F-35 norueguês com sistema de travagem por paraquedas Imagem: Doug Moore/Lockheed Martin |
Com a exceção do número de cauda e das marcas relativas ao operador, os aviões militares do mesmo modelo variam geralmente pouco. No
Contudo os F-35A da Noruega contudo, irão passar a distinguir-se por mais uma pequena protuberância entre os dois estabilizadores verticais. O volume, mais corretamente chamado "pod" irá conter o paraquedas de travagem, que permitirá a operação nas pistas pequenas e geladas do país.
Apesar da Noruega ser o primeiro país a receber o sistema, o Canadá e os Países Baixos estão a considerar também adicionar esta característica aos seus Lightning II.
"Os três países usam sistema adicionais para travar os aviões nas aterragens em tempo frio" explica Suku Kurrien, o gestor da Lockheed Martin para o programa do sistema de paraquedas. "Na Noruega e Países Baixos usam paraquedas. Os canadianos usam gancho de paragem". De um modo geral os paraquedas são usados em caças que operam a partir de pistas curtas, ou em pistas molhadas ou geladas, nos climas frios.
Uma vez que nenhuma das configurações básicas do F-35 requeria paraquedas de travagem, o sistema representa a primeira modificação no projeto a ser introduzida após a fase de Demonstração e Desenvolvimento de Sistema e foi custeado pelos três países interessados.
"Revimos muitas alternativas com a Lockheed Martin, incluindo inversores de impulso e asas maiores" explicou o TCor Christoffer Eriksen ex-Assistente Nacional que liderou o estudo para a Noruega. "Usámos este sistema com facilidade e sucesso nos nossos F-16. Quando o conceito nos foi proposto, ficámos tranquilos, tal como os nossos camaradas dos Países Baixos" concluiu.
Imagem: Doug Moore/Lockheed Martin |
O maior desafio do programa foi desenhar um pod que não degradasse as capacidades stealth do F-35 nem a aerodinâmica. A Noruega aumentou ainda o desafio ao antecipar a entrega dos seus dois primeiros aviões para 2015: "Pedimos para que as características internas do sistema fossem incluídas, apesar dos requerimentos finais não estarem ainda completos" disse Erikssen. "Para poupar tempo, o programa de desenvolvimento começou pelo redesenhamento da estrutura da aeronave, definindo os requerimentos do programa em paralelo". Representantes da Lockheed Martin do programa conjunto do F-35 e da Noruega começaram o desenvolvimento do sistema de paraquedas em 2012. Os objetivos básicos foram definidos bem cedo, incluindo especificações mínimas de comprimentos de pistas, condições de pistas geladas, condições de voo e vida operacional para o paraquedas e estrutura. Foram também definidas as necessidades de manutenção. Os métodos de verificação e certificação do sistema foram estabelecidos. A Noruega está interessada num total de 52 F-35 e associados sistemas de travagem por paraquedas.
As mudanças estruturais envolvidas incluem um ponto de carga aplicado na parte superior da fuselagem, perto da parte posterior da asa, o que implicou redesenhar a superfície das asas e a fuselagem posterior. As mudanças foram incorporadas na linha de produção em Fort Worh no Texas e Marietta na Geórgia para as asas e em Samlesbury no Reino Unido para a fuselagem.
O sistema em si consiste num pod amovível. Enquanto a Noruega irá provavelmente utilizar o sistema permanentemente, outros países terão a possibilidade de retirá-lo com esforço mínimo, tal como uma estação das asas.
No futuro, para acionar o paraquedas, o piloto aciona um interruptor na parte superior esquerda do painel de instrumentos que liberta o paraquedas. Após o avião ter perdido velocidade suficiente, acionando o mesmo interruptor solta-se o paraquedas, enquanto o avião pára finalmente.
O impacto do sistema em termos de performance de voo, assinatura radar e interferências com outros sistemas, terá de ser testado, tendo sido já realizados testes em túnel de vento que revelaram que o volume do mecanismo tem pouco ou nenhuma influência no voo do avião. Em 2017, para validar os testes de túnel de vento e certificação do sistema, será realizado um programa de testes de voo na base de Edwards, Califórnia. Posteriormente, em local ainda não definido - mas possivelmente em Elmendorf-Richardson no Alasca - serão realizadas provas em condições de pista gelada e operação do sistema a baixas temperaturas.
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