sábado, 28 de fevereiro de 2015

A SEMANA PASSADA (M1802 - 10AL/2015)

A semana passada ficou marcada pelo arranque do exercício multinacional Real Thaw, na sua edição 2015. O Real Thaw é organizado pela Força Aérea Portuguesa e este ano, ao contrário das anteriores seis edições que se basearam na Base Aérea nº 5, em Monte Real, está sedeado na Base Aérea nº 11, em Beja.

Alpha Jet - Foto: Força Aérea Portuguesa

O exercício congrega diversas unidades aéreas nacionais, peradas pelas respetivas esquadras (F-16, Alpha Jet, C295, C-130, AL-III, EH-101 e P-3C Cup+) e conta também com meios aéreos internacionais, nomeadamente de Espanha (Typhoon e F/A-18) e Dinamarca (com helicópteros AS550). Está também presente um avião AWACS (E-3A) da NATO e Controladores Aéreos Avançados nacionais, dos EUA e da Holanda, bem como uma UPF - Unidade de Proteção de Força.
Nesta semana, no dia 26, ocorreu o habitual dia dedicado aos Spotters, com largas dezenas de entusiastas a fotografar as operações aéreas daquele dia.

AS550 - Foto: Força Aérea Portuguesa

«O exercício REAL THAW 2015 (RT15), que se realiza de 23 de fevereiro a 6 de março, é um exercício da Força Aérea planeado e conduzido sob a égide do Comando Aéreo, órgão da Força Aérea responsável pelo treino e aprontamento das unidades operacionais, seja através de operações aéreas na defesa dos interesses nacionais seja na participação em operações militares nos mais diversos quadros de cooperação internacional (NATO e UE).
A coordenação do RT15 é realizada na Base Aérea Nº11 (BA11), em Beja, e as ações desenrolam-se, na sua maioria, na zona Norte/Centro de Portugal Continental. As instalações do Aeródromo Municipal de Seia estão integradas no exercício RT15 como "Base Aérea Tática" e servem de apoio às operações aéreas e terrestres que se realizam nesta zona.

F-16AM - Foto: Força Aérea Portuguesa

Para a correta execução deste exercício foi desenvolvido um cenário (fictício) que pretende criar situações realistas e complexas que desafiem as forças participantes a executar as ações adequadas. De um modo geral uma operação militar engloba um conjunto de ações correlacionadas no tempo e no espaço, planeadas e executadas por forças militares visando obter um efeito que satisfaça um objetivo político/militar definido superiormente. Assim, um exercício militar pretende criar cenários político/militares que repliquem o mais possível situações verosímeis onde o poder militar possa ser empregue a fim de proporcionar o adequado treino a forças militares para uma possível projeção de forças num teatro de operações dinâmico e atual.»
 

Hoje, 28 de fevereiro, assinalam-se, também, os 62 anos da Esquadra 103 - Caracóis.
Muitas centenas de pilotos fizeram a história desta esquadra, fizeram-se pilotos nela, voando e aprendendo a voar em aviões tão míticos como o T-33, o T-38 e no presente o Alpha Jet, em mais de 100 mil horas de voo.
Parabéns!

 Alpha Jet "Caracol" 

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

ALEMANHA TOMA DE ASSALTO AIRBUS ESPANHOLA (M1801 - 36PM/2015)

Airbus "de pernas para o ar"

A notícia tomou Espanha de choque. Embora o "golpe palaciano" dentro da Airbus não seja ainda um dado adquirido, a informação de que a saída de Domingo Ureña, máximo executivo da Airbus em Espanha, significará uma reorganização interna, verteu a partir de um documento interno da empresa. 

Apesar da actual estrutura estar protegida por um acordo entre o Estado espanhol, detentor de 4,2% da Airbus e a então EADS, datado de 2009, e da provável futura responsável por todas as fases de produção e fabrico das aeronaves fabricadas em Getafe (A330 MRTTT) e Sevilha (A400M e C295) Pilar Albiac, ser espanhola, na verdade ficará dependente directamente do alemão Bernhard Gerwert, Conselheiro-Delegado da Airbus Defence & Space e do seu escritório em Munique.

Além das fases de produção, mais informações internas apontam no sentido de que também a comercialização e vendas passem a ser dirigidas a partir de Munique.

