domingo, 28 de maio de 2017

NO MUSEU DO AR, À NOITE (M1901 - 38/2017)


No passado dia 20 de maio, o pólo do Museu do Ar no AM1 - Maceda/Ovar abriu as suas portas para atividades noturnas, no âmbito da designada. "Noite dos Museus".
Uma oportunidade para retratar as aeronaves que fazem parte do acervo daquele pólo museológico, em condições de luminosidade menos ortodoxas, digamos.
No AM1 estão preservadas algumas aeronaves bem interessantes e com muita muita história sobre as suas asas.





Aliás, caminhar num Museu do Ar, em boa medida faz com que, em vez de caminhar, voemos de mão dada com o silêncio que agora envolve aqueles aviões e helicópteros.
Embrenhando-nos no espírito e absorvendo todo o ruído que o silêncio daqueles motores carrega, é fácil darmos connosco sobrevoando este ou aquele local que nos é querido, ou imaginando os homens e mulheres que voaram e fizeram voar aquelas aeronaves, sob diversas condições, umas em paz, outras em guerra, sempre com o espírito de missão como baluarte e orientação.




À noite, e ainda por cima sob o brilho cintilante das estrelas, as condições de voo podem ser excecionais, elevando bem alto os níveis do eterno sonho do voo!
Fotos: Rui Ferreira

sábado, 27 de maio de 2017

DESTACAMENTO DE C-130 DA BÉLGICA NO AM1 (M1900 - 37/207)



Estiveram destacadas recentemente no Aeródromo de Manobra nº1 em Maceda - Ovar (AM1), aeronaves C-130 Hércules da Força Aérea Belga.
Os propósitos deste destacamento prendem-se com o treino de operações fora da MOB (Main Operation Base), para treino de tripulações e pessoal de apoio às operações, tendo em conta o envolvimento da Bélgica em diversos teatros de operação, um pouco por todo o mundo.
Estas aeronaves, operando a partir do AM1, foram observadas em operação em algumas zonas do país, nomeadamente em Tancos, na pista da antiga BA3.






Fotos: Rui Ferreira

sexta-feira, 19 de maio de 2017

SONIC BOOM SOBRE A LOURINHÃ (M1899 - 36/2017)

F-16AM Fighting Falcon da FAP

A Protecção Civil da Lourinhã emitiu ontem um comunicado à população, através da sua página de Facebook, informando que "o forte estrondo que se fez sentir às 15h30, foi originado por manobras de dois aparelhos F-16 da Força Aérea Portuguesa, sediados na Base Aérea de Monte Real, que sobrevoavam o nosso território em missão de treino."

Dado que a passagem ao voo supersónico, que causa este tipo de fenómeno, denominado "sonic boom" está em condições normais limitada a voos sobre o mar, precisamente para evitar transtornos e inquietação das populações, é possível que a referida "missão de treino" tenha na verdade sido uma missão real, situação na qual os caças de alerta estão autorizados a passar a barreira do som sobre terra.

Coincidência ou não, ontem mesmo, bombardeiros B-1B da Força Aérea dos EUA, realizaram uma missão de treino de ida e volta desde Ellsworth no Dacota do Sul, até à Jordânia no Médio Oriente, com passagem pela Área de Controlo Aéreo portuguesa.


Embora também seja possível os F-16 terem passado a barreira do som acidentalmente, é verosímil que o boom sónico sobre a Lourinhã, tivesse acontecido numa intercepção aos bombardeiros estratégicos da USAF.

Apesar de se tratar de aeronaves de um país aliado, ao contrário dos bombardeiros russos que nos últimos anos têm visitado a costa portuguesa, caso não tenha havido uma adequada comunicação do plano de voo (ou este não ter sido cumprido), a parelha de F-16 de alerta da Força Aérea Portuguesa em Monte Real é accionada para identificar e acompanhar, qualquer tipo de aeronave.

A Protecção Civil da Lourinhã apelou à calma da população e solicitou que qualquer situação anómala causada pelo episódio lhe seja reportada, para articulação com a Força Aérea.


Agradecimentos: André Carvalho



BULGÁRIA: F-16 PORTUGUESES AFINAL... TALVEZ (M1898 - 35/2017)

F-16A MLU modernizado em Portugal


Apesar da divulgação da proposta sueca, como vencedora do concurso do programa de aquisição de caças para a Força Aérea Búlgara, o novo ministro da Defesa daquele país veio hoje informar que irá rever as ofertas, entre as quais se encontra a portuguesa.

Tal como o Pássaro de Ferro oportunamente noticiou a 26 de Abril de 2017, o então governo interino anunciou o Saab JAS-39 Gripen como vencedor. O timing da decisão contudo foi algo estranho, dado ter acontecido a escassos dias da tomada de posse do novo Governo.

