MiG-29 búlgaro configurado para defesa aérea Foto: Krazimir Grozev |
A pequena força de defesa aérea búlgara tem sido chamada em alerta numerosas vezes durante os últimos dois meses, para fazer face ao número crescente de voos de vigilância e reconhecimento lançados pela Rússia sobre o Mar Negro, no seguimento do desenrolar de acontecimentos na Ucrânia, de acordo com o ministro da Defesa búlgaro, Angel Naidenov. Apesar de nenhum dos voos ter violado espaço aéreo búlgaro, têm-se aproximado e voado ao longo da costa, operando sem plano de voo, pelo que requerendo investigação.
Entre 1 e 26 de março de 2014, nove aviões russos aproximaram-se da Bulgária, estando entre os modelos intercetados o Ilyushin Il-20, a versão de reconhecimento e informações do Il-18.
Antes da atual situação na região, os alertas de defesa aérea na Bulgária eram acionados apenas duas a três vezes por ano.
O aumento da intensidade das operações tem vindo a colocar uma pressão considerável na pequena força de intercetores da Força Aérea Búlgara, constituída por um grupo de envelhecidos MiG-29, baseados na 3ª Base Aérea em Graf Ignatievo, perto de Plovdiv. Apesar da Bulgária pertencer à NATO, esta frota depende da Rússia para o fornecimento de sobressalentes e manutenção. Sófia tem intenção de mudar a situação, adquirindo novos caças que não dependam de apoio russo (estiveram recentemente em negociação com Portugal para aquisição de F-16, que viriam a ser comprados pela Roménia), mas as restrições no orçamento de Defesa tem impedido a intenção de se concretizar. Mesmo se a recente suspensão de relações entre a NATO e a Rússia não afetam o acordo de cooperação deste país coma Bulgária, é provável que a atual situação acelere o processo de aquisição dos novos caças.
Para já e apesar das sugestões de aumentar a presença de meios norte-americanos na Bulgária, e da sugestão que as ações russas se destinem a esgotar a capacidade de defesa aérea búlgara, o ministro dos Negócios Estrangeiros do país, Kristian Vigenin afirmou que a Bulgária consegue lidar com a situação sem o recurso a forças externas. Entretanto, a NATO reforçou a vigilância aérea sobre a vizinha Roménia com E-3 Sentry, monitorizando o espaço aéreo sobre a região do Mar Negro.
Tanto a Roménia como a Turquia têm lançado regularmente os seus alertas aéreos em resposta a aeronaves russas sobre o Mar Negro, pelo que o Presidente da Bulgária solicitou maior coordenação entre os três países da NATO.
Desde 2010 que a Bulgária tem um acordo de defesa com a Roménia para cobertura de defesa aérea, tendo assinado recentemente um similar com a Grécia. Segundo estes acordos, aeronaves gregas ou romenas podem ser chamadas, em caso de violação de espaço aéreo.
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