quinta-feira, 26 de outubro de 2017

PILOTOS DE CAÇA BÚLGAROS EM GREVE (M1932 - 69/2017)

 MiG-29 búlgaro em Graf Ignatievo           Foto: Hailey Haux/USAF

Numa altura em que a decisão do novo caça para substituir os MiG-29 na Força Aérea Búlgara foi novamente adiada, chegam notícias de que os pilotos da base aérea de Graf Ignatievo se terão recusado a realizar os voos de treino previstos para a manhã de 24 de Outubro de 2017. A missão de policiamento aéreo contudo, terá estado sempre assegurada.

Segundo o jornal online Sofia Globe, oficialmente o vice-ministro da defesa Atanas Zapryanov negou num primeiro momento que quaisquer voos tenham sido suspensos, enquanto o comandante da base aérea alegou razões meteorológicas para o cancelamento dos mesmos voos. Já o ministro da Defesa optou por referir que "alguém está a tentar criar tensão artificialmente" e que iria inteirar-se da situação.

Mas se por um lado as condições meteorológicas na região de Graf Ignatievo eram suficientemente verosímeis para justificar o cancelamento dos voos, o General Tsanko Stoykov confirmou publicamente em entrevista durante as comemorações do centenário da aviação militar no país, o baixo estado anímico que o adiamento da aquisição dos novos caças provocou dentro da Força Aérea local: "sentem-se negligenciados, algo ofendidos e essas razões reflectem-se na sua motivação de continuar na Força Aérea", disse a propósito.

O mesmo órgão de comunicação social, bem como a Rádio nacional da Bulgária, haviam reportado no próprio dia 24 uma "recusa massiva dos pilotos para voar" devido a preocupações de segurança com o estado dos aviões e o adiamento da aquisição de novos caças, invocando por isso estar "psicologicamente inaptos" para voar.

Ainda segundo o Sofia Globe, dez dos doze motores  modernizados dos MiG-29 entregues à Força Aérea, ainda não foram colocados em operação, devido a falhas na documentação dos mesmos. Falta de lubrificantes para os motores, causando a paragem quase total da frota, foi igualmente já assinalada em Maio e Junho transactos.

Entretanto, o canal de televisão BTV confirmou inequivocamente a razão do cancelamento dos voos ser o descontentamento pelo estado da Força Aérea, citando mesmo o vice-ministro da Defesa Atanas Zapryanov que atribuía a falta de confiança dos pilotos ao "treino insuficiente por horas de voo insuficientes". O mesmo interlocutor adiantou ainda que uma reunião com os pilotos iria ser realizada e que os problemas com a documentação dos motores (seis novos e quatro modernizados) estavam a ser tratados.
Segundo Atanas Zapryanov, um relatório do comandante de Graf Ignatievo dava sete MiG-29 como operacionais, e que assim que mais motores ficassem disponíveis, este número aumentaria, permitindo alargar as horas de voo.

Já o próprio ministro da Defesa, acerca do mesmo tema e desenvolvendo a sua teoria de que "alguém está a criar tensões artificialmente" referiu que as prioridades tinham sido definidas: primeiro manutenção e modernização do equipamento existente e depois as negociações e a aquisição de novos caças. Mostrou-se ainda "surpreendido por [os pilotos] terem descoberto que existem problemas no mundo da aviação" e que não fazia ideia por que razão estes pensavam que um novo caça não iria ser adquirido. Rematou o assunto com " já haveria um novo caça se estes fosse um aspirador, em que vais à loja, pagas, traze-lo e usa-lo", admitindo ainda o "estado crítico" em que se encontram as Forças Armadas do país, mas que os problemas não se resolvem com "uma varinha mágica".

Por detrás do atraso na decisão do novo modelo de caça a adquirir, estarão jogadas políticas de bastidores, por parte das facções apoiantes do Gripen e do F-16 principalmente. Apesar do primeiro-ministro Boiko Borissov ser aparentemente um dos apoiantes do Gripen e se ter proposto a avançar com as negociações com a Saab numa primeira fase após o anúncio do gripen como vencedor, o seu partido GERB - que iniciou a investigação parlamentar que resultaria na anulação do primeiro concurso - pretende uma aproximação aos interesses americanos (F-16), sugerindo uma uniformização com as frotas dos países vizinhos Roménia, Grécia e Turquia, todos utilizadores de F-16.
O presidente da Bulgária e ex-Chefe de Estado-Maior da Força Aérea Gen. Rumen Radev, definiu a reviravolta  no processo de aquisição dos caças, como um ataque pessoal, face às acusações de que foi alvo por parte do líder parlamentar do GERB, de ter favorecido o Gripen.

Portugal está envolvido na proposta de fornecimento dos F-16,  recebendo células usadas dos EUA para modernizar na OGMA e posterior exportação para a Bulgária.


1 Comentários:

Galvam disse...

A solução seria contratar pilotos brasileiros. Estão acostumados a voar em aeronaves inseguras, com manutenção sofrível por falta de verbas, sem treinamento aprendendo sobre diferentes aeronaves pilotando-as e sendo auxiliados por dicas e manuais da aeronave. E também, acostumados a decolar e aterrissar sem apoio ou informações vitais para a segurança do voo.

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