Navio multi-funções da classe Mistral Foto: Rama/Wikimedia |
O Governo francês declarou que prosseguirá com o contrato no valor de 1600M USD para o fornecimento de dois navios multi-funções Mistral, uma vez que cancelar o acordo faria mais mal a Paris do que a Moscovo.
No seguimento da crise na Ucrânia, os EUA pressionaram a França, bem como o Reino Unido e Alemanha, no sentido destes países europeus tomarem uma linha mais dura contra a Rússia e cancelar o contrato dos dois navios destinados ao país dos Czares. Mas o executivo de Paris, após algumas ameaças (que agora se vêem vazias), recusa ligar o negócio com as sanções a impor ao Kremlin pelos EUA/EU.
Um elemento do Governo de François Hollande em visita oficial ao Azerbaijão, que pediu anonimato, disse que o contrato pura e simplesmente é demasiado grande para ser cancelado e que se a França não cumprisse a encomenda, teria que enfrentar penalizações graves: "Os Mistral não fazem parte do terceiro nível de sanções. Serão entregues. O contrato foi pago e haveria penalizações financeiras por não ser cumprido. Seria a França a ser penalizada. É muito fácil dizer que a França tem que desistir da venda dos navios. Nós fizemos a nossa parte".
Também o presidente francês admitiu no sábado passado, em visita a Angela Merkel, que o contrato é para cumprir: "o contrato foi assinado em 2011 e será cumprido. Por agora não é uma dúvida".
O ministério da Defesa russo avisou Paris em março passado, que a França teria que repor o valor do contrato, incluindo penalizações adicionais, caso este fosse cancelado.
A encomenda dos dois navios multi-funções Mistral foi a primeira compra de material bélico ao exterior por parte da Rússia, no período pós-Guerra Fria e foi acolhido pelo então presidente francês Sarkozy, como um importante passo em frente nas relações franco-russas. O contrato permitiu sustentar 1000 postos de trabalho nos estaleiros gauleses.
O primeiro dos dois navios, o Vladivostok, está previsto ser entregue em novembro deste ano, e o segundo, o Sevastopol, chegará a S. Petersburgo para ser apetrechado com equipamento e armas russas em novembro de 2015, juntando-se à frota do Pacífico para uso operacional, na segunda metade de 2016.
Os navios da classe Mistral podem carregar até 16 helicópteros de ataque como os Kamov 50/52, mais de 40 tanques ou veículos motorizados e 700 tropas. A versão russa foi modificada relativamente ao modelo em uso pela Marinha francesa, para se adaptar às latitudes nórdicas e mares gelados em que será maioritariamente usado.
Fonte: RT
Tradução e adaptação: Pássaro de Ferro
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