E é esta precisamente a razão invocada pelo novo ministro da Defesa de Sófia, Krasimir Karakachanov : "o novo Governo irá rever e discutir as três ofertas para a compra de novos caças modernos para a Defesa búlgara. (...) O Governo interino actuou precipitadamente quando apresentou um relatório sobre as ofertas no Conselho de Ministros, sabendo que não teriam tempo para olhar para ele", proferiu em entrevista à rádio búlgara Focus.
Concluindo ainda: "as ofertas serão calculadas de novo, para avaliar as possibilidades para o Estado búlgaro. O contrato irá custar uma soma considerável, cerca de 1500M BGN [Nota: cerca de 770M EUR], pelo que o Governo tem de evitar cometer erros".

Reabrem-se assim as possibilidades, para que a oferta apresentada por Portugal de F-16 vindos dos EUA e modernizados em Portugal, possa ser a escolhida por Sófia, para substituir a envelhecida frota de MiG-29 da FA Búlgara.
Itália com Typhoon igualmente em segunda mão e Suécia com Gripen novos, foram os restantes países presentes ao concurso.




segunda-feira, 15 de maio de 2017

EDITORIAL - ONZE ANOS NO AR - (M1897 - 34/2017)



Os onze anos do Pássaro de Ferro, que se cruzam hoje, reforçam a ideia que desde 15 de maio de 2006 foi bandeira desta marca. Qualidade e seriedade.
Volvidos estes 11 anos, o mundo e a Internet estão diferentes. A democratização do seu acesso tornou-se cada vez maior e o fator “visibilidade do que é publicado” está assim ao alcance de mais pessoas, facto que acarreta acrescidas responsabilidades a um espaço cuja temática é tão especificamente sensível como é a aviação militar.
A página de facebook ligada ao Pássaro de Ferro vai já a caminho dos 14 mil seguidores e, sobretudo nela, percebe-se que a informação que é disponibilizada nem sempre é lida e os comentários proliferam visivelmente desinformados, não raras vezes populistas, facto que, não sendo propriamente novidade, é um fator de preocupação para quem responsavelmente publica.
As pessoas querem ter acesso às coisas, tem acesso mas, não querem perder tempo a ler e a perceber o que lêem. Mais do que um minuto ou dois na Internet é uma eternidade e quer-se sempre passar à página seguinte. O conhecimento, sendo mais fácil de adquirir, funciona, de certa forma, em contra-ciclo com a lógica elementar, isto é: está disponível, mas o tempo que se lhe quer dedicar encolhe na medida em que o queremos espartilhar por mais e mais locais. Sendo assim, há que fazer escolhas, seriamente, e seguir coerentemente com elas.
Algumas das peças que são publicadas no Pássaro de Ferro não se compadecem com leituras em passo de corrida e em olhares diagonais, por isso, os leitores deverão ter plena consciência de que, para se ter a informação com substância, digamos, é preciso dedicar-lhe tempo e atenção. De outra forma, não resulta.
A proliferação de plataformas de notícias falsas obriga os espaços sérios, como o Pássaro de Ferro, a redobrar a atenção relativamente ao que é publicado. E isso é matéria sagrada!
Como é evidente, agradecemos a todos os que nos seguem, de forma séria e responsável, e confiam no que é publicado neste espaço.
É para todos eles que nos dedicamos, assim, à aviação.

António Luís
Paulo Mata
[Editores do Pássaro de Ferro]
 

quinta-feira, 11 de maio de 2017

40 DIAS E 40 NOITES - SUBSTITUTO DO ALOUETTE III (M1896 - 33/2017)

Começou a contagem decrescente para o anúncio do substituto do Alouette III na FAP

O procedimento do concurso para a aquisição de helicópteros ligeiros, destinados à substituição da frota dos lendários Alouette III da Força Aérea Portuguesa, foi publicado hoje 11 de Maio de 2017, em Diário de República.

No Anúncio de Procedimento n.º 3831/2017, podem ler-se os contornos gerais que haviam sido já anunciados pelo ministro da Defesa em Março passado:
"Aquisição de 5 helicópteros ligeiros monomotor (com a opção de mais 2), incluindo treino, sobresselentes e material de apoio, incluindo a possibilidade de retoma dos helicópteros Alouette III da Força Aérea", com o valor base de 20,5M EUR, e um prazo de execução de 28 meses.

