quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

SUBMARINOS NO CÉU (M1867 - 04/2017)



As redes sociais têm-se tornado pródigas na disseminação de vídeos com curiosidades, citações de celebridades e pensamentos mais ou menos profundos. Há até quem as acuse de fazer perder ou ganhar candidatos a presidentes. De criar motins e divulgar notícias falsas, depois partilhadas vezes e vezes sem conta, nem verificação dos factos.

A imagem que acima apresentamos, tem por isso conhecido alguma popularidade, ao reunir uma pretensa "curiosidade científica", com uma sabedoria aparentemente insofismável, que se transforma em humor.

A frase, "Há mais aviões nos oceanos que submarinos no céu", não é contudo tão universal como à primeira vista possa parecer. Na verdade, os submarinos também podem voar e disso apresentamos provas nas fotos apensas.

Submarino Avalon a ser carregado num C-5 Galaxy                                      Foto:Everett Miller/USAF

Mesmo tipo de submarino também num C-5 Galaxy

Graças a aviões como o C-5 Galaxy ou o Antonov An-124, há de facto também submarinos no ar.

Estatisticamente, deverá haver realmente mais aviões no mar, que submarinos no ar. Mas não é uma verdade tão absoluta, como levianamente se possa pensar.

É por isso preciso cuidado com o que se vê (lê) na internet.
Foi o nosso pensamento de hoje.

Submarino Mystic num Antonov An-124
De novo o Avalon num C-5 Galaxy

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

F-16 PROCURAM-SE (M1866 - 03/2017)

Um dos F-16 vendidos por Portugal à Roménia

Os últimos meses têm visto um aumento da procura por células F-16, no mercado internacional. E curiosamente as versões mais antigas A/B.

Depois da Roménia ter oficializado o interesse em mais 12 Vipers, no seguimento da aquisição de outros tantos a Portugal, também a Bulgária reiterou em Dezembro, considerar o mesmo tipo de caça para substituir os seus MiG-29.
O interesse Búlgaro é já antigo, tendo o país ainda chegado a manifestar interesse no lote de células portuguesas, que acabariam vendidas à Roménia face ao estado mais adiantado das negociações com Bucareste. Agora, a 9 de Dezembro de 2016,  o Parlamento búlgaro aprovou já uma verba de cerca de 800M USD, destinada à aquisição de 8 caças "novos ou em segunda mão". Portugal e EUA foram inquiridos acerca da disponibilidade para fornecer F-16, passando neste caso o negócio pela modernização em Portugal, de células vindas dos EUA. Segundo garantia do ministro da Defesa português, a actual frota nacional de 30 F-16 é para manter no inventário da FAP.
Mas desta vez, os F-16 contam com concorrência, tendo à Itália sido igualmente solicitada informação acerca do Typhoon e à Suécia do Gripen.


E se o interesse deste dois potenciais compradores não é novo, a novidade é mesmo a Polónia, que a eles se junta no mercado internacional, na busca de células disponíveis de F-16A/B. Segundo notícia veiculada na imprensa daquele país, o Ministério da Defesa estará a ponderar a aquisição de até 96 células, para posterior modernização a nível doméstico.
As razões apontadas para esta escolha são várias, começando pela necessidade de substituição dos vetustos Su-22, mas também os MiG-29 de fabrico russo, entretanto modernizados. Quando a aquisição do F-35 se afigura demasiado cara para o orçamento da Força Aérea local, a modernização de células antigas de F-16 surge como uma opção apetecível. A FA Polaca opera já 48 F-16 modelos C/D recentes e de fábrica, mas estima que os modelos A/B modernizados fiquem por cerca de 30% do valor dos novos. Não é contudo ainda claro o tipo de upgrade pretendido, se similar ao MLU europeu ou a versão V mais avançada.

Na verdade, o elevado preço e incertezas que tem enfrentado o programa F-35, criou um fosso de mercado para os utilizadores que não possam ou não queiram despender verbas tão elevadas, que tem permitido por exemplo, ao acessível caça sueco Gripen estabelecer-se.
E se a Lockheed Martin pretendia numa primeira fase vender o F-35 aos actuais utilizadores de F-16 ou outras frotas da mesma geração, acabaria por desenvolver a versão V,  para F-16 novos ou como upgrade de células antigas.

