quarta-feira, 30 de abril de 2014

BOEING ABRE SAÍDA PARA A US NAVY DO F-35 (M1561 -145PM/2014)

F-35C e F/A-18 da US Navy      Foto: Lockheed Martin


A Boeing, rival da Lockheed Martin, fabricante do polémico e dispendioso F-35, não tem estado a trabalhar silenciosamente durante o último ano, para oferecer à Marinha dos EUA (US Navy) uma saída do dispendioso e problemático programa F-35 JSF.

A decisão da US Navy de reduzir de 69 para 36  F-35C o número de unidades a adquirir dentro dos próximos cinco anos, veio levantar dúvidas relativamente ao empenhamento do ramo para com o caça de 5ª Geração. Mais perguntas ainda ficaram no ar, quando uma encomenda de 22 EA-18G Growler entrou na lista de prioridades para os quais não há fundos.

Os contactos e esforços da Boeing começaram alegadamente durante a Feira Aeronáutica de Paris de 2013, quando o fabricante de Seattle tentou convencer a US Navy a adquirir mais F/A-18 Super Hornet e EA-18 Growlers, para fazer face aos problemas do programa JSF, o mais caro de todos os tempos na história dos EUA.

Recentemente, a Boeing foi ainda mais longe, colocando em causa se a tecnologia furtiva (stealth) do F-35 ainda é eficiente, contra os mais recentes sistemas de defesa aérea, desenvolvidos pela Rússia e China. Numa conferência no início de abril, representantes da Boeing fizeram uma apresentação discutindo o fim da furtividade.

Oficialmente contudo, a US Navy continua a afirmar o seu empenhamento no programa JSF, ainda se os analistas defendem que as últimas ações vão contra as palavras do seu chefe e especificamente o aumento de aviões de guerra eletrónica como o EA-18: a razão pela qual o número de aviões de guerra eletrónica baixou durante os últimos anos, foi porque a tecnologia furtiva teoricamente deveria tornar estas aeronaves obsoletas. Mike Gibbons da Boeing defende que o F-35 não é tão eficiente contra um largo leque de sistemas de defesa aérea, como o Growler. O EA-18 pode defender-se a si próprio e a outras aeronaves dentro de um espaço de frequências muito maior.

"A densidade das ameaças está a tornar-se cada vez mais complexa e difícil. O espetro eletromagnético está a tornar-se mais complexo e requer mais das capacidades de ataque e vigilância eletrónica que o Growler pode fornecer. Apenas o Growler tem essas capacidades" disse Gibbons. Explicou ainda que o Glowler deve sempre ser incluído em futuras frotas de ataque, para proteger caças de 5ª Geração ou outras aeronaves valiosas de sistemas de defesa aérea. O que curiosamente foi ainda recentemente defendido também pelo Chefe de Operações Navais num congresso: "A furtividade (stealth) é precisa para os próximos 10 anos (...) mas penso que temos que olhar para além disso. Para mim acho que é uma combinação de aeronaves furtivas, mas também outras que possam suprimir outras formas de frequência eletromagnética, para podermos entrar". disse Greenert.

A Lockheed Martin contrapôs dizendo que o F-35 foi projetado para não necessitar de apoio de ataque eletrónico e todos os testes têm provado isso mesmo. Loren Thompson, analista de Defesa que foi consultor da Lockheed e da Boeing explica que a presença do Growler em si, pode alertar para a presença de aviões furtivos, salientando ainda que tanto a Força Aérea (USAF) como os Fuzileiros (US Marines) não estão preocupados por não ter um avião de guerra eletrónica específico, confiando nas capacidades do F-35 (que também possui alguns sensores de ataque eletrónico incorporados) para sobreviver sozinho.


HORNETS CANADIANOS NA ROMÉNIA (M1560 -144PM/2014)

A formação de seis CF-18 à partida para a Europa        Foto: Jean-Roch Chabot/RCAF


Meia dúzia de caças CF-18 deixaram a sua base em Bagotville, Canadá, com rumo à Roménia. Os aviões de guerra irão reforçar as operações de policiamento aéreo no leste da Europa, enquanto a crise na Ucrânia continua em escalada.
Já na segunda-feira caças Typhoon e Rafale, britânicos e franceses, respetivamente, reforçaram os meios disponíveis na Lituânia e Polónia, tal como o Pássaro de Ferro noticiou.

Para apoiar as operações dos CF-18 do 425 TFS, seguiram também para a Roménia, mais de duas centenas de militares.


Pessoal de apoio no embarque para a Roménia     Foto: Jean-Roch Chabot/RCAF

CC-150 Polaris na descolagem com o contingente Canadiano    Foto: Jean-Roch Chabot/RCAF

"Isto sucede em resposta à situação que se vai desenrolando lá (na Ucrânia) e francamente, de um modo mais geral pela preocupação que temos do que é o expansionismo e militarismo por parte da Rússia sob a presidência do Sr. Putin" disse a propósito Stephen Harper (primeiro-ministro canadiano) há duas semanas, quando se reuniu com o chefe militar do país, Gen. Tom Lawson. "Acredito que isto é uma ameaça de longo prazo à paz e segurança global e estamos sempre preparados para colaborar com os nossos aliados na NATO ou em qualquer outro lugar".

O Canadá está também empenhado em tomar parte nos exercícios liderados pelos EUA, marcados já há bastante tempo para terem lugar em julho próximo na Ucrânia, designados Rapid Tridente 2014. O Governo canadiano não adiantou contudo a dimensão e profundidade do envolvimento canadiano no exercício.


terça-feira, 29 de abril de 2014

JOANA D'ARC NO RIO DE JANEIRO (M1559 -143PM/2014)

O Mistral à chegada ao Rio de Janeiro     Foto: Marine National

A 24 de abril o navio de projeção e comando (BPC) da classe Mistral e a fragata ligeira furtiva La Fayette atracaram no Rio de Janeiro, para uma pausa de alguns dias, ao abrigo da cooperação frnaco-brasileira.

Durante a escala em terras de Vera Cruz, muitas interações com a população local estão previstas. A 25 e 26 de abril alunos das escolas e universidades francófonas do Rio puderam visitar os navios. Já para 29 e 30 de abril o Mistral e a sua força de reação embarcada e a La Fayette, participarão num exercício anfíbio em conjunto com a Marinha Brasileira, chamado "Mistral Ember", na península de Marambaia. Do lado brasileiro, uma centena de soldados, uma fragata e veículos anfíbios serão mobilizados para o exercício.

O BPC Mistral e a FLF La Fayette estão destacados de março a julho de 2014, como parte da missão "Joana D'Arc", durante a qual 155 oficiais-alunos de diferentes unidades e 18 nacionalidades diferentes, completarão a sua formação militar, humana e naval.