Aparentemente, as manobras terão a ver com reorganizações internas entre as diversas empresas do grupo Airbus, quando a filial independente espanhola Airbus Military foi integrada juntamente com a Cassidian e Astrium na Airbus Defence & Space. E apesar de 80% da capacidade industrial desta nova empresa estar em Espanha, a sede ficou em Munique na casa da Cassidian, presidida por Bernhard Gerwert.

Assim, e apesar do insucesso de Gerwert em internacionalizar os caças Eurofighter Typhoon, acaba por ganhar controlo sobre a fatia de negócio realmente rentável e de futuro, que são as aeronaves fabricadas em Espanha. 
Com o beneplácito do director máximo da Airbus, Tom Enders, também alemão.

Onde é que já vimos este filme?




IRÃO AFUNDA "PORTA-AVIÕES" AMERICANO - com vídeo (M1800 - 35PM/2015)

Imagem retirada da reportagem da TV iraniana 

O impensável aconteceu: o Irão atacou um porta-aviões americano! Ou quase...
Por entre rockets e o barulho ensurdecedor de armas de vários navios de assalto iranianos, uma réplica em madeira do porta-aviões americano USS Nimitz foi destruída, durante exercícios de larga escala realizados pelas forças de Teerão na entrada do Golfo Pérsico.

Com direito a honras de transmissão televisiva, a manobra de propaganda planeada há já bastante tempo, tal como o Pássaro de Ferro havia noticiado, significa decididamente que, a "aliança" de ocasião com os EUA para combater o Estado Islâmico, deve ficar-se só por aí.

Amigos, amigos, porta-aviões à parte...

E o vídeo, sem legendas. Não precisa.


terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

SEXTA GERAÇÃO OU O PRINCÍPIO DO FIM DO F-35 (M1799 - 34PM/2015)

Imagem conceptual da Boeing para um caça de 6ª Geração

Não é segredo nenhum que o F-35 é, a par com o programa de defesa mais caro de todos os tempos, quiçá (ou talvez também por isso) um dos mais polémicos.
Por entre dúvidas sobre as suas capacidades para substituir adequadamente as aeronaves a que se propõe, no inventário da Forca Aérea, Marinha e Fuzileiros dos EUA (F-16, A-10, F/A-18, Harrier...), estão também inúmeros problemas técnicos, atrasos no programa e deslizes orçamentais.

Por entre vozes discordantes dentro e fora dos militares, a posição oficial tem sido a de que “o F-35 será a espinha dorsal das forças americanas”, e vários sistemas de armas foram até colocados como sacrificáveis, de modo a disponibilizar verbas para o F-35.

As entrevistas e informações oficiais divulgadas, de quem com o JSF tem vindo a operar, invariavelmente falam maravilhas do novo caça. Nas últimas semanas contudo, embora de um modo velado, foi possível observar-se uma inflexão na relação oficial com o  F-35. O maior sinal terá sido porventura o anúncio do início de desenvolvimento da 6ª Geração de caças para os EUA, alegadamente para “aproveitar a capacidade técnica acumulada” com o desenvolvimento da 5ª Geração. 

Levantando o véu sobre os objectivos para esta nova geração de caças, verifica-se que pouco tem a ver com a predecessora. Segundo o Chefe de Operações Navais da US Navy, Alm. Johnathan Greenert, o novo caça pode nem sequer ser stealth, nem especialmente rápido. É que por um lado, os avanços tecnológicos em curso podem tornar a tecnologia stealth obsoleta (IRST, radares passivos ligados em rede, etc), o que deita imediatamente por terra a “superioridade” de qualquer caça stealth. Mais ainda: sem a tecnologia stealth ficam a nu as insuficiências destes relativamente a caças convencionais, fruto das limitações impostas pela tecnologia stealth. E a China até já afirma conseguir detectar aeronaves stealth a distâncias  de 240 a 360 milhas (entre 400 a 575 km), o que significa duas a três vezes o alcance do míssil AIM-120 que o F-35 pode transportar. Apesar desta ser uma afirmação ainda por comprovar, a teoria que a sustenta é conhecida e facilmente compreensível: processando vários sinais provenientes de frequências rádio e a sua duração, de comunicações tácticas, equipamento de medição de distância, radar e sistema de identificação amigo/inimigo (IFF), para além da fonte de calor que continuarão a ser sempre os motores, ou até mesmo as perturbações aerodinâmicas causadas pela passagem de um aeronave na atmosfera, é possível detectar uma aeronave furtiva.

