Mirage 2000C francês de alerta carregando mísseis reais R.550 Magic 2 |
Eram 4:10 horas da madrugada de 17 de fevereiro de 2014 quando o centro interaliado de operações aéreas de Torrejón (Espanha) informou o Centro Nacional de Operações Aéreas (ACON) de Lyon- Mont Verdun (França) do desvio de um avião da Ethiopian Airlines para a Suiça, tal como ontem noticiado pelo Pássaro de Ferro.
Depois de analisar a situação no ACON, a Alta Autoridade de Defesa Aérea (HADA) ordena a descolagem de uma aeronave em alerta permanente da base aérea 115 em Orange, para intercetar a aeronave desviada, colocando simultaneamente outros caças em alerta.
Pelas 5:07 horas o Boeing 767 é intercetado por dois Typhoon italianos, passando o acompanhamento do avião civil a um Mirage 2000C francês às 5:12. Às 5:17 o reconhecimento à distância feito pelo piloto do caça francês confirma que o avião da Ethiopian sequestrado se direciona para a Suiça. Um negociador designado pelas autoridades suiças no aeroporto de Genebra está em contacto com o sequestrador, que se recusa aterrar o avião até que as suas exigências sejam aceites.
Às 5:56 horas, o HADA dá ordem de descolagem a um segundo Mirage 2000 para apoiar o primeiro. As negociações são bem sucedidas e o voo ETH702 entra na aproximação a Genebra e aterra às 6:02 horas. O sequestrador foi imediatamente detido pela polícia suiça e os dois Mirage 2000 regressam à base de Orange.
Este caso real de sequestro de uma aeronave civil permitiu testar toda a cadeia de comando e segurança da aviação italiana, francesa e suiça. Ainda assim, na imprensa helvética e após este episódio, duras têm sido as críticas e a partir de vários quadrantes, ao facto da Força Aérea do país não ter podido responder com prontidão a este tipo de situação, colocando caças no ar, tal como Itália e Suiça. Na verdade, o sistema de policiamento aéreo suiço só está ativo durante o "horário de expediente", ou seja, entre as 8 e as 17 horas (com intervalo para almoço entre as 12 e as 13:30). Uma vez que o episódio decorreu durante a madrugada, não havia aeronaves em estado de alerta e prontidão, para acorrer a uma situação de emergência do tipo.
A Suiça tem acordos de cooperação com os países limítrofes, situação que permitiu a entrada dos Mirage franceses para acompanhar o 767 até à aterragem em Genebra. Os caças estrangeiros não estão contudo autorizados a carregar armamento dentro de espaço aéreo helvético.
Curiosamente, França e Itália ainda em 21 de janeiro passado treinaram procedimentos através de um exercício transfronteiriço (APEX), para fazer face a situações similares à agora ocorrida com o Boeing 767 da Ethiopian.
Fonte: Armée de L'Air e Blick
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