17, quando o encerramento está previsto para 2015. Já na Europa, a Airbus procura clientes para o novo A400M, numa região ainda muito dominada pela família C-130 da Lockheed Martin.
Mesmo o segmento dos aviões de alerta aéreo antecipado/guerra eletrónica/vigilância têm potenciais clientes na zona, com interesse demonstrado pelo E-2 e P-8 americanos, o S-2000 dos suecos da Saab e até VANTs como o Predator.
Nos helicópteros, o MH-60 está em avaliação para aquisição por parte dos EAU e Catar.
Até ao próximo dia 21 deverá haver avanços na frente oriental.
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