Por outro, os custos de desenvolvimento das aeronaves stealth, acabaram por levar ao paradoxo de os tornar “bons de mais” para por vezes serem usados na linha da frente, devido ao receio de perder aeronaves sobre território inimigo. Devido aos riscos que isso implica em termos do enorme custo das aeronaves em si, ou de permitir o acesso a essa tecnologia pelo inimigo (como já aconteceu na Sérvia e no Irão por exemplo). 

Por outro ainda, as limitações de venda de tecnologia de ponta a aliados, acabam por tornar os programas de desenvolvimento mais caros. O F-22 por exemplo não obteve permissão de exportação, apesar do interesse de vários aliados. O B-2 não está sequer estacionado permanentemente em qualquer base fora dos EUA, devido ao receio de fugas de informação na sua tecnologia.

O programa de caça de 6ª Geração, baptizado F-X (USAF) ou F/A-XX (US Navy), pode ainda assim incorporar novas armas entretanto em promissor desenvolvimento, como o laser (ou “energia dirigida” como é designado), ou outras que consigam suprimir as defesas inimigas sem colocar em risco a aeronave, colocando por isso a ênfase em destruir as capacidades inimigas e não em tentar esconder a aeronave atacante.O novo caça poderá ainda ser tripulado ou não, mas as capacidades de comunicação em rede serão certamente um dos pontos fortes do projecto.

A velocidade não será também um dos principais quesitos do novo caça, mais ou menos pelas mesmas razões do stealth. O novo conceito aponta em não desperdiçar recursos para tentar contrariar o inevitável. E ser suficientemente rápido para fugir a mísseis capazes de atingir Mach 4,5 entra decididamente no critério.

Mais sinais de que o F-35 poderá passar ao lado da carreira que para ele se pretendia, são igualmente a possibilidade de criar uma nova aeronave para substituir especificamente o A-10 nas funções de Apoio Aéreo Próximo, tal como anunciado este mês pelo Gen. Hawk Carlisle, Chefe do Comando de Combate Aéreo, com uma cimeira a decorrer já em Março de 2015, com representantes dos diversos ramos das FAs americanas, no intuito de definir opções para esta missão, em que o F-35 tem sido especialmente apontado como inadequado.

Já do lado da US Navy, a desconfiança relativamente ao F-35 mantém-se para substituir os F/A-18, apesar dos irrepreensíveis testes de mar realizados no final de 2014. Uma prova disso são as baixas encomendas que a Marinha mantém do JSF (apenas 9 unidades actualmente em serviço e encomendas de somente 2 para 2015 e  4 para 2016), deixam perceber o pouco entusiasmo no JSF, por contraste com a agora aberta possibilidade de “saltar” o F-35 como “faz-tudo” da aviação embarcada,  e passar directamente do Super Hornet ao F/A-XX.

Contudo, é ainda naturalmente cedo, para saber se a carreira do F-35 poderá vir a ser considerada bem-sucedida ou não. Programas anteriores com inícios difíceis (F-14, F-16), acabaram por ter desfechos felizes, mas o contrário é igualmente  verdade ou mais ainda (F-111, F-4, ...). O que a história não deixa de ensinar no entanto, é que sempre que se pretende que uma aeronave seja boa em tudo, acaba por não ser a melhor em nada. E embora oficialmente o F-35 não esteja para já a ser enjeitado pelos principais operadores, provavelmente devido aos principais aspectos económicos para todas as partes envolvidas (fabricantes, investidores, governos, operadores, ...) os sinais de alarme vão-se sucedendo. 

No mínimo, pode afirmar-se que a carreira do F-35 tem um grande ponto de interrogação perfeitamente visível, rodeado de muitas reticências.



quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

SDB II EM TESTES FINAIS (M1798 - 09AL/2015)

Bombas SDB II montadas num F-15E, durante a fase de testes de operação. Foto: USAF.