TYPHOONS E RAFALES PARA O FLANCO LESTE DA NATO (M1558 -142PM/2014)

Typhoon à partida de Coningsby       Foto: MoD/Crown

Ontem 28 de abril de 2014, foram destacadas forças de Typhoon britânicos para reforçar o patrulhamento da zona báltica, cujos países pertencentes à NATO estão especialmente nervosos com a situação na Ucrânia. A Royal Air Force (RAF) enviou por isso quatro Eurofighter Typhoon, que reforçarão o contingente de MiG-29 polacos previsto para operar nos próximos meses a partir da base de Siauliai na Lituânia.

A chegada a Siauliai          Foto: MoD/Crown
Desde 2004 que a NATO tem em funcionamento um esquema rotativo entre os aliados, para prestar proteção aérea aos três países bálticos anteriormente pertencentes à União Soviética (Estónia, Letónia e Lituânia), atualmente membros da NATO, mas que não possuem meios próprios adequadas para o efeito.
Nesse âmbito, os EUA terminam a 30 de abril quatro meses de alerta aéreo com F-15C, sendo agora substituídos por MiG-29 polacos, tal como escalonado. É no contexto de crise, causada pela anexação da Crimeia por parte da Rússia, que os meios em alerta serão reforçados com Typhoon da RAF, além de F-16 MLU dinamarqueses, já destacados no fim de março.


A RAF tem desde há seis semanas atrás também destacado um avião de alerta aéreo antecipado (AWACS) E-3D, destacado na vigilância de espaço aéreo polaco e romeno, também devido ao escalar da crise entre Ucrânia e Rússia.

Rafale à chegada a Malbrok sem as insígnias de cauda    Foto: EMA

Foi neste âmbito também, que a França fez deslocar ontem quatro Dassault Rafale para a Polónia, com o intuito de aumentar o número de aviões de combate na "frente leste" da NATO.
Os Rafale, provenientes da base aérea de Saint Dizier e doravante destacados em Malbrok no norte da Polónia, não envergam curiosamente as insígnias da unidade na deriva dos aparelhos, tendo sido sugerida a razão para tal, o facto desta unidade ter lutado lado a lado com os soviéticos na II Guerra Mundial.

Chegada dos Rafale a Malbrok:



segunda-feira, 28 de abril de 2014

DESCONTENTAMENTO ENTRE OS PILOTOS DA FORÇA AÉREA (M1557 -56AL/2014)

Algumas das frotas da FAP estão com horas de voo muito reduzidas

No mesmo dia em que o ministro da Defesa visitou a Base Aérea do Montijo, a Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) dava conta do descontentamento dos pilotos da Força Aérea. 
Segundo o presidente da AOFA, Pereira Cracel, um grupo de 98 pilotos-aviadores daquele ramo aderiram à associação sócio-profissional de forma a dar corpo à insatisfação latente nas fileiras.
Enquanto José Pedro Aguiar-Branco condecorava militares e assistia a uma demonstração no Montijo do avião de transporte C-130 que vai apoiar a missão da União Europeia na República Centro-Africana, alguns pilotos assumiam à Lusa o estado deplorável em que a Força Aérea se encontra em termos de operacionalidade. E apresentavam a adesão à AOFA como uma forma de protesto contra as condições remuneratórias, de trabalho e de segurança das missões. De acordo com o presidente da AOFA, Manuel Cracel, as adesões foram concretizadas no final da semana passada.
A degradação das condições de trabalho, as reduções salariais e de suplementos específicos por um lado, e o "desinvestimento na segurança e treino" das tripulações eram os principais motivos de insatisfação, assumiu um dos pilotos, que pediu anonimato para não incorrer na violação do dever de sigilo. "O que estamos a assistir é que há poucos pilotos qualificados, são esses que estão na linha da frente e em permanência e é-lhes retirada a possibilidade de ter uma vida minimamente estável, razoavelmente normal", disse o presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas.
Por outro lado, acrescentou, "no que toca ao treino, é importante ter noção de que, sendo operados sistemas de armas altamente complexos, que exigem uma preparação e uma qualificação elevadíssimas, o treino é fundamental".
Outro militar denunciava a existência de situações como a de "pilotos que passam seis meses fora de casa" em missões, cumprindo as exigências da carreira militar, mas sem as compensações previstas quando fizeram aquela opção de vida. "O treino das tripulações é reduzido, há esquadras que voam só metade das horas de voo [segundo os critérios de segurança]. Há avarias, aviões parados. Nós nunca dizemos que não voamos, mas não é verdade que não há riscos. Nós sabemos que há riscos", acentuou um outro militar do mesmo grupo. O grupo de pilotos em causa executa missões diárias de busca e salvamento, defesa aérea, patrulhamento, fiscalização e transporte.
Aguiar-Branco reagiu admitindo que as actuais condições não eram as óptimas: "Como é óbvio nós pretendemos ter melhores condições, mais horas de treino para operar e isso, assim as condições das contas públicas o permitam assim acontecerá", disse. Mas contestou a crítica de que as missões estariam a ser levadas a cabo comrisco para os militares. "Isso nem o ministro, nem o Chefe do Estado Maior da Força Aérea nem um comandante o permitiria porque  seria por em risco de uma forma não aceitável as pessoas", assegurou.
Para os descontentes, no entanto, está a ser violado o dever de tutela. Entre as medidas mais contestadas está, para além das reduções remuneratórias, a redução do suplemento de residência. Este suplemento era atribuído a quem residir a mais de 50 quilómetros do local de trabalho e passou, com o actual Governo, a ser atribuído apenas aos militares que residam a mais de 100 quilómetros.


Fonte: Público

domingo, 27 de abril de 2014

IRÃO VAI USAR RÉPLICA DE PORTA-AVIÕES PARA EXERCÍCIOS (M1556 - 141PM/2014)

O verdadeiro USS Nimitz     Foto: Aiyana Paschal/US Navy

No seguimento da descoberta de que uma réplica do porta-aviões americano USS Nimitz está em construção no Irão, e de toda a especulação gerada acerca do intuito de tal obra, eis que finalmente um jornal iraniano divulga os planos existentes no país para usar o referido modelo em exercícios militares futuros.

O jornal The Sunday cita o Almirante Ali Fadavi, chefe da Marinha dos Revolutionay Guards iranianos, dizendo que "(as forças iranianas) devem usar o porta-aviões para treino de tiro, após estar terminado", acrescentando ainda que "devemos aprender as fraquezas e pontos fortes do nosso inimigo".

Esta é a primeira reação de fontes oficiais iranianas às notícias que surgiram em março passado, dando conta da construção da réplica do Nimitz num porto de Bandar Abbas. Fontes oficiais não comentaram então a notícia, tendo a TV do Estado persa avançado o uso num filme como a razão de ser para o bizarro "navio".

