sábado, 2 de abril de 2016

CRÓNICA ALPHA JET (M1834 - 14/2016)


Desde cedo - mesmo antes dos alemães "cederem" a meia centena de aeronaves Alpha Jet à Força Aérea Portuguesa, algures em 1993 - que estes pequenos grandes aviões me agradam. Apesar de pequenos e ligeiros, satisfazem bem o olhar com as suas formas bem torneadas, absolutamente premiadas pelo cada vez mais raro estatuto da asa alta.
Digamos que estão ali mo limiar de uma combinação estética de absoluto olho cheio, e que só peca, por assim dizer, pelos bocais de exaustão que, de tão humildes na sua dimensão, acabam por deitar por terra maiores arrojos de "agressividade" que eventualmente se espera dos jatos e tendo em conta que uma das suas vertentes existenciais é o ataque ligeiro, para além do voo de instrução de combate.


Mas isso é um detalhe, apenas, acoplado na generosa beleza simples do Alpha Jet.
Há praticamente 23 anos que estão ao serviço da nossa arma aérea, inicialmente operados em duas esquadras, a 103 - Caracóis e a 301- Jaguares
      esta última que desde 2005 passou a operar o F-16MLU
e desde então e até ao presente apenas na Esquadra 103 - Caracóis, com base na tranquila planície alentejana, na Base Aérea nº11, em Beja.


Foram recebidos com as cores alemãs que foram gradualmente substituídas
e bem
pelo esquema verde-castanho "wrap around"
      que entretanto se tornou coisa rara
e, alguns anos mais tarde, aquando do regresso dos "Asas de Portugal", alguns aparelhos foram pintados com um vistoso 


      e inicialmente algo polémico
esquema de cores que os marcou de forma indelével e aos céus que os tiveram nos seus braços, um pouco por toda a Europa.
Com efeito, a parelha "Asas de Portugal" fez renascer um certo espírito artístico que, sustentado pelo elegante desenho do Alpha Jet, provocou as melhores dores de pescoço que se podem ter, justamente aquelas que resultam de cravar os olhos nos aviões e espraiair o eterno e ancestral sonho do voo pelos ares, sejam eles azuis, cinzentos ou mesclados da cor da imaginação que nos faz levitar.


Segundo consta nos autos já antecipados, estão com a "sentença final" agendada para o ano 2018, quando todo o seu potencial ficar definitivamente esgotado.
Enquanto esse dia - que será seguramente triste - não chega, convém aproveitar as horas que restam a estes pequenos "pardais" celestes para os eternizar em belas imagens, com estas que aqui se deixam.


Texto: ©AL/Pássaro de Ferro
Fotografia: 1ª Nuno Correia. Restantes: Floriano Morgado

2 Comentários:

João S. disse...

Maravilhoso!
Obrigado pela forma como escreve sobre aviões.
É única e sem comparação!
Parabéns!
João S.

Unknown disse...

Boa noite
Sou um apaixonado pela história da aviação e sigo a algum tempo com entusiasmo o que a Pássaro de Ferro me ensina...
De facto acho os alphas aviões com uma silhueta espectacular que fica sempre bem em qualquer foto...
Agradeço todas as histórias que a Pássaro de Ferro divulga desde aos entendidos da aviação como aos meros entusiastas como o meu caso...Bem Hajam
Hélder Piedade

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