C295M no Aeródromo Militar de Tancos |
Um grupo de deputados do PSD inquiriu o Governo acerca do "reposicionamento dos dispositivo da Força Aérea Portuguesa localizado atualmente na Base Aérea do Montijo e que, por via do desdobramento da Portela, será necessariamente recolocado noutras Bases da Força Aérea Portuguesa".
Duarte Marques, Nuno Serra, Teresa Leal Coelho, Pedro Roque, Bruno Vitorino e Carlos Costa Neves, assinam o documento, em que perguntam ainda "que destino está previsto para a Base Aérea de Tancos, segundo o plano alegadamente apresentado pela FAP ao Governo português sobre o reposicionamento do dispositivo colocado no Montijo".
Esta proposta contemplará "a hipótese das esquadras de transporte aéreo da BA6 serem transferidas para o Polígono Militar de Tancos, em particular os aviões C-295 e C-130, bem como as cinco aeronaves KC-390, a adquirir à Embraer".
Segundo os mesmos, "Tendo em conta que é necessário adaptar as estruturas militares existentes que venham a acolher o dispositivo posicionado no Montijo, importa quanto antes tomar com transparência e com o devido planeamento as decisões relativas ao reposicionamento do dispositivo militar baseado no Montijo.(...) As instalações da Base Aérea de Tancos, bem como todo o dispositivo e equipamento militar existente neste polígono militar, garantem condições excecionais para receber parte do dispositivo da Força Aérea Portuguesa que está hoje localizado na BA6 do Montijo".
A inquirição tece também algumas considerações relativamente a outros meios aéreos: "A ser adaptado tem ainda condições e potencial para outras respostas quer civis quer militares. (...) Seria de todo um grande contributo para esta região voltar a acolher parte ou a totalidade do dispositivo da FAP estacionado no Montijo”. Segundo os subscritores do documento, “preenche também todos os requisitos necessários para vir a albergar no futuro os meios que a FAP possa vir a utilizar no combate aos incêndios, caso o Governo da Republica venha a concretizar a intenção, várias vezes repetida, de dotar a estrutura militar, e em particular a Força Aérea, de capacidade própria para fazer o combate aos incêndios florestais com recurso a equipamento, helicópteros e aviões."
A relocalização dos meios da FAP em Tancos é de grande interesse para os concelhos daquela região, tendo vários municípios oficializado o interesse na reactivação da antiga Base Aérea nº3, actualmente sob administração do Exército e denominada Aeródromo Militar de Tancos.
No último mês contudo, foram divulgadas notícias da preferência da Força Aérea por Beja, para as aeronaves de transporte, situação que eventualmente tenha despoletado a preocupação dos agentes políticos afectos aos concelhos ribatejanos, que assim questionam o ministro da Defesa acerca da decisão.
Ambas as hipóteses têm vantagens e desvantagens identificáveis. Tancos tem uma posição mais central em relação ao país, estando igualmente mais perto da mancha florestal tradicionalmente com mais risco de incêndio, viabilizando por isso mais facilmente uma futura inclusão de aeronaves de combate a incêndios. As aeronaves estariam também "paredes meias" com a Escola de Tropas Pára-quedistas e Brigada de Reacção Rápida, que as utilizam regularmente o treino de salto de pára-quedas, e largada de carga. Beja todavia, está actualmente bastante subaproveitada, possuindo dimensões e infraestruturas mais facilmente adequadas a acomodar aeronaves de grande porte.
Já para os helicópteros sedeados na BA6, a solução parece ser mais consensual, com a Esquadra 751 que opera os EH101 Merlin da Força Aérea e os Lynx Mk.95 da Esquadrilha de Helicópteros da Marinha com rumo marcado à BA1 em Sintra, onde aliás o ministro da Defesa já anunciou pretender instalar o futuro Centro Multinacional de Treino de Helicópteros, da Agência Europeia de Defesa, caso Portugal ganhe o concurso a decorrer actualmente.
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