A Small Diameter Bomb II completou ontem, dia 17 de fevereiro, os testes finais de tiro para certificação final e início de produção/operação.
Os testes foram conduzidos pela Raytheon e pela Força Aérea dos Estados Unidos , em White Sands- Missile Range, no Novo México.
Os responsáveis pela Raytheon confirmaram a capacidade da bomba  para detectar, rastrear e destruir alvos em movimento.
"Estes testes apresentaram-nos novos multi-efeitos da ogiva que equipa as SDB II, como a sua capacidade para destruir alvos e, ao mesmo tempo, reduzir os danos colaterais", referiu John O'Brien, diretor do programa Raytheon SDB II.  E acrescentou que "trabalhando em estreita colaboração com nossos clientes, sobretudo a Força Aérea dos EUA , a Raytheon está trabalhar esta solução para de certo modo mudar as regras do o jogo e, em simultâneo, preencher uma lacuna na capacidade crítica nas operações militares norte-americanas."
A SDB II é uma bomba guiada, lançada do ar e pesa cerca de 200 quilos. Usa um modo de operação tripla - radar de ondas milimétricas, infravermelho e laser semi-ativo, para procurar o seu alvo, por mais restritivas que sejam as condições meteorológicas e de operação. Depois, a sua pequena carga explosiva, mantém os danos colaterais no mínimo.
Esta arma será usada em aeronaves da USAF e USNavy.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

COMO MUDAR UM PNEU A UM F-16 (M1797 - 33PM/2015)

A instalação do macaco para levantar a roda esquerda do trem principal    Foto: USAF

Na verdade é mais ou menos como mudar a um automóvel. Salvaguardem-se as devidas escalas e pormenores, claro.
Não deixa contudo de ser curioso ver uma máquina capaz de atingir duas vezes a velocidade do som, limitado às mesmas tarefas dos "comuns mortais".

Retirando o pneu danificado com o peso da aeronave em cima do macaco     Foto: USAF
Finalmente um pneu novo e a missão pode prosseguir     Foto: USAF

domingo, 15 de fevereiro de 2015

EATT 2015 GANHA FORMA (M1796 - 32PM/2015)



A semana passada reuniram-se em Eindhoven cerca de 80 peritos das onze nações envolvidas, para definir os objectivos de treino do maior exercício de Transporte Aéreo da Europa - European Air Transport Training (EATT 15).
O exercício, a desenrolar-se a partir da BA11 em Beja, entre 14 e 26 de Junho próximo, congrega a comunidade de transporte aéreo militar europeia, e irá apoiar-se num cenário que permita atingir os objectivos do treino, e incluirá Intel, ameaças aéreas e terrestres, evacuações aero-médicas, largada de equipamento e pára-quedistas, além de Operações Aéreas Combinadas (COMAO).
O treino terá início com sessões académicas  e voos de familiarização, mas rapidamente evoluirá para missões complexas com várias aeronaves e COMAO.

Os onze países marcarão presença em Beja com as seguintes aeronaves:

1.Bélgica (1x C-130H)
2.Alemanha (1x C-160D)
3. Finlândia (1x C-295)
4.França (1x C-130H, 1x CN235)
5. Itália (1x C-130J)
6. Lituânia (1x C-27J)
7.Países Baixos (1x C-130H)
8.Portugal (1x C-130H, 1x C295M)
9.Roménia (1x C-27J)
10.Suécia (2x C-130H)
11.Reino Unido (1x C-130J)

À direita o TCor Lourenço em Eindhoven na reunião no ETAC    Foto: ETAC

Uma novidade neste exercício anual, é a inclusão de tropas pára-quedistas das nações participantes, que aproveitarão a oportunidade para  realizar treinos em ambiente multinacional, tal como a maioria das operações reais actuais, efectuando certificação de equipamentos em diferentes aeronaves, garantindo uma inter-operabilidade das tropas com várias plataformas aéreas de diferentes nações.
Esta inter-operabilidade garantirá no futuro maior flexibilidade e eficiência na utilização das frotas de transporte europeias, da responsabilidade do European Air Transport Command (EATC).