Coreia do Sul, Taiwan e Singapura, apesar de não estarem a adquirir novas células, estão em fase de modernização das suas frotas de F-16, para um padrão idêntico ao modelo V. Vários outros operadores de F-16 por todo o mundo consideram as mesma possibilidade, em detrimento da aquisição de um novo modelo.

Num âmbito diferente, pelo menos duas companhias privadas que prestam serviços de aviação de combate - vulgo "agressores" - têm sido apontadas como compradoras de células A/B de F-16. A Discovery Air Defence estará na primeira linha para conseguir a autorização de Washington para operar o modelo que, ao contrário dos operadores militares, terá um mínimo de equipamentos electrónicos e armamento de que não necessita, de modo a tirar o máximo proveito das suas reconhecidas capacidades aerodinâmicas.
Este tipo de oferta privada, permite às Forças Aéreas poupar tanto em horas de voo nos seus caças de primeira linha, como no orçamento de Defesa, ao utilizar os serviços externos apenas quando necessário.

O F-16 está por isso ainda para voar, por muitos e muitos anos.



segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

TRAPO E TUBO - Livro (M1865 - 02/2017)

Livro "Trapo e Tubo" - essencial entre as leituras dos aficionados das "coisas do ar"


Podendo momentaneamente  sugerir algo relacionado com costura ou bricolage, “Trapo e Tubo” não denuncia à primeira vista o tema da aviação, sobre o qual foi escrito.
E é esse precisamente, o maior mito que o autor Mike Silva se propôs desmistificar: a aviação não é toda “high tech” e está bem mais perto e acessível ,do que muitas vezes pensamos. Com pouco mais do que alguns “trapos” e “meia dúzia de tubos”, sim,  é possível voar!

Escrito de um modo descomplexado e descontraído, quase em discurso directo, mas pautado por tiradas brilhantes, de uma honestidade desconcertante, fala do contacto do autor com a aviação. Primeiro ao longe – como quase todos os que não nasceram perto de aeroportos ou com familiares no ramo – e a aproximação, até se aperceber de que ser piloto não está acessível apenas aos ricos ou aos poucos que conseguiram ingressar na Força Aérea. Muito por culpa – lá está – dos tais “aviões de trapo e tubo”.

Deambula entre Portugal e Inglaterra, tal como a própria vida do autor, numa escrita de estilo interessante e cativante. Povoado de pequenas memórias pessoais, até o avião de brinquedo com asa em delta lançado por um elástico, com que muitos nos deliciámos enquanto petizes na década de 80, lá está. Conta “em voz alta” aquilo que são as memórias colectivas  dos aficionados das “coisas do ar”.
No início de cada capítulo, a sugestão de uma música, que serve de banda sonora mental, num pormenor interessante, que ajuda a enquadrar os temas, com o estado de espírito que a situação sugere.

Ao contrário do que o título – depois de descodificado - possa sugerir, o livro extravasa muito os ultraleves “flexiwings” que lhe deram o mote, dedicando vários capítulos a outros temas e tipos de aeronave ou voo, como sejam os ultraleves de fibra, planadores, recuperação de aeronaves históricas, autogiros e até drones. Um verdadeiro compêndio portanto, do que vai na cabeça de um “maluquinho dos aviões”.

As pequenas gralhas, próprias de uma edição de autor como é o caso, facilmente se diluem, dentro da obra maior, que é este livro.
Mais do que aviação e aeronáutica, “Trapo e Tubo” fala do que são feitos os sonhos.



Nota: A obra pode ser adquirida através da Flytech - Airsor em Ponte de Sôr, ou através dos contactos da mesma empresa em www.flytech-pt.com ou ainda através da página de Facebook em https://www.facebook.com/FlyTech-Airsor-114838801926863/?fref=ts



quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

ÚLTIMO NATAL DOS RF-4 GREGOS (M1864 - 01/2017)

Pintura especial na cauda de um dos últimos RF-4 activos na FA Helénica - Foto: FA Helénica



A retirada de serviço operacional, dos RF-4E Phantom II da Força Aérea Helénica, tem data marcada para 5 de Maio de 2017.
25 de Dezembro de 2016 foi por isso o último Natal para os Phamtom II de reconhecimento fotográfico da Esquadra 348.
A ocasião foi assim lembrada, através de uma pintura na cauda de um dos derradeiros RF-4 activos na base aérea de Larissa, Grécia.



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