Foto: Kenny Holston/USAF |
A operacionalidade da Força Aérea dos EUA (USAF) está ameaçada pela investida das transportadoras aéreas comerciais aos seus pilotos, mergulhados que estão em baixo moral, devido a cortes de orçamento e aviões parados. E corre sérios riscos de ficar sem pessoal navegante suficiente, à medida que estes "votam" com os pés.
Durante o próximo ano, a aviação comercial vai contratar dezenas de milhares de pilotos, à medida que alguns se reformam e a economia recupera. Isto colocará sérios problemas à USAF, que tenta persuadir os pilotos a continuar ao serviço, mesmo que não voem as horas mínimas. "Se estou parado a olhar para o 'meu' avião, estacionado numa placa, em vez de estar a voar nele e consigo arranjar um emprego noutro lado, é claro que o vou fazer" diz o Secretário interino da Força Aérea Eric Fanning, a propósito da situação. Acrescentando depois: "temos consciência de que a tempestade perfeita se está a aproximar".
Há vários fatores que contribuem para o agravar da situação e alguns são ditados pela aviação comercial, mas podem ter um impacto profundo na Força Aérea. Em 2007, a Administração Federal de Aviação (FAA) mudou a idade obrigatória de reforma dos pilotos comerciais dos 60 para os 65 anos, mantendo mais pilotos experientes no cockpit. Mas agora, milhares dos pilotos abrangidos por essa medida, atingem a nova idade de reforma e a aviação comercial terá falta de pilotos experientes. Por outro lado, as horas mínimas de voo obrigatórias pela FAA, foram também aumentadas.
As estimativas sugerem que o mercado internacional necessitará de 50.000 pilotos durante a próxima década, havendo mesmo previsões com números mais altos. Se as transportadoras civis se decidirem por um recrutamento agressivo entre os apetecíveis quadros de pilotos da Força Aérea, a instituição terá sérios problemas para os manter.
Atualmente a USAF está já com problemas em formar pilotos suficientes para as necessidades. A Força Aérea, Guarda Aérea Nacional e Reserva necessitam de cerca de 5000 pilotos. Estão cerca de 4400 em serviço, o que significa um défice de 600 pilotos. Para manter pilotos, a Força Aérea oferece um bónus de 25.000 USD por ano, com um mínimo de 5 anos de contrato, podendo ir até aos 9 anos e 225.000 USD, com 50% pago de uma só vez.
As taxas de aceitação deste programa de incentivos são para já boas, mas ninguém pode prever os efeitos da aviação comercial terão em pilotos militares retidos em terra por falta de horas de voo.
"Os pilotos gostam de voar" disse C.Ingram analista da USAF. "Se não têm horas de voo, não estão felizes".
Fonte: FP
Tradução e adaptação: Pássaro de Ferro
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