A organização do EATT é patrocinada pela Agência Europeia de Defesa e é a primeira vez que Portugal é a nação anfitriã.




sábado, 14 de fevereiro de 2015

A SEMANA PASSADA (M1795 - 08AL/2015)


Da semana passada retivemos a passagem dos 10 anos da chegada a Portugal da plataforma Agusta-Westland EH-101 Merlin.
Com ela um enorme salto qualitativo na salvaguarda da vida no mar - na nossa imensa área de jurisdição e responsabilidade, equivalente a praticamente toda a área ocupada pela Europa. O EH exponenciou a tradição do seu antecessor, SA-330 Puma, absorvendo o seu legado mas projetando-o bem mais além.
Ao fim desta década é mais do que legítimo fazer um balanço muito positivo relativamente à introdução deste Helicóptero, muito provavelmente o melhor aparelho para esta panóplia de funções e que proporcionou a Portugal assegurar, com mais proficiência, as missões de SAR, CSAR e SIFICAP.
Ao longo destes anos já se contam por milheres as vidas salvas pelo EH-101, algumas delas no fino limite do tolerável no que toca a esforço e capacidade de Homens e máquina, mas sempre na senda do lema da Esquadra 751 - Pumas que o opera: "Para que outros vivam".
As aeronaves estão estacionadas em Portugal continental, na Base Aérea nº6, no Montijo e em destacamentos na Base Aérea nº4, nas Lajes - Açores e Aeródromo de Manobra nº3, no Porto Santo/Madeira.


Mas o Merlin também se tem notabilizado pela sua capacidade em ações CSAR (Combat Search and Rescue) e nas missões SFICAP (Fiscalização e Controle de Atividade Pesqueira), contribuindo para a projeção de forças de forma rápida e eficaz em cenários de conflito e complexidade estrutural, e na fiscalização da atividade pesqueira, fulcral para a manutenção das reservas de pescado e no combate a atividades ilegais nesse âmbito, respetivamente.
E bom rigor, o EH-101 tornou-se num importante instrumento de afirmação das Forças Armadas Portuguesas e de Portugal, por conseguinte, no âmbito Europeu e até mundial, uma vez que a nossa capacidade para operar o EH-101 já tem sido referenciada como sendo extremamente eficaz e um exemplo a seguir pelas diversas nações que o operam.

Um dos doze A-10 em escala na BA4-Lajes/Açores, na sua viagem de regresso à Alemanha, esta semana. Foto: USAF.

A semana fica igualmente marcada pelo regresso dos A-10 à Europa, não muito tempo depois da sua "despedida" que muitos (incluino o Pentágono que a decretou) vaticinaram de fatal para o seu futuro mas que, o tempo e a realidade se encarregaram de contradizer. Perante os atrasos e alguns pontos de interrogação que teimam em prostar-se sobre o F-35, o A-10 continua, pelo que se vê e percebe, a poder continuar o seu papel dianteiro relativamente à sua versatilidade e, sobretudo, precisão e poder de fogo.
Assim sendo,12 aparelhos voltaram à sua antiga base na Alemanha, em Spangdahlem, para uma "rotação" de meio ano, a que não será alheia, seguramente, a situação de conflito militar na Ucrânia e, obviamente, o estabelecimento e projeção de força(s) num cenário que se tem vindo a tornar mais complexo, tanto do ponto de vista diplomático como  do militar e estratégico.
Apesar dos esforços diplomáticos em curso, a História ensina que a projeção de forças é por si, um fator que nenhuma negociação escamoteia e que pode estabelecer diferenças fundamentais.


quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

MISSÃO NO MALI (com vídeo) (M1794 - 31PM/2015)

O C295M da Esq. 502 em operação no Mali    Foto: FAP

A Força Nacional Destacada (FND) no Mali continua ao serviço das Nações Unidas na missão de manutenção de paz daquele país. 

A missão está a decorrer desde o dia 12 de janeiro e, além da aeronave da Esquadra 502 – “Elefantes”, conta com 47 militares portugueses (41 da Força Aérea e 6 do Exército).

Devido ao período de instabilidade que se vive no Mali, existem algumas dificuldades no abastecimento rodoviário a Civis e Militares da MINUSMA. Neste contexto, o C-295 da Força Aérea Portuguesa tem-se revelado decisivo para continuar a garantir o apoio necessário. 

De referir que os militares portugueses continuam a sentir uma grande aceitação e reconhecimento por parte da população de Bamako, capital do Mali, onde se encontra instalada a missão. 

A FND vai estar no Mali durante quatro meses para realizar missões de transporte, apoio sanitário e lançamento de carga.

Acompanhe um dia de missão a bordo do C-295 da Esquadra 502 “Elefantes” .