Fonte: Navy Times
Tradução e adaptação: Pássaro de Ferro


sábado, 26 de abril de 2014

CHUCK YEAGER: DIÁRIO DE UM ABATE NA II GUERRA MUNDIAL -4 (M1555 - 140PM/2014)

Fiesler Storche - avião de reconhecimento da Luftwaffe

Capitulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3

18-19 de março de 1944

 Regressamos de bicicleta a Nerac em tempo recorde e enfiamo-nos no esconderijo da casa do Gabriel. À noite o Raoul sai. Gabriel leva-me para a floresta. Uh oh!
Caminhamos durante horas. Estou alerta. Para onde me leva? Porquê? Tento não pensar em tanto frio que está.
Após várias horas, encontramo-nos com um grupo de homens de ar bastante duro. Gabriel explica que devo ficar com eles por agora. Na aldeia é muito perigoso. Mais Gestapo vai chegar.
Comemos alguma coisa e Gabriel parte. Fico com cerca de 20 homens. Levantamo-nos e caminhamos mais. Estou exausto, mas caminhar sempre me mantém quente. Finalmente, com a primeira luz, procuramos abrigo nos bosques cerrados, aninhamo-nos e mergulhamos num - especialmente para mim - muito necessitado sono. A neve na verdade permite algum calor. Alguns homens regressam atrás e redirecionam o nosso rasto.
Estava ainda agora a habituar-me ao Gabriel e ao Raoul. O que se segue? Posso confiar nestes tipos?  Para onde vamos?
Uma coisa acho que compreendo: os alemães andam à nossa procura.

20-21 de março de 1944

A maior parte do tempo não faço ideia de onde estamos. Estamos constantemente em movimento, acampando duas vezes por dia para comer e dormir, nunca ficando no mesmo local mais do que algumas horas de cada vez.
Os alemães estão sempre no nosso encalço, com os Fiesler Storches a rasar a floresta, enquanto corremos a abrigar-nos debaixo das árvores maiores que encontramos. Estamos bem armados: pistolas-metralhadoras Sten britânicas e Llama automáticas espanholas de .38 - e eu ia adorar disparar um par de rajadas aos malditos Storches, acertar no radiador na barriga e abatê-lo. Mas se o piloto transmitisse por rádio a nossa localização, teríamos a Luftwaffe a bombardear estes bosques em 15 minutos. Claro que nunca sabemos com certeza se fomos localizados por um dos aviões de reconhecimento e a nossa posição transmitida. Por isso ficamos alerta como os veados, sabendo que cada passo pode levar-nos a uma emboscada alemã. Já aconteceu antes nestes bosques, apesar de normalmente serem os Maquis aos alemães e não o contrário - atacar uma patrulha a pé alemã, ou pulverizar uma pequena coluna militar motorizada.

Os Maquis escondem-se de dia e atacam à noite, destruindo pontes, sabotando linhas de caminho de ferro, rebentando comboios de munições ou equipamento militar. Através da resistência francesa, dúzias de grupos de Maquis como o nosso, escondem-se nas florestas e montanhas, mas ligadas às cidades e aldeias do sul de França. Os seus que trabalham em quartéis e campos de treino, mantêm-nos informados dos últimos movimentos de tropas e munições. Mas é complicado, porque todas as povoações têm informadores ou agentes-duplos. E de tempos a tempos, são levados a cabo assassinatos contra esta gente, por apoiantes pró-Nazis ou agentes do Governo de Vichy. Pergunto-me se haverá agentes duplos neste grupo.

Passear pelos bosques franceses em roupas civis, não é propriamente seguro para um aviador americano abatido. Se eu for apanhado, provavelmente enfrento o mesmo destino destes Maquis - entregue à Gestapo para interrogatório- tortura e depois fuzilado. Ao viajar com os Maquis, a Convenção de Genebra para Prisioneiros de Guerra não se aplica a mim. Mas preciso deles, se quero sair atravessando os Pirinéus. Só esperamos as neves derreterem para o podermos fazer. Está a ser um inverno anormalmente frio, com neve alta. Parece que nunca vai derreter....

22 de março de 1944

Estamos na floresta a comer ao raiar da aurora.
Ouvimos o avião alemão. Todos param. Ouvimos. É bastante próximo. Verificamos as redondezas. Estamos bem cobertos mas... recentemente alguns do grupo haviam saído para emboscar uma patrulha alemã. Os alemães estão chateados. Ninguém se mexe.
Depois de passar, acabamos de comer rapidamente, guardamos as coisas e pomo-nos a andar, mantendo-nos a coberto.
Faz outra passagem. Demasiado perto. Quando ou ouvimos todos ficam petrificados. Ninguém ousa mexer um músculo.
Enquanto estamos em movimento estamos todos a prémio, no caso de sermos detetados do ar e uma patrulha alemã querer retribuir o favor e emboscar-nos.
Estou com comichão para voltar para dentro de um avião. E abater o avião patrulha.

23 de março de 1944

Os Fiesler Storches não nos encontraram... ainda.
Viajo com os Maquis, mas não me deixam participar nas atividades noturnas. São um grupo fechado e eu sou nitidamente um intruso. A maior parte do tempo nem sei o que estão a preparar. Deixam-me para trás com um velhote que é o cozinheiro e alguns outros a guardar o acampamento. No primeiro dia por exemplo, mugi uma vaca que dois deles pediram "emprestada" numa quinta enquanto caminhávamos para o novo acampamento. Mais tarde ajudei a desmanchar carne, o que de algum modo divertiu os Maquis. faço o meu melhor para contribuir como posso. Não quero ser dispensável.
A neve parece não ter intenção de derreter e deixar-me escalar os Pirinéus para escapar para Espanha.

24 de março de 1944

Sou o primeiro piloto americano que conhecem e estão curiosos acerca do que eu penso da Força Aérea Alemã. Digo-lhes que o FockeWolf 190 é um sacana dum grande caça. Provavelmente ao nível do nosso P-51 Mustang. Mas o Mustang com depósitos nas asas pode escoltar bombardeiros até ao interior da Alemanha, o que é uma tremenda vantagem para a campanha americana de bombardeamentos diurnos. Apesar dos nossos serviços de informação nos terem avisado que os alemães chamaram os seus melhores pilotos da frente russa para lutar contra nós na Alemanha, digo-lhes que a diferença entre os caças não é tão importante como a diferença entre as capacidades dos pilotos que os voam, e até agora os americanos têm provado a sua superioridade com uma relação de abates de 1 para 10.
R. traduz isto e todos sorriem e acenam com a cabeça ao que eu digo, com exceção de um cabeçudo de que não gostei desde o primeiro momento que o vi. Não gosto nem confio nele. Faz uma pergunta em francês que faz com que R. franza o sobrolho e discuta com ele, por estar sequer a perguntar aquilo. Finalmente, Robert coloca-me a pergunta do cabeçudo em inglês. "Se os americanos são tão bons como tu dizes, porque é que nós vemos americanos a cair do céu como granizo - e porque estás tu aqui connosco?"
O FDP!
Comemos debaixo das árvores, a nossa mesa é uma tábua comprida. Fizeram uma grande panela de feijão e bife, da vaca que matámos. Olho para o fundo da mesa e vejo o cabeçudo a empanturrar-se de rancho, com o boné enterrado até às sobrancelhas. Levanto-me, aproximo-me dele, tiro-lhe o maldito chapéu e pouso-o na mesa.
Ficou furioso. 
Mexe no cinto, tira a Llama, arma-a e coloca-a na mesa junto a ele, e coloca outra vez o boné.
Levanto-me pego numa Sten, destravo-a, ponho-lhe o carregador mesmo em frente do nariz do cabeçudo. Um toque no gatilho e dispara uma rajada de cerca de 30 balas. O cabeçudo fica branco como a cal. Tiro-lhe o boné da cabeça e atiro-o de encontro à mesa.
Os outros mordem a língua para não se rirem, porque o cabeçudo é sempre normalmente um chato, mas finalmente todos explodem. 
O cabeçudo força um sorriso amarelo. O boné ficou na mesa e vai lá continuar.
Até vários saírem em missão e me deixarem sozinho com o velhote e alguns guardas.
Quando tento ferrar o olho começa a nevar. Resmungo. Isto não ajuda nada - vai atrasar a minha travessia dos Pirinéus ainda mais. Quem me dera poder ir nas missões. Quem me dera ter um avião com metralhadoras carregadas...

