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Os aviões n/c 15206 (em primeiro plano) e 15211 (em segundo) foram os últimos a voar com as cores nacioanis
Depois da cerimónia de despedida da frota Alpha Jet com a última formação a seis aviões no passado dia 13 de Janeiro, hoje foi o dia do verdadeiro último voo do modelo com as cores nacionais.
Em missão integrada no exercício Real Thaw, os aviões com o numero de cauda 15211 e 15206 fecharam a contabilidade da frota portuguesa ao fim de quase 25 anos e com cerca de 54.000 horas voadas, envergando a Cruz de Cristo.
Deixam um legado inegável de segurança em voo e várias gerações de pilotos de caça, formados para os quadros da Força Aérea Portuguesa.
Deixam ainda uma imensa saudade, das magníficas exibições acrobáticas com que brindaram público nacional e estrangeiro nas patrulhas Asas de Portugal e Parelha da Cruz de Cristo.
Para a posteridade um excelente vídeo da Esquadra 103, que voou o AJet até ao fim, com imagens que infelizmente não mais se irão repetir em Portugal.
A fotos divulgadas do novo Tu-160M2 em Kazan Foto: UAC
A United Aircraft Corporation divulgou hoje imagens do primeiro bombardeiro estratégico Tupolev Tu-160M2 nas suas instalações de Kazan. Saído da fábrica a 16 de Novembro de 2017, o primeiro Tu-160 fabricado desde que a produção foi encerrada em 1992, aparece agora já com a pintura final a utilizar pela Força Aérea Russa.
Foto: UAC
Designado "Blackjack" pela NATO e "Cisne Branco" para os russos, o Tu-160 é um bombardeiro nuclear estratégico, capaz de atingir velocidades superiores a Mach 2 (2 vezes a velocidade do som), tendo um alcance de mais de 12.000 km sem reabastecimento e um peso máximo à descolagem de 275 toneladas.
O novo Tu-140, baptizado "Pyotr Deynekin" continuará a realizar testes de fábrica e após certificação, juntar-se-á à frota operacional, que compreende 11 Tu-160 básicos e cinco modernizados.
O nome do novo Tu-160M2 em cirílico "Pyotr Deynekin" na fuselagem
A decisão de retomar a produção do Tu-160 na versão modernizada M2, foi tomada em 2015, para um total de 50 novas células, a produzir em série a partir de 2020. A actual frota operacional será também totalmente modernizada para o novo padrão, que inclui nova motorização e equipamentos electrónicos.
Vídeo da apresentação pública em Novembro de 2017:
Primeiro dos agora três C295 SAR encomendados pelo Brasil
O Brasil acionou a cláusula de opção para a compra de mais uma aeronave C295. A frota, designada localmente C-105 Amazonas, irá contar assim com um total de 15 aviões.
Depois de um contrato inicial de uma dúzia de C295 na versão básica de transporte, assinado em 2005, o Ministério da Defesa brasileiro assinou novo contrato em 2014 para aquisição de duas unidades da versão de Busca de Salvamento (SAR), com mais uma de opção. Esta opção seria agora confirmada no dia 22 de Janeiro de 2018, em comunicado da Airbus Military - fabricante do modelo.
A Força Aérea Brasileira encontra-se a operar a totalidade dos doze C295 de transporte, a partir das bases aéreas de Campo Grande e Manaus, tendo recebido já o primeiro C295 de SAR (SC-105 na designação brasileira) em 2017. Este avião e a tour de cinco semanas que realizou através de quatro continentes, durante a qual demonstrou as suas capacidades em múltiplos e variados cenários, com 100% de prontidão, terão sido fundamentais para a decisão de confirmar a encomenda do terceiro SC-105. As entregas dos últimos dois aviões estão previstas para 2019 e 2020.
O primeiro F-35B montado fora dos EUA Foto: Ministério di Defensa
Hoje, 25 de Janeiro de 2018, foi entregue oficialmente, em cerimónia realizada em Cameri, Itália, o primeiro F-35B montado fora dos Estados Unidos.
A célula n/s BL-1 agora pertencente à Marinha Italiana, foi montada nas instalações da Leonardo, em estreita colaboração com a Lockheed Martin e o Ministério da Defesa italiano.
Depois de nove células do modelo A já entregues à Aeronáutica Militare Italiana, esta seria a primeira na variante de descolagem curta e aterragem vertical (STOVL), - o modelo mais complexo tecnicamente. A Itália é, de resto, o único país licenciado fora dos EUA, para realizar a montagem do modelo B.
Dos nove F-35A entregues até à data, quatro encontram-se em Luke, Arizona, EUA para o treino internacional de pilotos, enquanto os restantes cinco estão baseados em Amendola, Itália.
Ambos os modelos de F-35, irão substituir nas Forças Armadas italianas as frotas de Tornado, AMX e AV-8B Harrier.
As instalações da Leonardo irão produzir - além da frota italiana - 29 F-35A destinados aos Países Baixos, podendo acomodar também futuras encomendas do F-35 na Europa.
Há fotografias que dispensam legenda.
Ou então, há fotografias cuja legenda poderia ser mil e uma coisas.
Perante esta imagem - assumindo que neste tempo de falsas coisas, esta é real - percebemos a precariedade de todo o instante do voo, por mais avanços que a técnica forje e dê como totalmente seguro.
Este English Electric Lightning F1 tinha acabado de efetuar uma exibição de performance quando uma falha dos motores o fez apontar ao solo e, visto assim, seguido pelo olhar e postura de espanto do tratorista, tudo enquanto se percebe a ejeção do piloto na fina linha que o separa da sobrevivência ou do desastre ali prefigurado, sugere-nos sem esforço a surpresa da paragem do tempo. Como se ele congelasse em infinitos cristais assim perpetuados numa imagem irrepetível.
Amanhã, em Beja, é colocado o ponto final nas operações de mais um avião da Força Aérea Portuguesa.
Um quarto de século depois de os termos recebido dos alemães, os pequeno-grandes Alpha Jet deixarão de se ver e ouvir no céu e remeter-se-ão àquele estranho e vazio silêncio que fica suspenso no ar que nos rodeia, quando terminamos a leitura de um bom livro e ficamos, por isso, completamente órfãos de tudo o que nele existe - imagens, sons, cheiros, silêncios, lugares, personagens e enredos.
Para quem gosta de aviões, destes aviões, é (apenas?) mais um dia triste. Um livro - com asas e o dom do voo - que se fecha O fim de uma obra única.
Resta, portanto, o consolador afago das memórias.
Das boas memórias!
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Nota:O Pássaro de Ferro estará presente nas cerimónias que assinalarão o fim das operações do Alpha Jet na Força Aérea Portuguesa e apresentará aos seus leitores uma reportagem alargada do evento que terá lugar amanhã, na Base Aérea nº 11, em Beja.
Chipmunk Mk.20 com a pintura azul comemorativa dos 70 anos de serviço, em formação com outro na última versão da pintura standard da frota, ...
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