NAVIO POLIVALENTE LOGÍSTICO OU NÃO? (M1793 - 30PM/2015)

O Navio Polivalente Logístico "Siroco" da Marinha Francesa agora à venda por 80M EUR   Foto: Marine Nationale

A Marinha tentou alcançar um acordo com o Exército e a Força Aérea para incluir a compra do navio polivalente logístico francês "Siroco" na Lei de Programação Militar (LPM), disseram à Lusa fontes parlamentares.

As mesmas fontes adiantaram que a questão terá sido colocada ao nível das chefias militares no final do ano passado, pouco antes da proposta de LPM ser enviada para o parlamento, mas que tanto o Exército como a Força Aérea recusaram, alegando que os seus programas de reequipamento estavam fechados.

O interesse português no "Siroco" terá surgido durante os últimos meses de 2014, quando já ia avançada a elaboração da LPM, não tendo sido possível incluir a aquisição desta capacidade.

Uma fonte parlamentar referiu à Lusa que terão sido inclusivamente feitas diligências para um "acordo interministerial" [que incluísse Administração Interna e Saúde, além da Defesa] para a compra do "Sirocco", já que este navio polivalente logístico (NPL) tem capacidade para ser utilizado em apoio à Proteção Civil ou em situações de catástrofes naturais.

Durante uma audição à porta fechada na comissão parlamentar de Defesa, na terça-feira, a aquisição do NPL francês, também desejado por Brasil e Chile, foi discutida pelos deputados com o Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), almirante Macieira Fragoso, que terá admitido que os 50 milhões de euros previstos para a modernização das fragatas poderão ser canalizados para este equipamento, avaliado em 80 milhões.

No final da audição, o chefe da Marinha disse à Lusa que a compra do NPL está em "fase final de decisão" pelo Governo e que esta é uma prioridade transversal às Forças Armadas.

"Esta é uma capacidade que está em falta no sistema de forças já há muito, mas não tem sido possível ao Estado português encontrar o financiamento para adquirir um navio dessa envergadura e agora esta pode ser uma boa oportunidade para completar essa falha", declarou.

Questionado sobre se a compra pode vir a ser financiada conjuntamente pelos três ramos, Luís Macieira Fragoso respondeu: "Pois. Não será, mas é um navio que terá emprego conjunto".

"É um navio que interessa ao sistema de forças da Marinha, é um navio de projeção de forças para assalto anfíbio, por exemplo, mas é um navio também que tem muitas capacidades para permitir que meios dos outros ramos sejam projetáveis noutros locais, também para transporte logístico, sem natureza puramente militar", acrescentou.

De notar que quatro dos doze EH101 Merlin da Força Aérea, foram adquiridos há uma década atrás, com a capacidade de dobrar a cauda e as pás dos rotores, precisamente com o intuito de poderem vir a ser utilizados num navio deste tipo.

Fonte: Lusa
Adaptação: Pássaro de Ferro




terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

SU-27 OU COMO ATERRAR SEM TREM (sem problemas) (M1792 - 29PM/2015)



Foto: Autor desconhecido

A 2 de Abril de 2014 um piloto russo aterrou com sucesso um Su-27UB, não sobre o trem de aterragem, o que não seria notícia, mas "de barriga", devido a falha mecânica no aparelho.

O caça realizava uma missão de treino de voo nocturno de rotina, a partir da base aérea de Uglovaya, quando o sistema hidráulico bloqueou o trem de aterragem da frente. Em vez de se ejectarem, com todos os riscos que a manobra acarreta, além de condenar irremediavelmente o aparelho, a tripulação optou por tentar a aterragem sem trem, que efectuou com sucesso. Nenhum dos dois tripulantes ficou ferido, muito embora um pequeno incêndio tenha ocorrido na sequência da arriscada acção. O Su-27 não carregava armas.

Foto: Autor desconhecido

Após inspecção preliminar para avaliar o nível de estragos no Su-27UB, o equipa de engenharia afirmou que o avião poderia voltar a voar, com reparos mínimos, mas não houve confirmação entretanto se assim sucedeu.