(Continua)

Texto: Victoria Yeager
Tradução: Pássaro de Ferro


sexta-feira, 25 de abril de 2014

HELICÓPTERO EXPLODE NA UCRÂNIA (M1554 - 139PM/2014)

Imagens: Video do Youtube/NewCrimea

Segundo notícias veiculadas pela cadeia russa RT, as intituladas "Tropas de Auto-Defesa" atacaram com sucesso um helicóptero militar ucraniano, num campo de aviação na cidade de Kramatorsk, no Leste da Ucrânia. Uma nuvem de fumo pode ser vista a subir no céu da zona, pelas 11:00 horas locais (9:00 GMT) num grande número de vídeos, disseminados pela internet.

"Os nossos aproximaram-se do campo de aviação e dispararam um foguete-granada (RPG) na direção do helicóptero. Houve uma explosão. Militantes (de Kiev) começaram a disparar e nós (manifestantes) retirámos", contou um representante das "Tropas de Auto-Defesa" de Kramatorsk à RIA Novosti.

A destruição do helicóptero foi também confirmada pelo Serviço de Segurança Ucraniano SBU.
"Um helicóptero Mi-8 explodiu no campo de voo de Kramatorsk, sem haver vítimas a assinalar. O piloto conseguiu saltar (da aeronave)" disse Dmitry Tyimchyuk, chefe do Centro de Investigações Policiais. "A teoria preliminar é de que o helicóptero se incendiou durante os procedimentos preparatórios para o voo". Antes contudo, representantes do Ministério do Interior em Kramatorsk disseram que manifestantes estavam por detrás das explosões.

Já residentes locais referem que a explosão ocorreu quando militares ucranianos armavam o helicópero, reportando três mortos.

Segundo o General Vasily Krutov, o helicóptero foi alvejado por um franco-atirador, que atingiu o tanque de combustível, tendo acrescentado que o piloto saiu ferido do incidente.

Um dos vários vídeos disponíveis no Youtube:




FRAGATA BARTOLOMEU DIAS COM LYNX EM ANGOLA (M1553 - 138PM/2014)


Esta cooperação com a Marinha de Guerra de Angola enquadra-se na Iniciativa Mar Aberto 2014, que visa o aprofundamento e reforço da cooperação bilateral junto de países membros da CPLP, complementando através de diversas ações de instrução e treino as atividades que se inserem no âmbito da Cooperação Técnico Militar – CTM.

Antes de chegar ao Lobito o navio embarcará ao largo do Ambriz uma equipa da Brigada de Fuzileiros Navais da Marinha angolana, aproveitando assim o trânsito para realizar ações de instrução e treino conjunto de vistoria e abordagem no mar. Este treino prolongar-se-á durante o período da visita, estando também previstas, entre outras, ações de instrução e treino de marinharia e eletromecânica, assim como a realização de diversas palestras. 

A fragata Bartolomeu Dias tem embarcados 186 militares, incluindo uma equipa de fuzileiros e um destacamento da Esquadrilha de Helicópteros da Marinha com um Lynx Mk.95 e é comandado pelo capitão-de-fragata Rui M. Marcelo Correia.





quinta-feira, 24 de abril de 2014

TU-95 RUSSOS - "DIGRESSÃO PELA EUROPA" (M1552 - 137PM/2014)

Typhoon britânico na escolta a um dos Tu-95

Caças dos Países Baixos foram enviados ontem para intercetar dois bombardeiros russos que entraram no seu espaço aéreo. Uma ação normalmente considerada rotineira, mas que acontece num período de especial tensão entre a Rússia e os países da NATO.
O Maj. Ter Horst revelou que pelas 15:50 dois Tu-95 "Bear" entraram cerca de meia milha dentro de espaço aéreo dos Países Baixos.
Uma parelha de F-16 de alerta foi por isso lançada para escoltara as aeronaves russas e assegurar que voariam para fora do espaço aéreo do país das tulipas. 

Foto: MD Britânico
Os dois Tu-95 e um Typhoon     Foto: MD Britânico

Posteriormente, os Tu-95 seriam escoltados por Typhoon britânicos que descolaram de Leuchars "para determinar a identidade de aeronaves desconhecidas que se aproximaram da Área de Policiamento Aéreo da NATO a norte da Escócia e não puderam ser identificadas por outros meios". No comunicado que dá conta da ocorrência, o Ministério da Defesa britânico sublinhou que os bombardeiros não chegaram a entrar em espaço aéreo do Reino Unido, nem qualquer avião russo o fez. "Os aviões militares russos mantiveram-se em espaço aéreo internacional, tal como é seu direito", pode ler-se no comunicado.
Foto: MD Britânico


Fonte: CNN
Tradução e adaptação: Pássaro de Ferro



JAPÃO COLOCA CAÇA STEALTH NO AR AINDA ESTE ANO (M1551 - 136PM/2014)

Modelo à escala real do ATD-X      Foto:TRDI

Falando ao comité de Negócios Estrangeiros e Defesa, o ministro da Defesa japonês Itsunori Onodera confirmou que o Mitsubishi ATD-X (advanced technology demonstrator experimental), futuro caça de demonstração, está em curso para voar ainda este ano, apesar de um ligeiro atraso. 
Originalmente para ser divulgado à comunicação social em maio, o ATD-X está agora alguns meses atrasado, mas deverá ser revelado mais tarde durante 2014, com o primeiro voo a ocorrer pouco depois.

O ATD-X é um projeto liderado pelo TRDI (Technical Research adn Development Institute) do Ministério da Defesa, tendo a Mitsubishi como principal prestador de serviços. O intuito do programa é construir um avião experimental para avaliação de maturidade, integração de fuselagem avançada e tecnologia de motores para futuros caças. O avião é coloquialmente conhecido como Shinshin (espírito do coração).

No final de 2005, um modelo a escala real do ATD-X foi usado para testes de assinatura radar em França e no ano seguinte um modelo à escala 1/5 de controlo por rádio foi construído, para testar a controlabilidade em elevados ângulos de ataque. Resultados preliminares destes testes levaram à decisão de prosseguir com um programa de voo de demonstração do ATD-X em 2007. Um ano mais tarde, pela primeira vez seria apresentado publicamente o modelo à escala real, num festival aéreo no Japão.