O prazo para entrega das propostas é de 40 dias e os critérios de adjudicação são:

A - Valia económica - 55%

A1 - Custo global da aquisição (85%)

A2 - Valoração da retoma dos helicópteros Alouette III (15%)


B - Valia Técnico-Operacional - 25%

B1 - Piloto automático 3 eixos (30%)

B2 - Sistema de combustível redundante (20%)

B3 - Sistema elétrico redundante (20%)

B4 - Número de lugares para passageiros com 2 pilotos (20%)

B5 - Rádio com 16 canais VHF-FM, banda marítima (4%)

B6 - Sistema de gravação de dados de voo (2%)

B7 - ICS com supressão de ruído ativa (2%)

B8 - Provisões para ligação de rádio externo transportável na cabine (2%)


C - Valia Técnico-Logística - 20%

C1 - Custo do ciclo de vida (45%)

C2 - Flight Trainer Device para treino de pilotos (20%)

C3 - Computer Based Training para treino de manutenção (15%)

C4 - Centro MRO certificado para a aeronave a menos de 600 NM (15%)

C5 - Centro MRO certificado para o motor na Europa (5%)





quarta-feira, 10 de maio de 2017

F-16 DA FAP NO PRIMEIRO REABASTECIMENTO AÉREO AUTOMÁTICO MUNDIAL (M1895 - 32/2017)

O primeiro contacto automático mundial, realizado pelo A310 MRTT da Airbus e um F-16AM da Força Aérea Portuguesa

A Airbus Defence and Space demonstrou com sucesso os primeiros contactos para reabastecimento aéreo automático com o sistema "boom" (lança), tendo sido a primeira vez que tal se realizou a nível mundial.

No voo, realizado a 21 de Março de 2017 sobre a costa portuguesa, um Airbus A310 MRTT que serviu de plataforma de testes para o sistema, realizou seis contactos automáticos com F-16 da Força Aérea Portuguesa, numa demonstração da técnica que a empresa acredita trazer grandes promessas para o melhoramento das operações de reabastecimento aéreo.

O sistema não necessita de equipamento adicional na aeronave receptora e irá reduzir substancialmente o trabalho do operador de "boom", melhorar a segurança e optimizar a taxa de reabastecimentos em condições operacionais, maximizando por isso também a eficiência de combate.
Pode ser introduzido nos A330 MRTT em produção já em 2019.

A aproximação inicial e o acompanhamento do receptor são realizados pelo operador da lança de reabastecimento como até agora. A inovação está na fase de contacto, feita através de técnicas passivas de processamento de imagem, que determinam a posição do receptáculo e quando o sistema automático deve ser activado, direccionando depois a lança através de um sistema de controlo de voo automático.
O sistema mantém contudo a capacidade para ser controlado manualmente, ou ainda um intermédio de manutenção da distância relativa entre as aeronaves.

Durante 1h30min que durou o período de teste do voo, foram realizados seis contactos bem sucedidos, a uma velocidade de 270 nós (500 km/h) e 25.000 pés (7600m). Todas as tripulações reportaram a operação sem qualquer incidente.

David Piatti, operador de "boom" de teste da Airbus, referiu a propósito: "o mais importante foi que o sistema conseguiu rastrear o receptáculo. Foi muito satisfatório porque funcionou perfeitamente e conseguiu realizar os contactos em automático, como planeado. Vai certamente reduzir a carga de trabalho, especialmente em condições meteorológicas difíceis".

O piloto de F-16 português, de callsign "Prime" disse que "a missão de teste decorreu sem incidentes e cumprida sem qualquer contrariedade inesperada - o que é um bom sinal. Desde o momento em que o operador aceitou o contacto, a lança estava imediatamente no local correcto. Relativamente ao contacto em si, foi muito preciso e rápido. Dá para notar a diferença - quanto menos se sente no cockpit, mais exacto está a ser o acompanhamento".

Miguel Gasco, Chefe da Airbus Defence and Space do Space's Incubator Laboratory, que coordenou o desenvolvimento disse ainda: "Isto representa um avanço fundamental nas operações de reabastecimento aéreo com "boom", com a promessa de aumentar a taxa de contactos, reduzindo notavelmente a carga de trabalho e melhorando a segurança. A operação do "boom" automático é um pilar importante do nosso sistema Smart MRTT em desenvolvimento".

A tecnologia de imagem que suporta a técnica do sistema automático de reabastecimento foi usado originalmente pelo departamento espacial da Airbus, para desenvolver soluções de reabastecimento de satélites no espaço, ou para remoção de detritos espaciais, tendo sido depois desenvolvido e  aplicado no sistema de reabastecimento aéreo.

A Airbus tem um protocolo de cooperação com a Força Aérea Portuguesa, para a realização de testes de desenvolvimento e certificação das aeronaves de reabastecimento aéreo que produz.

Vídeo da Airbus sobre o sistema 





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