Foto: Autor desconhecido

A situação já não é nova para os Su-27, com um caso bastante conhecido em 1997, com o mesmo desfecho, tanto na aterragem como no futuro da aeronave que voltou a voar pouco tempo depois:



segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

TREINO MULTINACIONAL DE PILOTOS EM BEJA (M1791 - 28PM/2015)

Simulador de Alpha Jet na BA11 - Beja

Vinte pilotos, de várias nacionalidades, estiveram na Base Aérea N.º11, em Beja, a participar num Curso de Pilotos de Teste a cargo da Empire Test Pilot School (ETPS). A formação decorreu entre os dias 26 e 29 de Janeiro e a escolha de Portugal deveu-se ao facto de ser o único país na Europa com um simulador de voo adequado às necessidades do curso.

Durante cerca de uma semana, os formandos treinaram no simulador do Alpha Jet, da Esquadra 103 – Caracóis, com o objetivo de ganhar experiência, reforçar conhecimentos técnicos e desenvolver capacidades de análise e apresentação de resultados.

Num ambiente exigente e multidimensional, os pilotos foram ainda colocados à prova em situações de emergência e tiveram de trabalhar na resolução desses problemas em pleno "voo".

No curso, participaram pilotos de Reino Unido, Arábia Saudita, Alemanha, Países Baixos, Singapura e Austrália.


domingo, 8 de fevereiro de 2015

A "INTERNET" HÁ 25 ANOS - Crónica (M1790 - 07AL/2015)

Há cerca de 25 anos, surgiram nas bancas uns "livrinhos" de capas duras, num formato não propriamente ortodoxo e que, a par da enciclopédia fasciculada "Aviões de Guerra", fizeram as delicias de todos os que gostavam de aviação, sobretudo a militar. Foram editados pela brasileira "Nova Cultural", em português brasileiro, facto que os tornava em algo de quase exótico.
Com um notável esforço financeiro, consegui comprar alguns exemplares (meia dúzia) que ainda mantenho.
Naquela altura (final dos anos 80/início dos anos 90), a internet era pouco mais do que um sonho pueril e, portanto, valia quase tudo para se chegar à informação que hoje é de uma banalidade total.
Depois, estava ainda o mundo no limbo da "guerra fria", facto que dificultava - ainda mais - a disseminação da informação, sobretudo a que dizia respeito à aviação "do lado de lá da cortina de ferro" e que, pessoalmente, era a que mais me interessava, por ser tão ignota e escassa.
As fotografias que surgiam eram pouco nítidas, obtidas numa clandestinidade qualquer, não raras vezes por uma espécie  "espiões" que ficariam bem compostos num filme qualquer, de categoria questionável.
Alguns esquemas e designações que essas (quase) "bíblias" apresentavam, estavam banhados num caldo de suposições e hipóteses, mas que, só por isso, tornavam o possuidor dessa informação como um priveligiado.
Deixamos, a título de ilustração desta crónica, algumas fotografias onde se pode ver, sem rebuços e sofismas, aquilo a que tivemos acesso e que preencheu durante tantos anos a nossa sabedoria temática.
Hoje, com a total banalização da internet e do acesso a "toda" a informação - alguma a carecer de filtros de dignidade e veracidade - estamos num patamar ironicamente parecido, isto é: há que distinguir o real do imaginário. Tal e qual há 25 anos atrás, só que pecando muitas vezes por "excesso".








sábado, 7 de fevereiro de 2015

II GUERRA MUNDIAL A CORES (M1789 - 27PM/2015)


Habituámo-nos tanto a ver imagens de um passado distante a preto e branco ou em cores esbatidas e alteradas, que acabamos por nos esquecer que o passado aconteceu "ao vivo e a cores", como todos os momentos que vivemos, a cada segundo que passa.

Provavelmente por isso, ver fotos de há mais de sete décadas atrás pareçam estranhas, quando em vez de descoloradas e surreais, tenham as cores vivas de uma foto digital acabada de tirar.
Compreendemos finalmente, que quem nelas está perpetuado, não são meros ecos do passado, mas sim pessoas que tinham vidas, sonhos e ambições, tal como cada um de nós. 

Ficaram registadas em diapositivos, por funcionários do Gabinete de Guerra dos EUA, nas visitas que faziam pelas fábricas de material militar e espantosamente conservadas até aos dias de hoje.

Hoje por isso no Pássaro de Ferro, as cores que se podiam ver no tempo da II Guerra Mundial:




















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