Tem-se especulado que o projeto terá sido iniciado para colocar pressão nos EUA, de modo a vender o F-22 Raptor ao Japão, o que a ser verdade, foi completamente mal sucedido. Contudo, evoluiu para um programa que poderá resultar num caça de 6ª Geração indígena, descrito como tecnologia I3 (Informado, Inteligente, Instantâneo). Entre as tecnologias a sere exploradas está o cabo ótico de controlo de voo fly-by-light, propulsão vetorizada tridimensional e sistema de controlo de voo autorreparável, que se recalibra automaticamente, em caso de danos nas superfícies de controlo.

As Ishikawajima_Harima Heavy Industries (IHI) desenvolveram o motor turbofan XF5-1 para propulsar o ATD-X. A empresa possui considerável especialização através de um longo historial de licenciamento de motores americanos e desenvolvimento local dos motores F3 que equipam o Kawasaki T-4. O XF5-1 foi já submetido a extensos testes.

O Ministério da Defesa japonês anunciou um plano para um caça "F-3", destinado a substituir o Mitsubishi F-2 na Força de Autodefesa Aérea Japonesa, para o final da década de 2020, sendo esperada uma decisão se será um caça desenvolvido internamente, ou se em alternativa procederá ao desenvolvimento conjunto, como sucedeu com o F-2 (um modelo alargado da fuselagem do F-16 equipado com sistemas japoneses).
Os testes de voo do ATD-X irão avaliar se as tecnologias japonesas têm maturidade suficiente para suportar um programa de desenvolvimento local, que seja financeiramente suportável.

Fonte: AIN Online
Tradução: Pássaro de Ferro

AJUDAR O ANTÓNIO IDEIAS (M1550 - 135PM/2014)


O Pássaro de Ferro divulga a campanha para angariação de fundos, que permitam proporcionar ao António Ideias a recuperação do grave acidente de que foi vítima e que o colocou em estado de consciência reduzida.
Pela amizade que por ele temos, pela magia que partilhou com todos de cada vez que voava e pelo ser humano extraordinário que o Ideias é, é o mínimo que podemos fazer.
Chamamos atenção especial para a modalidade de donativo através de declaração de IRS, cujo prazo ainda se encontra a decorrer.
Seguem abaixo os dados divulgados na página Facebook do António Ideias:


"Já passaram cerca de 8 meses desde o acidente e, se uma certeza temos é que, o António irá necessitar de muita ajuda para o que a vida lhe destinou no futuro próximo.

A sua luta é diária e connosco ficou a possibilidade de o ajudar. Ajudar a reconquistar aquela forma de estar, de um desinteressado e verdadeiro amigo.

Através da ASPAC, uma Associação de Solidariedade que ofereceu todo o seu apoio, conseguimos criar o “Fundo do António Ideias”, aprovado em Assembleia Geral, com o objectivo de o auxiliar no elevado valor das despesas de Enfermagem, Fisioterapia, Medicamentos e eventuais ajudas técnicas inerentes aos tratamentos continuados de que o António irá necessitar, durante a sua longa fase de recuperação.

A conta nº 0010 0000 3198 2340 007, com o IBAN PT50 0010 0000 3198 2340 00777, está-lhe unicamente direccionada e, através de um grupo de amigos, é gerida pela ASPAC, a qual permite que qualquer doação possa ser deduzida em sede de IRS.

Para tal, quem, voluntária e desinteressadamente, tiver a amabilidade e a altivez de contribuir com um donativo financeiro, poderá fazê-lo presencialmente na secretaria da ASPAC, ou por transferência bancária, bastando depois enviar o comprovativo para o endereço de e-mail “aspac.geral@gmail.com”, indicando apenas o seu Nome e Número de Identificação Fiscal (NIF).

Antes do final de cada ano civil, a ASPAC emitirá sempre um recibo, em nome do titular do donativo entregue, especificando o fim a que se destinou o mesmo, o que permitirá a obtenção de benefícios fiscais em sede de IRS.

Gostaríamos ainda de salientar, que será sempre assegurada a qualquer interessado que preste donativos para este efeito, a faculdade de consultar nas instalações da ASPAC, na presença de um elemento da Direcção, resumos de actividades ou relatórios bancários relacionados com o “Fundo do António Ideias”.

Mais do que o valor por vós doado, o que realmente importa é de não nos esquecermos de ajudar, nesta fase menos boa da sua vida, o nosso leal e eterno amigo António Ideias.

Por último, e vivendo nós tempos tão complicados a nível social, gostaríamos de aproveitar a oportunidade para relembrar que o Estado permite que 0,5% do imposto liquidado, reverta a favor de um Instituição Particular de Solidariedade Social, sem qualquer encargo adicional para si e sem que o total de IRS que terá que pagar, tenha qualquer alteração ou aumento.
Sendo a ASPAC uma Instituição Particular de Solidariedade Social (nº 1 do Artº 1º do Estatuto aprovado pelo DL 119/83 de 25 de Fevereiro), reconhecida pelo Estado Português, sugerimos que, solidariamente, a considere como beneficiária desses 0,5% dos seus impostos já resgatados pelo Estado.




Muito obrigado a todos e não hesitem em contactar-nos.

Os amigos:
Jorge Fachadas tel: 91 226 80 41; e-mail: jorge.fachadas@tap.pt
Miguel Vicente tel: 91 962 16 93; e-mail: miguel.vicente@tap.pt
Ricardo Oliveira tel: 964679441; email: ricardo.oliveira@tap.pt
José Miranda Santos tel: 962974546; email: jose.luis.santos@tap.pt
Olívio Carvalho tel: 96 9002096; e-mail: jose.olivio.carvalho@tap.pt
ASPAC (secretaria-Lina) tel: 21 7936271; e-mail: aspac.geral@gmail.com 








terça-feira, 22 de abril de 2014

FORÇA AÉREA ISRAELITA ATACA FAIXA DE GAZA (M1549 - 134PM/2014)


F-16 da FA Israelita

Os aviões da Força Aérea de Israel realizaram vários ataques, esta segunda-feira, contra a Faixa de Gaza, declarou um comando militar israelita aos jornalistas.

Os militares explicaram que atacaram supostas posições rebeldes, em resposta a um ataque com foguetes realizado, também na segunda-feira 21 de abril, a partir da Faixa de Gaza, contra o território israelita.
O Ministério do Interior da Faixa de Gaza afirma que um dos ataques atingiu uma instalação dos serviços de segurança palestinianos, ferindo uma pessoa.
Outros dois ataques ocorreram, de acordo com o lado palestino, em áreas onde não havia homens armados.

Fonte: Voz da Rússia

SOBREVOO DO USS DONALD COOK - A VERSÃO RUSSA (M1548 - 133PM/2014)

Sukhoi Su-24 "Fencer"

Durante toda a semana passada, foi discutido ativamente em fóruns internacionais, o comunicado acerca de como um bombardeiro russo Su-24 equipado com um o sistema de guerra eletrónica de última geração, havia paralisado no mar Negro o mais sofisticado sistema americano de combate Aegis, a bordo do contratorpedeiro USS Donald Cook.

