F-35C e F/A-18 da US Navy Foto: Lockheed Martin |
A Boeing, rival da Lockheed Martin, fabricante do polémico e dispendioso F-35, não tem estado a trabalhar silenciosamente durante o último ano, para oferecer à Marinha dos EUA (US Navy) uma saída do dispendioso e problemático programa F-35 JSF.
A decisão da US Navy de reduzir de 69 para 36 F-35C o número de unidades a adquirir dentro dos próximos cinco anos, veio levantar dúvidas relativamente ao empenhamento do ramo para com o caça de 5ª Geração. Mais perguntas ainda ficaram no ar, quando uma encomenda de 22 EA-18G Growler entrou na lista de prioridades para os quais não há fundos.
Os contactos e esforços da Boeing começaram alegadamente durante a Feira Aeronáutica de Paris de 2013, quando o fabricante de Seattle tentou convencer a US Navy a adquirir mais F/A-18 Super Hornet e EA-18 Growlers, para fazer face aos problemas do programa JSF, o mais caro de todos os tempos na história dos EUA.
Recentemente, a Boeing foi ainda mais longe, colocando em causa se a tecnologia furtiva (stealth) do F-35 ainda é eficiente, contra os mais recentes sistemas de defesa aérea, desenvolvidos pela Rússia e China. Numa conferência no início de abril, representantes da Boeing fizeram uma apresentação discutindo o fim da furtividade.
Oficialmente contudo, a US Navy continua a afirmar o seu empenhamento no programa JSF, ainda se os analistas defendem que as últimas ações vão contra as palavras do seu chefe e especificamente o aumento de aviões de guerra eletrónica como o EA-18: a razão pela qual o número de aviões de guerra eletrónica baixou durante os últimos anos, foi porque a tecnologia furtiva teoricamente deveria tornar estas aeronaves obsoletas. Mike Gibbons da Boeing defende que o F-35 não é tão eficiente contra um largo leque de sistemas de defesa aérea, como o Growler. O EA-18 pode defender-se a si próprio e a outras aeronaves dentro de um espaço de frequências muito maior.
"A densidade das ameaças está a tornar-se cada vez mais complexa e difícil. O espetro eletromagnético está a tornar-se mais complexo e requer mais das capacidades de ataque e vigilância eletrónica que o Growler pode fornecer. Apenas o Growler tem essas capacidades" disse Gibbons. Explicou ainda que o Glowler deve sempre ser incluído em futuras frotas de ataque, para proteger caças de 5ª Geração ou outras aeronaves valiosas de sistemas de defesa aérea. O que curiosamente foi ainda recentemente defendido também pelo Chefe de Operações Navais num congresso: "A furtividade (stealth) é precisa para os próximos 10 anos (...) mas penso que temos que olhar para além disso. Para mim acho que é uma combinação de aeronaves furtivas, mas também outras que possam suprimir outras formas de frequência eletromagnética, para podermos entrar". disse Greenert.
A Lockheed Martin contrapôs dizendo que o F-35 foi projetado para não necessitar de apoio de ataque eletrónico e todos os testes têm provado isso mesmo. Loren Thompson, analista de Defesa que foi consultor da Lockheed e da Boeing explica que a presença do Growler em si, pode alertar para a presença de aviões furtivos, salientando ainda que tanto a Força Aérea (USAF) como os Fuzileiros (US Marines) não estão preocupados por não ter um avião de guerra eletrónica específico, confiando nas capacidades do F-35 (que também possui alguns sensores de ataque eletrónico incorporados) para sobreviver sozinho.
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