Publicidade da Northrop Grumman ao novo bombardeiro de longo alcance para a USAF Foto: Northrop Grumman |
Nos últimos anos, a divulgação do pedido de orçamento para as Forças Armadas americanas, tem suscitado sempre elevado interesse. Tornou-se numa espécie de radiografia em que é possível analisar os programas que o Pentágono considera prioritários e quais estão destinados a serem sacrificados, dados os constrangimentos financeiros que o país tem vindo a atravessar, tal como na Europa.
A recente divulgação do pedido de orçamento para a Força Aérea dos EUA (USAF) para o Ano Fiscal 2016 (com inicio a 1 de outubro de 2015), foi mais uma oportunidade para escalpelizar quem sai e quem fica, um pouco à semelhança do defeso das épocas desportivas.
Assim, dentre os programas já ameaçados em 2015, salta à vista a insistência em “abater” o A-10, que mal-grado continuar na linha da frente, no combate ao Estado Islâmico no Médio Oriente, a USAF continua apostada em deixar cair. A proposta é que o modelo fique limitado a unidades da Guarda Aérea Nacional e Reserva, deixando as unidades de primeira linha da USAF.
Ja o veterano avião de reconhecimento estratégico U-2, outra das frotas em risco de extinção, parece ver a sua vida prolongada por pelo menos mais três anos, de 2016 para 2019, enquanto o UAV que o devera substituir, o Global Hawk, não assume totalmente as funções.
Ja no campo das aquisições, dentro dos 122.100M USD pedidos para a USAF para 2016, estão incluídos:
44 F-35A Lightning II
9 MQ-9 Reaper
14 C-130J Hercules
12 KC-46 tankers
8 MC-130 de operações especiais
5 HC-130 para resgate de combate
Modernizações nas frotas F-22, F-15 Eagle, B-2 e E-3
Ainda assim, o pedido de orçamento está acima dos limites impostos pelo Ato de Controlo de Orçamento, o que significa que, caso não haja aumento desses limites, tal como previsível, mais cortes terão que ser realizados.
Nesse cenário, KC-10, U-2, E-3, Global Hawk e F-15C estão na linha da frente para enfrentar a guilhotina, sendo a diminuição das horas de voo, redução da capacidade de reconhecimento e custos de investigação, opções adicionais para redução de custos. 14 F-35 poderão também ser sacrificados, para fazer quadrar os números dentro dos limites estabelecidos.
A ultima medida, pode ainda ser o adiamento da aquisição do novo avião presidencial Air Force One, um Boeing 747-8 recentemente anunciado, para épocas mais desafogadas.
Dentro dos programas a manter, estão a modernização da frota F-15C/D, que apesar da redução em numero de pelo menos 10 células em 2016, receberá novos radares AESA e melhoramentos no sistema de contramedidas eletrónicas.
O programa para o novo helicóptero de resgate de combate atribuído à Sikorsky, será custeado totalmente, não sofrendo qualquer corte.
Igualmente intocável, está o orçamento do programa de desenvolvimento do novo bombardeiro de longo alcance (LRS-B), destinado a substituir os B-52 e B-1 do inventário da USAF, atualmente o mais elevado dos programas de investigação e desenvolvimento, arrecadando 1200M USD para 2016, com incrementos adicionais para os anos subsequentes. Fora deste montante, poderão ainda estar verbas não divulgadas, provenientes do “saco azul” para programas secretos, que não estão sujeitos ao escrutínio publico.
Vários tipos de armamento novo, em desenvolvimento e modernizado, fecham as contas da USAF para 2016.
Segundo o Oficial Financeiro Chefe, o orçamento para o Ano Fiscal de 2016, representa “um balanço entre as necessidades do presente e as ameaças do futuro”.
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