O contratorpedeiro participava nas manobras americano-romenas que tiveram como missão uma demonstração de força, diz Pavel Zolotarev, perito em assuntos políticos: “Em 10 de abril, o Donald Cook armado de mísseis cruzeiro Tomahawk entrou em águas neutras do mar Negro. Os exercícios tiveram por fim intimidação e demonstração de força, em resposta à posição da Rússia na Ucrânia e na Crimeia. Destaque-se que a entrada de navios militares americanos neste espaço marítimo contraria a convenção sobre o caráter e os prazos de permanência no mar Negro de vasos de guerra dos países não banhados por este mar."

A Rússia, por seu lado, enviou um avião desarmado Su-24, para sobrevoar o navio americano. Contudo, este avião, como consideram peritos, foi equipado com um sistema russo de guerra eletrónica de última geração. Segundo esta versão, o Aegis ainda de longe teria intercetado a aproximação do avião dando alerta de combate. Tudo decorria como previsto, tendo os radares do navio calculado a distância até o alvo. Mas de repente todos os ecrãs se apagaram. O Aegis deixou de funcionar e os mísseis não receberam a indicação do alvo. Entretanto, o Su-24 sobrevoou a ponte do contratorpedeiro, fez uma volta de combate e imitou um ataque com mísseis. Depois fez outra volta e repetiu mais 12 vezes consecutivas a manobra. Pelos vistos, todas as tentativas de reanimar o Aegis e indicar o alvo ao sistema de defesa antiaérea fracassaram. 

A reação da Rússia à pressão militar dos EUA foi terrivelmente tranquila, considera Pavel Zolotarev: “A demonstração foi bastante original. Um bombardeiro sem armas, mas equipado com um sistema de neutralização eletrónica de radares inimigos correu bem,  atuando contra o navio com o sistema mais sofisticado de DAA e de DAM a bordo. Mas este sistema móvel, neste caso marítimo, tem um defeito considerável – a possibilidade de acompanhar os alvos, que funcionam bem quando há vários navios e é possível coordenarem-se entre si. Mas neste caso havia só um navio. Ao que tudo indica, o algoritmo de trabalho dos radares do navio do sistema Aegis, não funcionou sob a ação do sistema de neutralização eletrónica do Su-24. Por isso não causou apenas uma reação de nervos ao próprio facto do sobrevoo, praticado largamente no período da Guerra Fria. Houve a seguir mais uma reação pelo facto do sistema mais sofisticado, e em primeiro lugar a sua parte informativa, de radares, não ter funcionado em pleno. Por isso, a parte americana reagiu tão nervosamente”.

Após o incidente, como escreve a comunicação social internacional estrangeira, o USS Donald Cook entrou com urgência num porto da Roménia, onde 27 tripulantes do navio solicitaram demissão escrevendo alegadamente nos pedidos, que não pretendem arriscar as suas vidas. Tal é confirmado indiretamente por uma declaração do Pentágono, em que se afirma que o sucedido tem desmoralizado a tripulação do vaso de guerra americano.

Quais podem ser as consequências militares do incidente no Mar Negro, provocado pelos Estados Unidos? Comenta Pavel Zolotarev: “A meu ver, os americanos irão refletir sobre o aperfeiçoamento do sistema Aegis. Este é o puro lado militar. Mas é pouco provável que politicamente sejam dados quaisquer passos por uma ou outra parte. Essas ações são suficientes. Entretanto, este é um momento desagradável para os americanos. Em geral, o sistema de DAM, que estão a desenvolver, absorve meios colossais e é necessário provar que eles devem ser canalizados para o orçamento. Ao mesmo tempo, a componente terrestre do sistema de DAM – contra-mísseis em silos – foi testado em condições ideais, mostrando uma baixa eficácia. Este facto é escondido metodicamente pelo Pentágono. O mais sofisticado sistema Aegis de base marítima, também revelou neste caso os seus defeitos”.

O sistema com que o Su-24 alegadamente neutralizou o contratorpedeiro USS Donald Cook chama-se Khibiny, o nome dum maciço montanhoso na península de Kola, na região polar da Rússia.

O Khibiny é um sistema de guerra eletrónica de última geração, com que serão equipados todos os aviões russos da linha da frente. Ainda há pouco tempo o sistema foi testado em exercícios na Buriátia. Aparentemente, os testes terão sido bem-sucedidos, se pouco depois foi decidido testar o sistema em condições próximas do combate.

Fonte: Voz da Rússia
Adaptação: Pássaro de Ferro

segunda-feira, 21 de abril de 2014

RECUPERAÇÃO DE HELICÓPTERO ACIDENTADO NAS CANÁRIAS CUSTARÁ 3,2 MILHÕES - atualizado (M1547 - 132PM/2014)

AS332 Super Puma de SAR do Ejercito del Aire

As operações de recuperação do helicóptero do serviço de Busca e Salvamento (SAR) da Força Aérea Espanhola (Ejército del Aire), acidentado no passado dia 19 de março nas Canárias, custarão 3,2M EUR ao orçamento da Defesa, segundo publicado esta segunda-feira pelo Boletim Oficial do Estado.

A empresa adjudicatária é a Phoenix International, que encontrou na madrugada do passado domingo o Super Puma acidentado, com o submarino de controlo remoto Rémora II. O helicóptero encontrava-se  a 2362 m de profundidade, a cerca de 30 milhas náuticas (55,5 km) a sudoeste de Fuerteventura.

A Phoenix International obteve a maior pontuação atendendo aos critérios valorizados, apesar da chefia da unidade de contratação e gestão do Ejercito del Aire encarregue da adjudicação ter considerado que a proposta desta empresa pode "ser considerada desproporcionada ou anormal".

A empresa americana, especializada neste tipo de resgates, conta com o navio EDT Ares e é considerada uma "referência mundial" em serviços de engenharia submarina e soluções poerativas de recuperações a grande profundidade. O EDT Ares que se encontrava na semana passada no Mediterrâneo, então nas ilhas Baleares, foi adicionado ao dispositivo de busca a 16 de abril, contratado então pelo Ministério da Defesa. O robot da Phoenix obteve imagens que mostram que no interior da aeronave se encontram os corpos dos quatro militares que pereceram no acidente.

Já durante o dia de hoje, 21 de abril, foram recuperados os corpos de dois dos tripulantes, e grande parte da aeronave. Fonte do Ministério da Defesa adiantou que dois dos corpos voltaram a cair ao mar, durante a operação de recuperação do helicóptero, quando se desprendeu parte da fuselagem. O submarino robot continua agora as buscas para encontrar estes últimos dois corpos.

As operações estão a ser coordenadas pela Força Aérea Espanhola, a que pertenciam os militares e a aeronave, ainda que com colaboração da Armada e da referida empresa Phoenix International.

Apenas um membro da tripulação, Johnander Ojeda, logrou salvar-se, saindo do helicóptero através de uma das janelas, que funciona também como saída de emergência.



RUSSIA ENCOMENDA MIG-29SMT (M1546 - 131PM/2014)

MiG-29SMT em Zhukovsky, Moscovo

O Ministério da Defesa Russo anunciou a 15 de abril a assinatura dum contrato com a Russian Aircraft Corporation MiG (RAC MiG) para a aquisição de um lote de 16 MiG-29SMT.
O contrato orçado em 17.000M RUB (cerca de 340M EUR), que inclui equipamento de apoio e teste, prevê a entrega das aeronaves no ano de 2016.

A encomenda foi primeiramente sugerida em agosto de 2013, pelo vice ministro da Defesa Yuri Borisov, para fazer face à falta de encomendas para o mais recente MiG-35. Os MiG-29 SMT permitirão assim manter a força de caças leves modernizada, até à entrada em serviço do MiG-35.
Segundo declaração de Borisov, "a encomenda (de 16 MiG-29SMT) permitirá à companhia (RAC MiG) olhar para o futuro e será um bom ponto de partida para a produção de novos aviões, como o MiG-35S".

De acordo com a United Aircraft Corporation, companhia que integra a RAC MiG, encomendas do MiG-35 para a Força Aérea Russa são esperadas para 2016. A empresa conta que cerca de 100 MiG-35S sejam requisitados "a breve prazo".

Apesar do MiG-29SMT estar em uso atualmente na Força Aérea Russa, esta é a primeira encomenda da Rússia. 28 MiG-29SMT foram entregues entre 2009 e 2010, mas trata-se de aeronaves encomendadas inicialmente pela Argélia, que ao não serem entregues, acabariam por ser adicionadas ao inventário russo.

A diferença externa mais visível do MiG-29SMT relativamente a versões anteriores, é o tanque de combustível situado atrás do cockpit, que permite duplicar o raio de ação do aparelho em configuração de defesa aérea (1550 km/936 milhas). Internamente, as melhorias são também significativas, com melhoramento de sistemas e instrumentos de voo, radar modernizado, motores melhorados, sistemas de navegação e panóplia de armamento alargada. Pode desempenhar tanto missões ar-ar, como ar-superfície (terra e mar). A sua eficácia de combate é descrita como sendo três vezes superior aos modelos MiG-29 standard, com uma diminuição dos custos operacionais em 40%.
A célula base é contudo a original do MiG-29 e não a mais recente e leve do MiG-29M, pelo que a versão SMT tem sido oferecida como um pacote de modernização para as versões antigas de MiG-29 em operação. 
Ainda assim, a encomenda agora feita pela FA Russa, tem sido descrita como sendo para aeronaves novas de raiz.


sábado, 19 de abril de 2014

CHUCK YEAGER: DIÁRIO DE UM ABATE NA II GUERRA MUNDIAL -3 (M1545 - 130PM/2014)

Um dos poucos Halifax restantes - ainda quem em má condição - está no museu da RAF em Londres
Capitulo 1
Capítulo 2

12 de março de 1944

Mais pescaria, futebol e passeios pelos bosques. Esta é a zona do foie gras, mas os gansos são poucos. Também é a zona do vinho de Bordéus - mas são escassos. Os alemães levaram quase tudo o que os camponeses não esconderam.

13 de março de 1944

Dizem-me para descansar. Jean parece um pouco triste - o seu amigo vai partir. E o seu irmão já não o visita há séculos.
Não posso ficar muito tempo num sítio... vou mudar esta noite...

Noite de 14 para 15 de março de 1944

O Dr. Henri vem buscar-me à quinta. É uma cara acolhedora. O Dr. Henri foi uma das primeiras pessoas que vi depois de escapar do meu avião. Tratou das minhas feridas. Fala inglês bastante bem. É judeu, pelo que todos evitam o seu último nome "Cahn" - alguns chama-lhe mesmo Dr. Henri Bibi para o proteger. Toda a sua família foi dizimada pelos alemães. O próprio Dr. Henri escapou de um campo.
A ideia de me mover, fazer qualquer coisa, especialmente em direção ao sul, para mais perto de Espanha e escapar é bem-vinda.
Despeço-me e agradeço à família. Eles estão em grande risco comigo aqui - nunca se sabe quem pode falar. Mais alemães vieram até Houilles, que fica perto de onde o avião alemão caiu.
O casal ficará seguro agora, depois de eu partir. Até ajudarem o próximo camarada... que boa gente.
O Dr. Henri e eu pedalamos toda a noite e dormimos nos bosques durante o dia. Depois mais umas pedaladas até aos arredores de Nerac. O Dr. Henri deixa-me então com Gabriel La Peyrusse.
Gabriel tenta esconder-me no sótão da sua casa, mas eu não alinho - não tem fuga e é demasiado óbvio. Esconde-me então no celeiro, nas traseiras da casa e perto da horta.
O Gabriel cultiva vegetais como profissão, mas é também o Presidente da Câmara de Nerac. E comandante dos Maquis (NR: Resistência Francesa das zonas montanhosas). O Dr. Henri é o segundo na linha de comando.
Estou bastante cansado, pelo que confirmo todos os caminhos  de fuga e "aterro" na parte de trás do celeiro, atrás da palha. Já não é a primeira vez.
Penso no que se seguirá... e mergulho sonoramente no sono.

15 de março de 1944

Gabriel é um tipo exuberante e muito grande. Vive a vida em grande, ri em grande, come muito, bebe muito. Tem um talento indescritível para manobrar entre os alemães, os Maquis e os cidadãos de Nerac. Leva os seus vegetais ao mercado todos os sábados. Encontra-se com outros Maquis numa outra casa. Outro membro tem o rádio para comunicar com o exterior. Esse tipo entrega ao Gabriel no mercado, ao sábado, as mensagens da semana. Vende flores na banca ao lado da do Gabriel.

16 de março de 1944

Tédio misturado com momentos de alerta, quando ouço barulhos estranhos. Aventuro-me a ir mais perto da estrada - observo os transeuntes, ao abrigo da sombra de uma árvore. Penso no meu próximo passo. Como vou voltar para os americanos ou Aliados e combater? O que se passa na guerra?
Gabriel chama-me para dentro. Espera visitas. Tenho que me manter calado. Eles vão-lhes dizer que eu sou surdo-mudo - ou pelo menos mudo. Dois jovens da minha idade ou um pouco mais novos aparecem - um irmão e uma irmã pelo aspeto. A irmã parece interessada em mim. Faço como Gabriel me disse, mas ela é bastante atraente... e já lá vai bastante tempo...

16 de março de 1944

A rapariga partiu. Não tive qualquer hipótese. Na verdade era muito perigoso - nunca se sabe quem está de que lado.

17 de março de 1944

Não tenho muito que fazer pelo que me aventuro perto da estrada à sombra da árvore para ver as pessoas passar. Penso no futuro e em como hei de voltar para os americanos e combater.
Enquanto aí estou sentado, um grande grupo de soldados alemães passa a marchar. Não mexo um único músculo. Depois de passarem volto a respirar. Gabriel, apoplético deixa bem claro: se eu não me mantenho escondido "eu e ele" - e faz um sinal com o polegar à volta da garganta. Glup!
Volto para o esconderijo. Simplesmente não sou bom para estar parado sem trabalhar ou fazer algo útil, mas ser torturado ou causar a morte ao meu benfeitor, também não é a melhor ideia de um tempo bem passado.

Gabriel manda-me com o Raoul de bicicleta para a casa de família do Gabriel. Pouco sei, além de que tenho que ir com o Raoul. Espero poder confiar nele.
Chegamos a casa dos pais de Gabriel em três horas. Tenho as pernas desfiadas, mas não tenho alternativa nem carro. Descansamos uma hora e depois pedalamos mais uma milha até um campo.
Ouvimos um Halifax a aproximar-se. Por um segundo, o campo ilumina-se com velas em duas linhas; depois fica escuro.
Sempre me perguntei como é que o Halifax conseguia identificar o ponto de largada com tanta exatidão no escuro. É uma excelente navegação.
Soube anos depois pelo Raoul que o sinal era uma emissão de rádio: "vai chover esta noite". Gabriel recebeu a emissão e passou a palavra ao Raoul para o ir visitar. Na visita, Gabriel disse-lhe a mensagem e tirou-me de casa, onde os alemães poderiam regressar, para saber quem estava sentado no quintal. Todos os jovens homens estavam normalmente recrutados para campos de trabalho, pelo que era pouco usual ver um jovem sem fazer nada num quintal.
O Halifax faz apenas uma passagem. Mas que passagem - montes de bidons, presumivelmente cheios de abastecimentos necessários.
Raoul faz-me sinal para recolher os materiais, carregar os vagões e os camiões. Os camiões eram os mesmos fornecidos pelo misterioso belga dono da fábrica de lápis. Ajudou muito a Resistência francesa e os aviadores como eu. Desapareceu depois da Guerra, pelo que nunca pude agradecer-lhe.

Quando acabamos os carregamentos, outros conduzem e levam os camiões. Gabriel e eu voltamos à casa dos seus pais, comemos alguma coisa e dormimos o resto da manhã e parte da tarde. Quando acabo de dormir, pego na bicicleta e passeio pelo campo. Parece-me boa ideia conhecer a zona e manter-me em forma. Não sei qual será a minha estrada de fuga, mas não quero que a minha baixa forma seja a minha ruína. Não me apercebi o quanto assustei o Gabriel ao fazer isso (contou-me anos depois) - estava muito preocupado dque algo me acontecesse enquanto eu estava entregue aos seus cuidados.
Quando regresso, o Gabriel está preocupado - recebemos explosivos plásticos, mas ninguém sabe colocar os detonadores. Bem... eu sei.
Gabriel fica surpreendido, desconfiado e depois aliviado quando lhe digo que o meu pai era perfurador de poços de gás.
Mostro-lhes com se faz. Mas não me levam nessa noite em missão, para explodir a ponte de Damazan e o canal que é a principal ligação entre Bordéus e Marselha, não só para o tráfego aquático, como de veículos terrestres, como também a linha telefónica atravessava essa ponte.
"Demasiado perigoso", diz.
Soube anos depois: o trabalho "diurno" do Raoul era de guarda noturno dos alemães - guardar as pontes!

Enquanto eles não estão, faço o máximo de detonadores que consigo durante esse tempo. Quando regressam, Raoul e eu pedalamos até Nerac.
Só soube porquê depois.

(continua)

Texto: Victoria Yeager
Tradução: Pássaro de Ferro


EJECT! EJECT! EJECT! (M1544 - 129PM/2014)




Série de fotos tiradas a bordo do porta-aviões USS Enterprise (CVAN 65), que mostram os instantes imediatamente a seguir a um RF-8A Crusader do Light Photographic Squadron (VFP) 62 do destacamento 65, cair pelo lado do navio, após ter sido atingido pelos gases de escape de um A-4 Skyhawk a ser lançado, a 16 de abril de 1963. Há portanto 51 anos cumpridos esta semana.

O piloto do RF-8A, Ten.Cor. Newby Kelt, manobrava o avião em direção a um dos elevadores, para ser descido para o hangar, debaixo do convés de voo. O Crusader deslizou pelo convés escorregadio, apesar dos melhores esforços de Kelt, usando os travões e os controlos do trem de nariz para tentar parar o movimento. O RF-8 inclinou-se sobre o lado com o nariz para baixo, tendo-se ejetado Kelt horizontalmente, atingindo a água ainda no assento ejetável.

Kelt, que no ano anterior tinha estado entre os pilotos da US Navy que voaram missões de reconhecimento durante a crise dos Mísseis de Cuba, sobreviveu à ejeção a baixa altitude, sofrendo um glaucoma secundário, ao embater na água de cara para baixo.

 Fotos: US Navy



sexta-feira, 18 de abril de 2014

BATIDO RECORDE DE ATERRAGENS NOTURNAS EM PORTA-AVIÕES (M1543 - 128PM/2014)

Super Étandard M

O recorde absoluto de número de aterragens noturnas em porta-aviões foi batido no dia 4 de abril de 2014, no Charles de Gaulle da Marinha francesa.

Durante meio século os pilotos qualificados para missões noturnas, tradicionalmente chamadas "corujas", habituaram-se a manter registo desta disciplina muito particular, também descrita como "não sendo um desporto de massas". O piloto que contabiliza maior número de aterragens é chamado "Grão-Duque".

O "empossamento" do novo "Grão-Duque"     Foto: Marine Nationale

"Tino" um piloto de caça com 36 anos, atualmente com 2700 horas de voo, alcançadas na noite de 4 de abril, realizou a sua 221ª aterragens noturna em porta-aviões, num Super Étandard Modernizado. Roubou assim o título de "Grão-Duque" ao ex-piloto "Pym", de que foi portador durante mais de uma década.

Além do performance individual, que reflete uma capacidade notável e sobre tudo muitos anos passados a bordo de porta-aviões, é também um feito comum de saudar. Pilotos, técnicos, preparadores de missão e guarnição do navio, trabalham dia e noite para colocar e operação o Grupo Aéreo Embarcado que inclui Super Étandard Modernizado, Rafale e E-2C Hawkeye em todos os mares do mundo.

O feito obtido em Super Étandard, um avião que em breve completará a sua carreira operacional, após 40 anos de serviço, reflete a experiência acumulada pela aviação embarcada nas operações noturnas, que constituem o coração da projeção de força sobre a terra e sobre o mar.

O porta-aviões Charles De Gaulle e o seu Grupo Aéreo estão atualmente no mar para a primeira fase da Escola de Aviação Embarcada (EAE), que permite qualificar três pilotos para aterragens diurnas e outros três para aterragens noturnas. A Segunda fase destina-se ao treino de jovens qualificados e à reciclagem de pilotos experientes.


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